Especialistas defendem ações para conter fluxo migratório de Valadares

Com o objetivo de buscar alternativas de desenvolvimento em Governador Valadares para reduzir os efeitos do fluxo mig...

28/03/2008 - 00:01
 

Especialistas defendem ações para conter fluxo migratório de Valadares

Com o objetivo de buscar alternativas de desenvolvimento em Governador Valadares para reduzir os efeitos do fluxo migratório de trabalhadores do Vale do Rio Doce para o exterior, a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social se reuniu, na manhã desta sexta-feira (28/3/08), na cidade. Os participantes do encontro defenderam a necessidade de promover políticas públicas de apoio ao emigrante e sua família e a criação de novas possibilidades de emprego e renda na terra natal.

Diversos números foram divulgados na reunião e são contraditórios mas, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, apresentados pelo professor Haruf Salmen Spíndola, pesquisador do Núcleo de Estudos Multidisciplinar sobre Desenvolvimento Regional da Univale, são cerca de 3 milhões de brasileiros vivendo no exterior, sendo que 33% estão ilegais. Segundo ele, anualmente 100 mil brasileiros migram para o exterior. Na Europa vivem, de acordo com dados de 2006, 350 mil brasileiros, sendo que 100 mil estão em Portugal. nos Estados Unidos são 1,3 milhão de brasileiros.

A partir destes dados, Haruf Spíndola destacou a importância de refletir sobre como tem sido a atitude e o olhar da população brasileira, em especial da classe governante, em relação ao emigrante. Ele destacou que a questão tem que ser tratada também partindo da ótica da realidade local e regional, buscando o empreendedorismo. Defendeu ações de direito e proteção ao emigrante, visando seu fortalecimento no exterior; medidas para tornar a remessa de dinheiro legal, como um cartão de débito no qual a família pode sacar direto da conta no exterior; combate as distorções dos mercados locais; e criação de centros de orientação e proteção ao emigrante.

Políticas públicas buscam o desenvolvimento

Todos os participantes da reunião foram unânimes no pensamento de buscar alternativas para o desenvolvimento de Valadares e região. A autora do requerimento para o debate e vice-presidente da comissão, deputada Elisa Costa (PT), destacou algumas políticas públicas do Governo Federal que vão trazer, segundo ela, esperança de reinserção do emigrante no desenvolvimento da região. Entre as ações, Elisa Costa citou recursos de R$ 110 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para Governador Valadares em obras infra-estrutura nas áreas de habitação e saneamento. Também citou a liberação de R$ 5 milhões de emendas do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para a cidade nas áreas ambiental e educacional.

O investimento na educação foi lembrado pela parlamentar e pelo deputado federal Leonardo Monteiro. Eles destacaram a expansão do Cefet, que irá implantar uma unidade em Governador Valadares, além do projeto de uma universidade federal na região. "Estamos trabalhando para trazer a Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri", afirmou Leonardo Monteiro. Ele defendeu ainda a criação de uma legislação que ampare o emigrante e sua família no caso de falecimento. A deputada Rosângela Reis (PV) lembrou que existe uma lei municipal que obriga o executivo local a pagar as despesas de remoção do corpo para o Brasil, que giram em torno de R$ 20 mil.

A subsecretária de Estado de Indústria, Comércio e Serviços, Marilena Chaves, não vê a emigração como problema, e sim como potencial. Ela defendeu que o projeto de desenvolvimento local seja capaz de inserir o emigrante, que volta fluente em outra língua depois de ter conhecido outras culturas. "Eles podem ser agentes de turismo", sugeriu.

Para o coordenador do Centro de Informação, Apoio e Amparo a Família e ao Trabalhador no Exterior (Ciatt), Antônio Carlos Linhares Borges, a idéia é abrir portas para geração de renda para o emigrante. "Não é nossa intenção evitar que a emigração aconteça, mas proporcionar oportunidade local e que a pessoa possa optar por ir ou não".

O centro foi criado há três anos e atualmente é patrocinado pela Fundação Banco Brasil. "Nosso objetivo é realizar um diagnóstico sobre a emigração na cidade e depois fazer uma intervenção da realidade local", afirmou Antônio Carlos Linhares. Na opinião do coordenador-geral de Monitoramento e Avaliação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Márcio Fontes Hirata, cabe ao Estado construir alternativas para que a emigração seja uma opção e não uma falta.

Presenças - Deputadas Rosângela Reis (PV), presidente; e Elisa Costa (PT), vice. Além das autoridades citadas, participaram da reunião o membro suplente do Ministério do Trabalho no Conselho Nacional de Imigração, Rinaldo Gonçalves de Almeida, diversos vereadores e prefeitos da região.

 

 

 

 

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