CCJ aprova parecer sobre reajuste para servidor da saúde

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais já pode analisar, em 1º turno, o Projet...

25/03/2008 - 00:03
 

CCJ aprova parecer sobre reajuste para servidor da saúde

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais já pode analisar, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 1.973/07, do governador, que reajusta o vencimento básico das carreiras do Grupo de Atividades de Saúde e altera regras da jornada de trabalho, entre outras mudanças. O reajuste será retroativo a 1º/1/08. O projeto foi apreciado nesta terça-feira (25/3/08) pela Comissão de Constituição e Justiça, cuja reunião foi acompanhada por dezenas de servidores da saúde. Com faixas e palavras de ordem, os servidores protestaram contra o aumento da carga horária, de 30 para 40 horas semanais, para os auxiliares de enfermagem dos hospitais da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). O projeto prevê a opção pela jornada ampliada. O relator, deputado Hely Tarqüínio (PV), apresentou quatro emendas em seu parecer, que foi aprovado.

Os aumentos são diferenciados para as diferentes categorias, de acordo com o nível de escolaridade. Exemplificando: o reajuste, no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde (SES), para o Auxiliar de Apoio à Gestão e Atenção à Saúde, com carga horária de 30 horas semanais e nível de escolaridade fundamental, médio ou fundamental incompleto, será de 8%. O Especialista em Políticas de Gestão de Saúde, com carga horária de 40 horas e nível superior de escolaridade, com pós-graduação, terá reajuste de 42,86%. Na Fhemig, o Profissional de Enfermagem de nível fundamental ou médio, com carga horária de 20 ou 30 horas, terá um reajuste de 8%. Já para o Profissional de Enfermagem de nível superior, com pós-graduação, o índice será de 17,85%. O Médico da rede Fhemig terá um reajuste de 3%, segundo o projeto.

VTI - Para os servidores que recebem a Vantagem Temporária Incorporável (VTI), do seu valor será deduzido, no todo ou em parte, o acréscimo ao vencimento básico decorrente do reajuste, nos termos do artigo 3º da Lei 15.787, de 2005, que instituiu a vantagem. As modificações propostas no PL 1.973/07 atingem servidores da SES, Fhemig, Fundação Ezequiel Dias (Funed), Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemominas) e Escola de Saúde Pública (ESP).

Relator apresenta emenda para fixar, em lei, valor de 15% para abono de emergência

A emenda nº 1, apresentada pelo deputado Hely Tarqüínio, altera o artigo 12 do projeto, estabelecendo um acréscimo de 15% sobre o vencimento básico, pago a título de abono de serviços de emergência aos servidores das carreiras de Analista de Gestão e Assistência à Saúde que exerçam na Fhemig as funções de psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, bioquímico, biólogo e odontólogo com especialização em cirurgia buco-maxilo-facial; de Técnico Operacional da Saúde, nas funções de técnico de radiologia, técnico de patologia clínica e auxiliar administrativo; de Auxiliar de Apoio da Saúde, nas funções de auxiliar técnico de radiologia, auxiliar de patologia clínica e porteiro; de Médico e de Profissional de Enfermagem.

O artigo 12 do texto original ampliava as categorias profissionais contempladas com o abono, no âmbito da Fhemig, mas não especificava o valor nem fazia referência à sua previsão legal, vinculando-o apenas a um regulamento específico. Tarqüínio entendeu que o abono deve ser tratado no texto da lei, e não em decreto. Hoje não são contemplados com o abono o Analista de Gestão e Assistência à Saúde nas funções de bioquímico, biólogo e odontólogo com especialização em cirurgia buco-maxilo-facial; o Técnico Operacional da Saúde nas funções de técnico de patologia clínica e auxiliar administrativo; e o Auxiliar de Apoio da Saúde nas funções de auxiliar de patologia clínica e porteiro.

A emenda nº 1 determina, ainda, que decreto especificará as unidades que farão jus ao abono em virtude da sazonalidade dos serviços de emergência da área de saúde. Corrige também erro de redação do dispositivo que tratou as carreiras de Médico e do Profissional de Enfermagem como funções da carreira de Auxiliar de Apoio à Saúde.

As emendas n°s 2 e 3 têm como objetivo adequar o projeto à técnica legislativa. A emenda n° 2 altera a redação do artigo 13 e a emenda n° 3 suprime o artigo 34, que revogava artigos da Lei Delegada 135, de 2007, que dispõe sobre a estrutura orgânica básica da ESP. O deputado explicou ainda que a emenda n° 4 foi encaminhada pelo governador e seu objetivo é acrescentar no texto do projeto as tabelas de vencimento básico das carreiras a serem criadas.

Relator lê manifesto dos servidores e explica atribuições da CCJ

Antes de ler seu parecer, o deputado Hely Tarqüínio esclareceu que a CCJ analisa as proposições do ponto de vista da constitucionalidade, legalidade e juridicidade, e que outras alterações podem ser feitas na comissão de mérito, que é a de Administração Pública. Ele enfatizou que o projeto busca, de forma democrática, o reajuste salarial com critérios e isonomia. Quanto à opção pela redução da carga horária de 30 para 40 horas semanais, prevista para categorias de servidores, informou que essa prerrogativa é do Executivo.

O presidente da CCJ, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), reforçou o esclarecimento sobre as atribuições da comissão e informou que Tarqüínio deverá propor uma audiência pública para discutir o projeto. O presidente também lembrou que a análise do parecer na CCJ foi adiada três vezes, na busca de entendimentos.

O relator leu, ainda, manifesto da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg). Segundo o manifesto, estatísticas mostram que o número de licenças médicas e acidentes de trabalho ocorrem com os funcionários que têm a carga horária aumentada, os dos chamados contratos administrativos. "Todos sabemos que o funcionário cansado corre riscos de cometer mais erros que um funcionário descansado", destaca a entidade, enfatizando que a falta de atenção, motivada pelo cansaço, pode acarretar graves prejuízos aos pacientes de setores de urgência, CTIs e bloco cirúrgico.

Projeto também extingue 1.725 cargos e cria carreiras

O projeto traz outras modificações. O artigo 4º extingue, no quadro de pessoal da Fhemig, 590 cargos da carreira de Analista de Gestão e Assistência à Saúde e 1.135 cargos da carreira de Técnico Operacional de Saúde, criadas pela Lei 15.462, de 2005, que institui as carreiras do Grupo de Atividades de Saúde do Executivo. Desta forma, o quantitativo de cargos efetivos da carreira de Analista passa a ser de 1.280 e da carreira de Técnico Operacional, 2.276.

A proposição contempla, ainda, a regularização da jornada de trabalho dos médicos designados para funções gratificadas na Funed, Fhemig e Hemominas, bem como a inclusão das funções de chefia e supervisão no rol de atribuições das funções gratificadas hospitalares da Fhemig. Outra modificação é a criação das carreiras de Técnico em Educação e Pesquisa em Saúde e Analista em Educação e Pesquisa em Saúde, destinadas à ESP.

Normas modificadas - As leis alteradas pelo projeto são: 15.462, de 2005; 15.786, de 2005, e a Lei Delegada 175, de 2007. A Lei 15.786 estabelece as tabelas de vencimento básico das carreiras do Grupo de Atividades de Saúde e dispõe sobre a VTI. A Lei Delegada 175 dispõe sobre o Grupo de Direção e Assessoramento do Quadro Geral de Cargos de Provimento em Comissão e as funções gratificadas da administração autárquica e fundacional do Executivo.

Oscip - A CCJ aprovou, ainda, parecer pela constitucionalidade do PL 2.162/08, do deputado Vanderlei Miranda (PMDB), que regula matéria sobre celebração de termo de parceria entre o poder público e entidades qualificadas como organização da sociedade civil de interesse público (oscips). Pela Lei 14.870, de 2003, a qualificação como oscip depende de documentos que comprovem a experiência mínima de dois anos da entidade na execução das atividades indicadas no seu estatuto social - exigência que pode ser suprida caso se comprove experiência dos dirigentes da entidade na execução das atividades indicadas em seu estatuto.

O objetivo do projeto é autorizar que o termo de parceria seja celebrado no caso de a entidade ter sido qualificada com base na experiência de seus dirigentes. O relator, deputado Dalmo Ribeiro Silva, concluiu pela constitucionalidade do texto na forma original em reunião anterior, mas havia sido concedida vista ao deputado Neider Moreira (PPS). Agora ele já pode ser analisado pela Comissão de Administração Pública, última a apreciá-lo antes de estar pronto para o Plenário em 1º turno.

Deputado quer analisar regras para lan houses e política para nascituro

Dois projetos tiveram a análise adiada, na CCJ, por causa de pedidos de vista. Eles foram feitos pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva, que quer saber mais sobre os pareceres apresentados. Uma das proposições é o PL 1.720/07, da deputada Elisa Costa (PT), que dispõe sobre a identificação de usuário em estabelecimento de acesso público à internet. O relator, deputado Neider Moreira, apresentou o substitutivo nº 1, para inserir as modificações propostas na Lei 16.685, de 2007, que estabelece normas para os estabelecimentos comerciais que oferecem serviço de locação de computadores para acesso à internet e prática de jogos eletrônicos. O objetivo da apresentação do substitutivo é atender ao princípio de consolidação das leis. A norma atual é originada de projeto do presidente da comissão.

Na justificativa para apresentar o projeto, a deputada lembra que os computadores de estabelecimentos como lan houses e cibercafés têm sido utilizados para a prática de atividades ilegais por meio da internet, não havendo controle nem cadastro de seus usuários, o que dificulta a identificação dos autores dos chamados cibercrimes.

O substitutivo acrescenta o artigo 2º-A à lei, obrigando os estabelecimentos a criar e a manter atualizado cadastro dos clientes, contendo os seguintes dados: o tipo e o número do documento de identidade apresentado; o endereço e o telefone; o equipamento usado bem como os horários do início e do término de sua utilização; e o Protocolo Internet (IP) do equipamento usado. O cadastro será mantido por, no mínimo, dois anos. O substitutivo determina que os dados serão armazenados por meio eletrônico, ficando proibida sua divulgação, exceto mediante expressa autorização do cliente, pedido formal de seu representante legal ou ordem judicial.

Em comparação com o substitutivo, o texto original determina que o proprietário do estabelecimento que comprovadamente descumprir a regra terá cassado o alvará de funcionamento dessa modalidade comercial. O projeto original não traz determinações sobre a divulgação dos dados.

O projeto foi elogiado pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), que enfatizou ser preciso disciplinar o assunto, pois muitas pessoas usam as lan houses para a prática de crimes.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva também pediu vista do parecer sobre o PL 1.956/07, do deputado Eros Biondini (PHS), que institui a política estadual de proteção ao nascituro. O projeto estabelece, entre os objetivos da política, a garantia dos direitos do nascituro e a promoção de políticas públicas. Também determina que caberá ao Estado, entre outras ações, desenvolver programas de saúde sexual e reprodutiva, abordando a gravidez precoce; e capacitar profissionais de saúde para fornecer apoio psicológico, médico e social para as gestantes.

O relator, deputado Hely Tarqüínio, opinou pela aprovação do projeto com a emenda n° 1, que apresentou. A emenda retira o artigo 4° do projeto, que estabelecia que as despesas da aplicação da lei serão custeadas com recursos provenientes da Lei Orçamentária.

Incentivo à cultura - Foi adiada a análise do PL 1.022/07, da deputada Elisa Costa, que muda a Lei de Incentivo à Cultura (Lei 12.733, de 1997), permitindo que contribuinte com débito tributário inscrito em dívida ativa possa quitá-lo com desconto de 25%, desde que apóie financeiramente a realização de projetos culturais. O adiamento da análise foi solicitado pelo relator, deputado Neider Moreira, após sugestão de emenda feita pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva.

Na reunião do dia 18 de março, a análise do projeto já havia sido adiada após pedido de vista feito pelo presidente. Nesta data, o relator apresentou parecer concluindo pela constitucionalidade da proposição na forma do substitutivo nº 1, que apresentou. O substitutivo retifica impropriedades técnicas e contempla as inovações trazidas pelo PL 2.097/08, apresentado pelo governador com o objetivo de criar um novo texto normativo para disciplinar toda a matéria e revogar a Lei 12.733, de 1997, que trata do assunto.

Datas Comemorativas - Tiveram pareceres pela constitucionalidade aprovados os PLs 2.111/08, da deputada Cecília Ferramenta (PT), que institui o dia 18 de junho como Dia da Comunidade Japonesa (o relator foi o deputado Dalmo Ribeiro Silva); 2.112/08, do deputado Hely Tarqüínio, que estabelece 15 de fevereiro como Dia Estadual do Pesquisador Científico (relatado pelo deputado Neider Moreira); e 2.128/08, do deputado Wander Borges (PSB), que institui o dia 21 de setembro como Dia Estadual de Combate aos Maus Tratos contra os Idosos (relatado pelo deputado Sebastião Costa, do PPS). O relator do PL 2.111/08 apresentou a emenda nº 1, para suprimir a determinação de incluir a data no calendário oficial do Estado.

Inconstitucionais - Foram aprovados pareceres pela inconstitucionalidade dos PLs 1.855/07, 1.588/07, 1.741/07 e 2.138/08.

Retirados de pauta - Foram retirados de pauta os PLs 2.014/08 e 2.145/08.

Pedido de prazo - O deputado Sebastião Costa pediu, ainda, prazo para dar parecer sobre o PL 2.153/08, do deputado Leonardo Moreira (DEM), que estabelece normas para a elaboração, sob a forma artesanal, de produtos comestíveis de origem animal e sua comercialização.

Diligência - Foram convertidos em diligência: o PL 1.719/07, da deputada Elisa Costa, que dispõe sobre a política estadual de revitalização do desenvolvimento sustentável do Vale do Rio Doce (às Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Agricultura, para saber quais ações já foram implementadas para revitalizar a região); e o PL 2.133/08, do deputado Adalclever Lopes (PMDB), que autoriza o Estado a reverter imóvel a Caiana (à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão e à prefeitura do município, para apurar a conveniência da doação).

Atlético - Ao final da reunião, o deputado Hely Tarqüínio lembrou a comemoração do centenário do Clube Atlético Mineiro, e o deputado Sargento Rodrigues defendeu a proibição da venda e o consumo de bebida alcoólica nas dependências de estádios de futebol nos dias de jogos. Ela está prevista no PL 89/07, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), relatado por ele na Comissão de Segurança Pública. Lembrou os benefícios trazidos à população e ao patrimônio público com a medida.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), Neider Moreira (PPS), Sargento Rodrigues (PDT) e Sebastião Costa (PPS).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715