Emigração leva deputados a Governador Valadares na sexta (28)

Quais as alternativas de desenvolvimento para reduzir os efeitos do fluxo migratório de trabalhadores do Vale do Rio ...

24/03/2008 - 00:00
 

Emigração leva deputados a Governador Valadares na sexta (28)

Quais as alternativas de desenvolvimento para reduzir os efeitos do fluxo migratório de trabalhadores do Vale do Rio Doce para o exterior? A pergunta motiva debate que será promovido nesta sexta-feira (28/3/08) pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A reunião será realizada em Governador Valadares, a requerimento da deputada Elisa Costa (PT), e dela poderão sair propostas para solucionar o problema. Marcada para as 9 horas, a reunião será na Câmara Municipal (Rua Marechal Floriano, 905 - Centro).

Para a deputada, o desafio é encontrar caminhos que fixem o trabalhador na cidade e no campo, criando oportunidades para as famílias e, principalmente, para os jovens. "É preciso implantar programas que criem condições para que o jovem tenha um projeto de vida local. Não é pensar em cessar a migração, mas criar opções para ele ficar na cidade", destaca. Ela defende a inclusão do Vale do Rio Doce no projeto do Governo Federal Territórios da Cidadania, que envolve diversos ministérios em ações para o desenvolvimento regional. O programa já atinge os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha.

Em setembro de 2007, quando a comissão discutiu esse mesmo assunto em Belo Horizonte, a emigração já apontava esvaziamento populacional em diversos municípios do Rio Doce - alguns com perda superior a 50% da população. Para a deputada, há tendência de surgimento do fenômeno da "cidade fantasma", uma vez que, entre 1960 e 1991, a população da região foi reduzida em 1,5 milhão de pessoas. Os países mais procurados seriam Estados Unidos, Canadá e Portugal. Para se ter idéia do problema, em setembro de 2007 cerca de 54% das famílias de Governador Valadares tinham algum parente no exterior, segundo pesquisa da professora Sueli Siqueira, da Univale. Perguntados sobre o desejo de retornar ao Brasil, 89% teriam se manifestado contrariamente.

Convidados - Estão confirmadas as presenças do presidente da Câmara Municipal e da Associação dos Parentes e Amigos dos Emigrantes de Minas, vereador Paulo Costa; do coordenador-geral do Conselho Nacional de Imigração, Paulo Sérgio Almeida; do coordenador-geral de Monitoramento e Avaliação do Ministério de Desenvolvimento Agrário, Márcio Hirata; do professor Haruf Salmen Spíndola, pesquisador do Núcleo de Estudos Multidisciplinar sobre Desenvolvimento Regional da Univale; e do coordenador do Centro de Informação, Apoio e Amparo à Família e ao Trabalhador no Exterior (Ciatt), Antônio Carlos Linhares Borges. Foram também convidados a participar o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda; e o professor Weber Soares, pesquisador do Instituto de Geociências da UFMG.

Trabalho do Ciatt foi apresentado em setembro

Em setembro de 2007, quando o assunto foi discutido na Capital, o coordenador do Centro de Informação, Apoio e Amparo à Família e ao Trabalhador no Exterior (Ciatt), Antônio Carlos Linhares Borges, apresentou as ações da entidade, que desenvolve projetos com o objetivo de intervir e melhorar a realidade social e econômica de Governador Valadares. Esses projetos já estão sendo estendidos a outros oito municípios, como incubadoras de cooperativas, projetos de identidade cultural, e apoio ao empreendedorismo.

O diagnóstico que deu base ao trabalho do Ciatt foi apresentado pela pesquisadora do Núcleo de Estudos Multidisciplinar sobre Desenvolvimento Regional da Univale, Sueli Siqueira. Segundo os dados, 54% das famílias visitadas têm parentes no exterior. Cerca de 67% dos responsáveis pelo domicílio eram do sexo feminino e 65% tinham escolaridade até o ensino fundamental. "Um dado novo, ou seja, que nunca apareceu em pesquisas sobre o tema, é que muitos emigrantes voltam doentes. Também apareceu o problema do endividamento da família para custear a viagem, o que faz com que ela seja praticamente refém dos credores", informou.

O professor Weber Soares, pesquisador do Instituto de Geociências da UFMG, apresentou estudo sobre aspectos econômicos da emigração. Os dados indicam que raramente os recursos financeiros enviados ao Brasil são utilizados com propósitos produtivos. "Estima-se que os emigrantes enviam de U$ 1,2 bilhão a U$ 4,1 bilhões ao Brasil, sendo 76% desse valor para a família", informou ele.

A audiência de setembro foi dedicada aos familiares do mineiro assassinato em Londres, Jean Charles de Menezes, que estavam presentes.

 

 

 

 

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