Vidros de Mário Seguso compõem exposição na Assembléia
Considerado o maior mestre vidreiro do Brasil,
Mário Seguso estará presente na abertura da exposição "O Vidro do
Brasil", na próxima segunda-feira (31/3/08), às 20 horas, na Galeria
de Arte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Entre os
trabalhos que serão apresentados estão delicados pássaros,
bailarinas, pescadores e suas redes, peixes, baianas e crianças
brincando que surgem em superfícies brilhantes, escavadas por finas
linhas, que transformam esses simples objetos de cristal em
verdadeiras jóias. A exposição estará aberta ao público em geral até
o dia 24 de abril. O evento faz parte das comemorações do Dia do
Artesão e é uma realização da ALMG em parceria com a Copasa e com a
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, por meio de sua
Superintendência de Artesanato, além do apoio do Sebrae.
Reconhecido internacionalmente como um dos melhores
do mundo, Mário Seguso nasceu na ilha de Murano, Itália, em 1929.
Ele é descendente de uma das mais antigas e famosas famílias de
mestres vidreiros. Em 1954, foi convidado a executar peças especiais
nas comemorações dos 400 anos da cidade de São Paulo e, fascinado
pelo Brasil, escolheu Poços de Caldas para se estabelecer. Em 1965,
fundou a Cristais Ca d'Oro. "Sua oficina foi responsável por criar
em Poços de Caldas o mais importante pólo de fabricação artesanal de
objetos de cristal no país, dando nova vida ao turismo de Minas
Gerais e iniciando uma tradição que hoje honra o sul do Estado",
disse o presidente da Assembléia, deputado Alberto Pinto Coelho
(PP).
Com várias de suas obras espalhadas por museus do
mundo, Seguso teve uma de suas peças selecionada pelo The Corning
Museum of Glass, de Nova York, para a exposição New Glass. Em 2006,
foi convidado a participar da I Bienal Brasileira do Design, expondo
156 peças, as únicas no segmento de cristal tipo Murano. "A presença
entre nós de Mário Seguso e de seu requintado artesanato é mais uma
importante contribuição dos italianos a Minas Gerais, povo que
sempre soube se integrar à gente da terra, concorrendo para firmar e
aprimorar nossa vida cultural", comentou Alberto Pinto
Coelho.
História do vidro* - A
expansão do vidro acompanhou a trajetória das conquistas
territoriais, com uma grande influência do Império Romano, que
trouxe artífices do Egito. Com a decadência do Império Romano, as
famílias que dominavam as técnicas e os conhecimentos vidreiros se
espalharam pela Europa. Alguns grupos específicos se destacaram,
como aqueles de Altare e Veneza, no norte da Itália.
Veneza tem um papel muito importante na história do
vidro. Sua produção era incentivada para fins comerciais com o
oriente. Para resguardar seus segredos, em 1290 as fábricas de vidro
foram limitadas à ilha de Murano, a 700 metros de Veneza, onde a
entrada e saída dos mestres vidreiros eram severamente controladas.
Em contrapartida, estes artesãos receberam regalias de nobres,
inclusive com direito de cunhar suas próprias moedas de prata e
ouro.
Murano aperfeiçoou seu vidro artístico, colorido,
exigente de um trabalho artesanal e de muita criatividade, mantendo
assim a tradição de origens egípcias e fenícias. Enquanto Murano
manteve-se produzindo o vidro artístico totalmente dependente do
trabalho manual, a indústria do vidro implantou cada vez mais as
máquinas em sua produção, aperfeiçoando o vidro plano em grande
variedade e toda sorte de produtos.
* com informações do site
www.cristaiscadoro.com.br
|