Relator distribui cópias de parecer sobre ICMS Solidário

O Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que propõe uma nova distribuição da parcela da recei...

26/03/2008 - 00:02
 

Relator distribui cópias de parecer sobre ICMS Solidário

O Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que propõe uma nova distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios (altera a Lei Robin Hood), recebeu um novo substitutivo na reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Nesta quarta-feira (26/3/08), o relator da matéria, deputado Zé Maia (PSDB), distribuiu cópias (avulsos) de seu parecer de 1º turno, que opina pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 2, que apresentou. O parecer será colocado em votação na próxima reunião da comissão.

O projeto original prevê a distribuição, pelo critério do Valor Adicionado Fiscal (VAF), do mínimo determinado pela Constituição Federal, que é 75% - e não dos 79,68% atuais. Assim, a diferença de 4,68% será redistribuída a partir de um novo critério, chamado ICMS Solidário. Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro relativo a critérios sociais. De acordo com o relator, apesar de o projeto inovar e promover uma distribuição maior a partir de critérios chamados sociais, a redução drástica na receita de alguns municípios seria um problema grave.

O substitutivo nº 2 é também resultado do trabalho de um grupo de deputados formado para estudar a matéria. De acordo com o relator, o novo texto aproveitou parte das idéias do projeto original, buscando corrigir as distorções da redistribuição proposta, acatando algumas das 120 sugestões apresentadas no Fórum Técnico ICMS Solidário, que percorreu 12 cidades do Estado, além de promover alguns acertos de redação.

Uma das alterações propostas foi a modificação do critério "produção de alimentos" para privilegiar os municípios que mantêm programas de extensão rural, de apoio à agricultura familiar e de segurança alimentar, bem como os que constituem e adotam conselhos e planos municipais de desenvolvimento rural sustentável. No critério "patrimônio cultural", foram acatadas as sugestões apresentadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), além de fixar prazos e garantir maior transparência para a apuração dos índices.

No critério "meio ambiente", o substitutivo valorizou o fator de conservação para as reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs), visando aumentar a participação dos municípios que abriguem em seu território essa categoria de manejo, que apresenta resultados efetivos em termos de preservação ambiental. O substitutivo alterou a periodicidade de apuração semestral para os critérios "meio ambiente" (hoje é trimestral), "saúde" (hoje é mensal) e "produção de alimentos" (hoje é trimestral). Os prazos para publicação dos índices também sofreram alterações.

Substitutivo propõe quatro critérios novos

De acordo com o parecer apresentado, foram criados quatro novos critérios de distribuição dos recursos. Para compensar as perdas de receita dos municípios com área alagada por usinas hidrelétricas e que não participam do VAF gerado por essas usinas, o substitutivo propõe a criação do critério "municípios alagados". O cálculo dos índices para esse critério é feito na proporção de sua área alagada pela usina. Para esse critério foi proposto o percentual de 0,25%. O relator também acatou sugestão da deputada Gláucia Brandão (PPS) para a criação do critério "municípios-sede de estabelecimentos penitenciários", que tem como base de cálculo a população carcerária de cada município em relação ao total do Estado, e seu percentual é de 0,25%.

Outro critério criado foi o "municípios com áreas de ocorrência de mata seca". Esses municípios abrigam em seus territórios áreas com uso do solo restrito, com obrigatoriedade de manter uma reserva legal de 30%, enquanto nas demais áreas do Estado esse percentual é de 20%. "Essas áreas estão numa das regiões mais pobres do Estado, e é justo que essa restrição de uso do solo, que tem por conseqüência um VAF menor, seja compensada", afirmou o relator. A base de cálculo desse critério é a área do município, e o percentual é de 0,25%.

O deputado Zé Maia também optou por criar um critério que garanta um valor per capita mínimo para possibilitar aos municípios mais pobres do Estado a participação de um valor próximo ao obtido pela multiplicação da sua população por 30% da média per capita do Estado. Seu percentual é de 0,5%.

Ganhos maiores - De acordo com simulações feitas, caso o substitutivo estivesse em vigor em janeiro deste ano, as perdas não seriam significativas, ficando a maior delas em 20,56%, para o município de Tapira. Em contrapartida, os ganhos seriam maiores que os do projeto original, ficando o maior percentual de crescimento em 97,56% para o município de Ribeirão das Neves. Com as mudanças propostas, haveria uma redistribuição de 2,81% dos recursos. Enquanto 107 municípios teriam redução de receita, 746 teriam crescimento de receita.

Empréstimo para Minas Comunica está pronto para o Plenário

A comissão também analisou o PL 2.096/08, do governador, que autoriza o Executivo a contratar operação de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) destinada ao financiamento do Programa de Universalização do Acesso a Serviços de Telecomunicações em Minas Gerais (Minas Comunica), no limite de até US$ 50 milhões. O relator foi o presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB), que opinou pela aprovação da matéria.

Pelo projeto, os recursos decorrentes da operação de crédito serão depositados em instituições financeiras que centralizem a receita do Estado. O Poder Executivo poderá oferecer, como contragarantia à garantia prestada pela União, as cotas de repartição tributária e de suas receitas tributárias. Além disso, o Orçamento do Estado consignará, anualmente, os recursos necessários ao cumprimento da contrapartida financeira do Estado em projeto integrante do Minas Comunica e das despesas relativas a amortização, pagamento de juros e demais encargos.

Conforme consta no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011, o Minas Comunica tem como objetivo disponibilizar, até 31 de dezembro de 2008, o acesso aos serviços de telecomunicações, especialmente ao serviço móvel com capacidade de prover telefonia e transmissão de dados; proporcionar infra-estrutura para acesso aos serviços governamentais por meio eletrônico em todos os municípios do Estado; e permitir aos cidadãos mineiros o acesso ao serviço móvel, com capacidade de prover telefonia e transmissão de dados, de forma universal, em igualdade de condições.

A deputada Elisa Costa (PT) havia pedido vista do parecer para verificar detalhes da implementação do Minas Comunica e também o cronograma da instalação das torres de transmissão, mas retirou o pedido e o parecer foi aprovado.

A comissão aprovou, ainda, parecer de 1º turno favorável ao PL 2.047/08, que autoriza o Executivo a doar imóvel ao município de Monte Alegre de Minas.

Retirados de pauta - Os PLs 16/07, 1.803/07, 1.885/07 e o Projeto de Lei Complementar (PLC) 7/07 foram retirados de pauta.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Sebastião Helvécio (PDT), Ruy Muniz (DEM) e as deputadas Elisa Costa (PT) e Ana Maria Resende (PSDB).

 

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