Doação de terreno pode solucionar impasse no Minas Caixa II

O Projeto de Lei (PL) 1.763/07, do deputado Irani Barbosa (PSDB), que autoriza o Executivo a doar terreno aos morador...

13/03/2008 - 00:00
 

Doação de terreno pode solucionar impasse no Minas Caixa II

O Projeto de Lei (PL) 1.763/07, do deputado Irani Barbosa (PSDB), que autoriza o Executivo a doar terreno aos moradores do Conjunto Minas Caixa II, pode ser a solução para o drama das mais de 500 famílias que ainda não têm o título das casas que ocupam há 19 anos. A conclusão foi apresentada pelo presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Délio Malheiros (PV), durante audiência da comissão, solicitada pelo autor do projeto. Dezenas de moradores do conjunto, localizado em Venda Nova, acompanharam as exposições de representantes da Companhia de Habitação do Estado (Cohab), da Urbel e de secretarias de Estado.

De acordo com Délio Malheiros, o PL 1.763/07, que está em fase inicial de tramitação na ALMG, precisa ser aperfeiçoado para conceder a titulação de propriedade das casas também aos atuais moradores e não apenas aos proprietários originais. Ele apresentou um requerimento pedindo que o projeto seja encaminhado à Comissão de Defesa do Consumidor para ser analisado. "A falta da escritura desvaloriza os imóveis. Ninguém vai pagar o valor real por um imóvel sem documentação", afirmou. O PL 1.763/07 autoriza a doação do terreno de 150 mil m2 na área proporcional que couber aos 590 moradores assentados por meio do Programa de Habitação Popular Pró-Habitação.

O deputado Irani Barbosa informou que o terreno foi cedido pelo ex-governador Newton Cardoso para a construção do conjunto habitacional, e que as obras ocorreram entre os anos de 1988 e 1989. Como o governo não concedeu a titulação das terras, os moradores sofrem constantes pressões e ameaças de despejo, segundo relatou o deputado. "Sem os documentos de propriedade, os moradores ficaram entregues à própria sorte", disse. Ele denunciou também que a Fundação Tiradentes, da Polícia Militar, teria adquirido casas no local para locação.

A assessora da Secretaria de Estado de Governo, Gracinha Barbosa, acrescentou que os moradores são oprimidos e acabam sendo usados como "massa de manobra" por políticos que ameaçam tirar suas casas. Ela reúne cópia de vários documentos sobre o Conjunto Minas Caixa II, como o despacho do governador doando o terreno, os croquis e a divisão do terreno que, segundo ela, foi mal feita.

Sedru seria a atual gestora do Conjunto Minas Caixa II

A Cohab não tem qualquer responsabilidade sobre o processo do Conjunto Minas Caixa II, segundo explicou o diretor de Desenvolvimento e Construção da companhia, José Antônio Costa Cintra. Ele disse que, com a extinção do Programa Pró-Habitação, por meio do Decreto 33.374, de 1992, todos os processos geridos pelo programa foram transferidos para a Secretaria de Estado de Habitação, atual Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru). A Sedru não foi convidada a participar da reunião.

A chefe da Divisão de Planejamento da Urbel, Carla Marques, informou que está sendo realizado um estudo aprofundado da área onde se situa o Minas Caixa II, com vistas à urbanização do local. O Plano Global Específico aborda aspectos físicos, sociais e jurídicos e, de acordo com Carla Marques, é um instrumento importante para as ações futuras, dando diretrizes, inclusive, para a regularização fundiária.

Santa Luzia - A situação dos mutuários do conjunto habitacional de Santa Luzia também foi tratada durante a reunião. De acordo com o deputado Irani Barbosa, as casas foram construídas em regime de mutirão, e a Cohab estaria cobrando valores irreais pelas propriedades. O gerente de Desenvolvimento da Cohab, Cláudio Antônio Bisinoto, explicou que a companhia desenvolveu o projeto para ser executado em mutirão para baratear os custos para os mutuários. E acrescentou que todos os materiais foram fornecidos pela Cohab e também a mão-de-obra para execução da estrutura e das fundações. O mutirão, segundo ele, teria sido usado para alvenaria e acabamentos externos. O custo das unidades, à época da entrega aos moradores, em 1998, foi de R$ 9 mil.

Na fase de debates, alguns moradores de conjuntos habitacionais apresentaram aos deputados suas queixas quanto às dificuldades encontradas para a regularização de seus imóveis.

Requerimento - Durante a reunião foi aprovado requerimento do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) pedindo a realização de audiência pública para debater o Gás Natural Veicular (GNV) no Estado.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Antônio Júlio (PMDB); Célio Moreira (PSDB); Walter Tosta (PMN); e Irani Barbosa (PSDB). Além dos convidados citados na matéria, participou da audiência o assessor do subsecretário de Estado de Assuntos Municipais, Osório Couto.

 

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