ALMG volta a discutir transferência da rodoviária de
BH
A rodoviária de Belo Horizonte, instalada no centro
da cidade desde 1971, pode ser transferida para o Bairro Calafate,
na Região Oeste. A prefeitura municipal já está com estudos
avançados nesse sentido, mas a mudança está deixando apreensivos os
moradores da região. As conseqüências dessa transferência serão
debatidas pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na próxima terça-feira
(18/3/08), às 10 horas, no Auditório da ALMG. O requerimento para a
reunião é do deputado Délio Malheiros (PV).
Segundo o parlamentar, a Prefeitura de Belo
Horizonte, ao tomar a iniciativa de transferir a rodoviária de um
local para outro, está extrapolando sua competência, porque o
transporte intermunicipal e interestadual é atribuição do Estado.
Além disso, de acordo com ele, não foi esclarecido nem mesmo se o
terreno onde se pretende instalar o novo terminal pertence à
prefeitura.
Délio Malheiros diz que é contra a mudança da
rodoviária para o Calafate porque, a despeito do alto custo do
projeto (cerca de R$ 35 milhões), simplesmente se estará
transferindo o problema de um local para outro. O deputado defende
uma solução mais moderna, seguindo modelos já adotados em grandes
cidades da Europa: pequenos terminais localizados em pontos
estratégicos nos limites dos municípios, descentralizando a
movimentação de passageiros e evitando o tráfego intenso na região
central.
Para Belo Horizonte, afirma Malheiros, essa fórmula
seria interessante, já que 70% do movimento da rodoviária da Capital
se refere ao transporte de e para cidades localizadas a cerca de 50
quilômetros de distância. A mesma opinião foi explicitada pelo
deputado Gustavo Valadares (DEM), durante audiência pública da
Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas realizada em
abril do ano passado.
Naquela reunião, os deputados receberam a
informação de que as obras serão custeadas pela iniciativa privada,
em troca da concessão de operação. A capacidade de atendimento do
novo terminal será de 52 mil pessoas/dia, superior às 35 mil
atendidas hoje, e haverá 100 lojas e 380 vagas de estacionamento.
Quanto à proposta de criação de rodoviárias regionais, o técnico da
Secretaria de Transportes e Obras Públicas, Lindemberg Ribeiro
Costa, disse que isso traria problemas administrativos, "porque as
empresas teriam que manter estruturas em cada uma, com impacto sobre
as tarifas".
Em reunião no último dia 14 de fevereiro na Câmara
de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o presidente da
Câmara de Vereadores, Totó Teixeira, se disse favorável à
transferência da rodoviária para o Calafate, alegando que a medida
desafogaria o trânsito e aumentaria a valorização do hipercentro da
Capital.
Convidados - Para a reunião
foram convidados o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte,
vereador Totó Teixeira; o diretor-geral do Departamento de Estradas
de Rodagem (DER), José Élcio Santos Montese; o secretário municipal
de Políticas Urbanas de Belo Horizonte, Murilo Valadares; a
promotora de Habitação e Urbanismo Marta Alves Larcher; o presidente
da BHTrans, Ricardo Mendanha Ladeira; o gerente regional do Terminal
Rodoviário Governador Israel Pinheiro, Ricardo Coutinho Camilo; o
professor da UFMG e especialista em transporte Ronaldo Guimarães
Gouvea; e o presidente da Associação SOS Bairros, Guilherme
Neves.
|