Comissão avalia inclusão social dos deficientes visuais

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quinta-feira (13/3/08) para ...

13/03/2008 - 00:00
 

Comissão avalia inclusão social dos deficientes visuais

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quinta-feira (13/3/08) para avaliar a inclusão social do deficiente visual. De acordo com o autor do requerimento, deputado Durval Ângelo (PT), a Constituição de 1988 garantiu vários direitos aos portadores de deficiência, mas a maioria deles ainda não foi aplicado. Para o parlamentar, ainda existe uma grande distância entre a legislação e a realidade, e é preciso garantir a implementação de políticas públicas através da mobilização popular.

A cantora e compositora Kátia é portadora de deficiência visual desde o nascimento. Ela disse que enfrentou grandes problemas de inserção social na idade escolar. Segundo ela, depois de várias tentativas, somente uma escola pública aceitou que ela fosse matriculada. Na sala de aula, a cada dia sentava ao seu lado um colega diferente para ditar os trabalhos do quadro e para que se conhecessem melhor. Ela atribui as vitórias na vida ao apoio que recebeu da família.

O professor e ex-diretor do Instituto São Rafael, José Juvenal da Cruz Filho, lembrou que a partir do momento em é constatado qualquer tipo de deficiência é necessário buscar tratamento imediatamente. Ele destacou que as escolas especiais surgiram numa época em que não havia outras opções de ensino. Para ele é importante avaliar a qualidade do trabalho desenvolvido nas escolas especiais ou nas tradicionais. Ele destacou também que a educação das pessoas cegas não é das mais difíceis, mas exige ações efetivas que levem essas pessoas a exercitar sua potencialidade e cidadania.

A superintendente de Promoção e Proteção de Direitos Humanos, Silvia Porto Buarque Gusmão, representou o subsecretário de Estado de Direitos Humanos, João Batista de Oliveira. Ela lembrou que a luta pela inclusão social das pessoas com deficiência visual é histórica. "As pessoas devem ter seus direitos realizados, por isso tentamos fortalecer os conselhos e garantir investimento em políticas públicas".

A diretora da Secretaria de Estado de Educação, Ana Regina Carvalho, lembrou ações do governo. Uma conquista recente é o atendimento da pessoa com deficiência visual pela rede pública de ensino no município de origem. As escolas estão investindo em projetos de capacitação de professores e recebem recursos financeiros e tecnológicos da Secretaria da Educação. Minas Gerais possui atualmente 984 professores especializados no atendimento de deficientes. Ela informou também que a educação especializada foi ampliada em 2007. O Estado possui 894 professores para o atendimento educacional especializado.

A coordenadora do Centro de Apoio às Pessoas com Deficiência, Myriam Campolina Silva, lembrou que Belo Horizonte tem atualmente 130 alunos cadastrados no Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual em 82 escolas municipais. O centro trabalha com orientação à escola, produção de material em braille para crianças de baixa visão e orientação à família.

O coordenador municipal de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência, José Carlos Dias Filho, destacou que a maior preocupação da entidade é fazer com que o deficiente se locomova com a maior autonomia possível.

Presenças - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão. Também participaram dos debates a diretora do Instituto São Rafael, Elisabeth Coelho Fontes, e o escritor Silvio Cerceau.

 

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