Professor da UFV critica legislação ambiental

A legislação ambiental brasileira recebeu duras críticas do professor de Política e Gestão Florestal da Universidade ...

11/03/2008 - 00:00
 

Professor da UFV critica legislação ambiental

A legislação ambiental brasileira recebeu duras críticas do professor de Política e Gestão Florestal da Universidade de Viçosa (UVF), Sebastião Renato Valverde, que participou, nesta terça-feira (11/03/08), do Ciclo de Debates Licenciamento Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, organizado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

"Os exageros e as exigências absurdas do processo de licenciamento, por exemplo, causam efeitos colaterais e atrapalham muito mais do que ajudam. A verdade é que nenhum produtor rural neste País tem condições de cumprir a lei. Ou seja, todos viram criminosos, e o resultado é uma grande rejeição", afirmou o especialista.

O professor também criticou o excesso de normas do setor, muitas delas conflitantes. "E não adianta mudar as leis em Minas porque o problema está na base. Já vem errado de Brasília. Aqui mesmo no Estado a lei já sofreu uma revisão e a emenda saiu pior que o soneto", acrescentou.

Informatização - O diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Humberto Candeias Cavalcanti, deu uma boa notícia aos participantes que lotaram o Plenário durante toda a tarde. Segundo ele, dentro de 60 dias, no máximo, um novo sistema totalmente informatizado vai eliminar a burocracia dos produtos provenientes de florestas plantadas. "Ficará mais fácil para toda a cadeia produtiva. É o fim do papel para quem compra, vende, transporta e fiscaliza", informou. Humberto Cavalcanti ainda fez um balanço da atuação do órgão e destacou a expansão da área reflorestada no Estado, que aumentou de 35 mil hectares em 1993 para 164 mil em 2007.

BDMG - O gerente da Divisão Agropecuária do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Leonardo Guimarães Parma, também participou do painel e apresentou um resumo das ações da instituição no setor.

Deputado defende terceirização da vistoria ambiental

O deputado Domingos Sávio (PSDB) afirmou, durante o debate, que irá defender na Comissão do Meio Ambiente que se libere a atuação do engenheiro florestal em vistorias prévias para licenciamento ambiental. Para o deputado, os órgãos ambientais deveriam restringir sua atuação à fiscalização de projetos já implantados. "Temos que respeitar o diploma do engenheiro florestal. Essa restrição é fruto de uma ação corporativista", afirmou.

O presidente do Sindicato da Indústria do Ferro (Sindifer-MG), o ex-ministro Paulino Cícero, citou dados que atestam a importância da madeira e do carvão vegetal como fonte de energia para diversos setores. Segundo ele, essas fontes respondem por 58,2% da energia caseira consumida em Minas, 50% da energia da indústria ceramista e 61% da energia consumida pela indústria do ferro-gusa.

Já o presidente da Associação Mineira de Silvicultura, Bernardo Vasconcelos, defendeu as florestas plantadas como a única forma de reduzir a pressão sobre a mata nativa. "Fala-se tanto em biocombustível líquido, pois a tecnologia do biocombustível sólido, que é o carvão vegetal, é uma tecnologia dominada e popularizada no País", afirmou. Ele defendeu que empreendimentos que não demandem corte de mata nativa, os projetos de reflorestamento sejam autorizados pelo simples registro e anotação de responsabilidade técnica de um engenheiro florestal. Segundo ele, essa desburocratização viabilizaria investimentos de até R$ 1,5 bilhão.

Por fim, o engenheiro florestal e assessor da Secretaria de Estado da Agricultura, José Batuíra de Assis, criticou propostas legais de exigência de auto-sustentabilidade que, para ele, induzem à concentração fundiária e à criação de plantios extensos, dificultando a consolidação de um mercado florestal.

 

 

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