Copasa apóia medição individualizada de consumo de água em prédios

A medição individualizada do consumo de água em prédios e condomínios residenciais e comerciais tem o apoio da Copasa...

06/03/2008 - 00:00
 

Copasa apóia medição individualizada de consumo de água em prédios

A medição individualizada do consumo de água em prédios e condomínios residenciais e comerciais tem o apoio da Copasa, que já testa tecnologias de leitura remota desse consumo. A informação foi apresentada pelo superintendente comercial da empresa, Cláudio Gomes dos Santos, durante audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quinta-feira (6/3/08). Ele afirmou que a cobrança individual é uma questão de justiça. A medida está prevista no Projeto de Lei (PL) 973/07, do deputados Fábio Avelar (PSC) e Adalclever Lopes (PMDB), que tramita em 2º turno.

Avelar, que também pediu a realização da audiência para debater o assunto com entidades representativas do setor, afirmou que o novo sistema traz vantagens para os condomínios, como a redução da inadimplência; para o meio ambiente, diminuindo o desperdício de água; e para os próprios usuários, que pagarão apenas pelo que consumirem. "Segundo estudos realizados, a medição individualizada pode reduzir o consumo em até 30%", afirmou. O deputado também defendeu uma mudança de cultura e disse que as dificuldades de ordem técnica podem ser superadas com novas tecnologias. Fábio Avelar estima que o projeto possa ser votado pelo Plenário em até 30 dias.

Projeto é inovador e traz desafios

Para o presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV), o projeto é inovador e, por essa razão, traz desafios para sua implantação. O vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, disse que, recentemente, entregou um prédio com medidores individuais em que o consumo é monitorado à distância, por meio de sensores. A experiência tem funcionado precariamente, com a medição individualizada servindo apenas para o rateio interno do valor cobrado pela Copasa. "A Copasa ainda não tem condições para fazer as medições", concluiu. O empresário também defendeu que o projeto não seja impositivo. "O consumidor precisa ter direito de optar. Não precisamos de mais reservas de mercado", afirmou.

Os deputados Fábio Avelar e Antônio Júlio (PMDB); Cláudio dos Santos, da Copasa; e o diretor da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), Bráulio Franco Garcia, concordaram que o projeto não deve impor o sistema individualizado. Bráulio Garcia acredita que se o projeto fosse impositivo, o mercado não daria conta de atender a demanda. "Em São Paulo foi feita uma lei assim e o Estado precisou recuar, porque começaram a aparecer os picaretas", exemplificou. Para ele, em alguns prédios, o perfil de consumo é mais homogêneo, não justificando a separação dos hidrômetros. O diretor do Sinduscon também acredita que o novo sistema só é viável para os prédios novos, quando ainda estão sendo projetados. Na opinião dele, os custos das reformas para adaptar o sistema de medição dos prédios já construídos podem tornar a medida desvantajosa.

Na fase de debates, os participantes da audiência tiveram a oportunidade de receber contribuições de dois membros da Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais (Abrasip). Normando Alves e Rony Rossi apresentaram novidades na área de tecnologia que podem minimizar as dificuldades técnicas encontradas hoje para a implantação do projeto. Rony Rossi, por exemplo, disse que a dificuldade de instalar o sistema de medição individual em prédios que tenham aquecimento solar pode ser superada facilmente hoje. Ele explicou que, como a água dilata de forma linear com o aquecimento, existem pelo menos três sistemas no mercado que conseguem fazer a medição.

O relator do projeto em 2º turno, deputado Antônio Júlio (PMDB), elogiou a Copasa pelas pesquisas sobre os sistemas disponíveis que vem realizando antes mesmo do projeto virar lei.

Taxa mínima - Outro assunto bastante abordado durante a audiência foi a cobrança mínima por unidade autônoma de 6 m3 em edifícios comerciais. De acordo com o deputado Délio Malheiros, a cobrança é um absurdo, porque desestimula a economia e leva o consumidor a pagar pelo que não consumiu. O deputado Domingos Sávio (PSDB) defendeu que a cobrança mínima deveria ser abolida por meio de emenda do Colégio de Líderes apresentada ao PL 973/07.

O deputado Fábio Avelar defendeu que a extinção da taxa mínima seja tratada em outro momento para não atrasar a tramitação do PL 973/07. Ele concorda que o fim da taxa é uma reivindicação dos usuários que precisa ser analisada, mas considera que o assunto deva ser tratado levando-se em conta toda a política tarifária da empresa. O deputado Walter Tosta (PMN) apoiou a idéia da apresentação da emenda apesar do risco de atraso na tramitação do projeto da medição individualizada.

O superintendente da Copasa, Cláudio dos Santos, disse que a taxa mínima já foi reduzida de 10 m3 para 6 m3, e que a política tarifária da empresa atende à Lei Federal 11.445, de 2007. Ele também lembrou que a companhia trabalha com o consumo progressivo, que beneficiaria quem consome menos. O presidente da comissão, deputado Délio Malheiros, disse que a cobrança progressiva não resolve todas as distorções existentes.

Requerimentos - A comissão aprovou dois requerimentos do deputado Délio Malheiros durante a reunião. Um deles pede que o presidente da Companhia de Habitação (Cohab-MG), Teodoro Lamounier, seja convidado para participar de audiência pública para debater questões que afligem os moradores do Conjunto Habitacional MinasCaixa II. O outro requerimento solicita a realização de audiência com os fabricantes de aparelhos celulares com o intuito de discutir os constantes defeitos técnicos sofridos por esses produtos e as dificuldades encontradas pelos consumidores junto às assistências técnicas autorizadas para a solução desses defeitos.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Antônio Júlio (PMDB); Walter Tosta (PMN); Fábio Avelar (PSC) e Domingos Sávio (PSDB). Além dos convidados citados na matéria, também participou da reunião o diretor-tesoureiro da Escola Superior de Advocacia da OAB-MG, Joel Gomes Moreira Filho.

 

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