| Comissão pede suspensão de liminares contra moradores de 
            Contagem A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia 
            Legislativa de Minas Gerais vai solicitar à juíza da 11ª Vara da 
            Justiça Federal, Ângela Maria Catão Alves, a suspensão de duas 
            liminares, uma que determina a demolição de moradias e a retirada 
            dos moradores da Vila Novo Boa Vista, em Contagem, e a outra que 
            impede novas construções no local, onde será construído o Anel 
            Viário do Contorno Norte da Grande Belo Horizonte, conhecido como 
            Rodoanel. As liminares foram concedidas pela magistrada ao 
            Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), 
            responsável pela obra na BR-040, próximo às Centrais de 
            Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas). A decisão foi tomada após um encontro entre os 
            deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e Carlin Moura 
            (PCdoB) e a juíza, na tarde desta quarta-feira (12/3/08). Também 
            será solicitado que a Justiça exija do Dnit a planta da obra, um 
            cadastramento das construções que serão demolidas, um plano de 
            remoção dos moradores e alternativas para indenização ou 
            reassentamento dos atingidos. De acordo com o representante dos 
            moradores que esteve na visita, Márcio Ferreira da Silva, calcula-se 
            que entre 100 e 150 famílias serão desalojadas da área. Afirmou que 
            os moradores da Vila ocuparam o local há 25 anos. A juíza se prontificou a analisar a possibilidade 
            de suspender as liminares até se chegar a um acordo para a 
            destinação das pessoas. "Eles (os moradores) precisam sair, mas é 
            preciso discutir como", admitiu Ângela Catão Alves. Opções - O deputado Durval 
            Ângelo lembrou que já foi conseguido um acordo muito vantajoso com o 
            governo estadual em relação à construção da Linha Verde, em Belo 
            Horizonte. Aos moradores foram dadas opções de receber o dinheiro da 
            indenização, retornar para suas cidades de origem ou se mudar para 
            moradias de três quartos construídas especialmente para os 
            desabrigados nas áreas remanescentes da obra. "É preciso assegurar 
            um assentamento com dignidade", advertiu o parlamentar. Carlin Moura 
            ressaltou que é fundamental estabelecer os critérios para a remoção 
            das famílias para agilizar o processo. Além dos deputados, também estiveram no encontro os 
            defensores públicos Gustavo Zortea da Silva e Giedra Cristina Pinto, 
            que acompanham o caso. Eles explicaram que faltam muitas informações 
            sobre o empreendimento, o que dificulta a defesa dos moradores. Não 
            se sabe como será a obra, quantas pessoas serão atingidas e nem a 
            área exata que será utilizada. Há boatos de que entre os lotes, 
            existem propriedades da União, do Estado, do município de Contagem e 
            até de particulares. "O Dnit não tem preocupação e até agora não 
            apresentou qualquer alternativa para resolver o problema", reclamou 
            Zortea da Silva. Presenças - Deputados 
            Durval Ângelo (PT), presidente e Carlin Moura (PCdoB), além dos 
            citados na matéria.   
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