Deputados apóiam reivindicações dos diretores de escolas

Os diretores de escolas estaduais apresentaram suas reivindicações, nesta terça-feira (25/3/08), à Comissão de Admini...

25/03/2008 - 00:00
 

Deputados apóiam reivindicações dos diretores de escolas

Os diretores de escolas estaduais apresentaram suas reivindicações, nesta terça-feira (25/3/08), à Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, e conseguiram o apoio unânime dos deputados, tanto os da oposição quanto os da base governista. Foram três reivindicações apresentadas: concessão de aposentadoria especial para diretores e vices; concessão de apostilamento para diretores que exerceram a função até 2003; e regulamentação da gratificação por desempenho para os diretores. Na mesma reunião, a comissão aprovou parecer de 1º turno ao Projeto de Lei 2.162/08, de autoria do deputado Vanderlei Miranda (PMDB), que modifica a Lei 14.870, de 2003, que dispõe sobre organizações da sociedade civil de interesse público.

A aposentadoria especial já vigora para os professores, que podem se afastar aos 25 anos de serviço. Desde a Constituição Federal de 1988, no entanto, a interpretação dominante é que esse benefício só se aplicaria aos professores que exercem atividade em sala de aula. A Lei Federal 11.301, aprovada em 2006, garantiu o mesmo direito para os diretores, mas vem sendo considerada inconstitucional por vários juristas. "Os deputados federais deveriam ter feito uma emenda à Constituição, e não uma lei federal", criticou o deputado Domingos Sávio (PSDB). Sem a aposentadoria especial, os diretores só poderiam se aposentar aos 30 anos de serviço.

Já o apostilamento é o dispositivo por meio do qual o servidor estadual, antes de 2003, podia incorporar definitivamente ao salário a vantagem adquirida pelo exercício de cargo de chefia. Após sua extinção, mesmo diretores que já exerciam a função antes de 2003 não conseguiram mais o apostilamento. A reivindicação é que ao menos os diretores que assumiram o cargo antes desse ano tivessem o direito ao apostilamento.

Uma terceira reivindicação foi a regulamentação da gratificação de desempenho. Segundo a diretora Geralda Cupertino, essa gratificação foi instituída por lei tanto para diretores de escola e de superintendências, mas só teriam sido regulamentadas para estes últimos. "Sabemos que essa regulamentação cabe ao Executivo, mas pedimos o apoio dos deputados", afirmou Geralda.

A presidente da Associação de Diretores das Escolas Oficiais do Estado de Minas Gerais (Adeomg), Maria Natalícia Carvalhaes Câmara, também se queixou da postura do Executivo a respeito das reivindicações do setor. "Diretores da ativa têm medo de vir nessas reuniões e serem punidos. Não estamos em um regime democrático. Estamos em uma bela de uma autocracia", afirmou a diretora.

Deputado defende nova lei estadual

Todos os deputados que participaram da reunião apoiaram as reivindicações dos diretores. O deputado Domingos Sávio considerou um absurdo a idéia de tratar o diretor de forma desvantajosa em relação ao professor. "É como dizer que a tarefa do diretor é menos estressante ou relevante que a do professor", afirmou. Ele levantou a hipótese de se criar nova lei estadual que estabelecesse a equivalência entre as funções de professor e diretor, para os fins reivindicados. "Vamos discutir isso com o Governo do Estado. Se houver dúvidas quanto a essa lei, que façamos um mutirão cívico, liderado pelo governador Aécio Neves, para que essa situação seja sanada no Congresso", declarou o parlamentar.

O deputado André Quintão (PT) afirmou que a interpretação jurídica depende de vontade política e do interesse público, a exemplo da lei que efetivou os servidores designados da educação, que foi promulgada apesar de ter sido considerada inconstitucional por muitos juristas. Sobre o apostilamento, ele defendeu modelo adotado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em que uma regra de transição permitiu o benefício para servidores que haviam exercido o cargo antes da mudança das regras.

O deputado Inácio Franco (PV) lembrou que hoje um professor com dois vínculos empregatícios ganha mais que um diretor. Já o vice-presidente da Comissão, deputado Ademir Lucas (PSDB), lembrou que já houve casos de diretores que foram chamados a retornar ao trabalho após se aposentarem porque seu tempo de exercício em cargo de direção não poderia ser considerado para efeito de aposentadoria.

O presidente da comissão, deputado Elmiro Nascimento (DEM), afirmou que já havia sido elaborado um requerimento pedindo uma audiência de parlamentares e representantes dos diretores com a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena. O deputado Weliton Prado (PT) destacou a importância da mobilização dos diretores, e lembrou que o Estado dobrou sua arrecadação desde 2003, e portanto tem condições de atender as reivindicações.

Aprovado parecer sobre oscips

A Comissão de Administração Pública aprovou ainda parecer favorável, de 1º turno, ao PL 2.162/08, do deputado Vanderlei Miranda (PMDB), que acrescenta parágrafo ao artigo 12 da Lei 14.870, de 2003. A Lei dispõe sobre a qualificação de pessoa jurídica de direito privado como organização da sociedade civil de interesse público (oscips). Pelas regras vigentes, a qualificação como oscip depende de documentos que comprovem a experiência mínima de dois anos da entidade na execução das atividades indicadas no seu estatuto social. Só a partir daí que o Estado pode celebrar termo de parceria com essas entidades. O objetivo do PL 2.162/08 é autorizar que o termo de parceria seja celebrado no caso de a entidade ter sido qualificada com base na experiência de seus dirigentes. O relator do projeto foi o deputado Inácio Franco.

Também foi aprovado requerimento de autoria do deputado Doutor Viana (DEM) solicitando audiência pública para discutir o PL 1.973/07, que altera as Leis 15.462, de 2005, e a Lei Delegada 175, de 2007. As leis tratam de regras relativas aos servidores da saúde.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente; Ademir Lucas (PSDB), vice; André Quintão (PT), Chico Uejo (PSB), Domingos Sávio (PSDB), Inácio Franco (PV) e Weliton Prado (PT). Além das diretoras de escolas já citadas no texto, estavam presentes o vice-presidente da Associação dos Diretores das Escolas Oficiais de Minas Gerais (Adeomg), Rafael de Oliveira; as diretoras Maria dos Anjos Marçal, Margarida Costa Ferreira, Creusa Fernandes e Míriam Guimarães Pires; e os diretores Rogério José Lopes e Álvaro Celso Leite.

 

 

 

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