Tradição popular de Sabará pode virar patrimônio cultural do Estado

A exemplo do processo tradicional de fabricação da cachaça de Minas em alambique, a técnica de confecção da renda tur...

05/03/2008 - 00:00
 

Tradição popular de Sabará pode virar patrimônio cultural do Estado

A exemplo do processo tradicional de fabricação da cachaça de Minas em alambique, a técnica de confecção da renda turca de bicos, originária de Sabará, poderá tornar-se patrimônio cultural do Estado. É o que determina o Projeto de Lei (PL) 2.000/08, do deputado Wander Borges (PSB), que teve parecer favorável aprovado na reunião desta quarta-feira (5/3/08) da Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O projeto está pronto para ser apreciado em 1º turno pelo Plenário.

A relatoria do projeto foi redistribuída ao deputado Dimas Fabiano (PP), que foi favorável à sua aprovação, com a emenda apresentada pela Comissão de Constituição e Justiça. A emenda adotou a expressão "patrimônio cultural", retirando o termo "histórico" e estabeleceu que o bem a ser tutelado é o processo de feitura da renda turca de bicos e não a renda em si, corrigindo as impropriedades da proposição original.

O parecer explica que a doutrina existente considera que patrimônio cultural engloba os bens artísticos e históricos, ou seja, "patrimônio cultural" é o gênero, enquanto "patrimônio artístico" e "patrimônio histórico" são espécies. Torna-se, portanto, desnecessário incluir na declaração a condição de histórico ao bem que será tutelado.

Na justificativa para apresentar a proposição, Wander Borges explica que a renda turca é confeccionada manualmente, com agulhas, e foi introduzida no País no século 18 por artesãos estrangeiros. Em meados do século 20, em Sabará, a moradora Nair Pinto agregou novos procedimentos, criando a renda turca de bicos. O conhecimento foi difundido e a técnica, preservada, sendo transmitida a outras rendeiras locais.

Caminho da Luz - Também foi analisado o PL 1.271/07, do deputado Durval Ângelo (PT), que declara como patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais o Caminho da Luz. O relator foi o deputado Wander Borges. O projeto teve parecer favorável aprovado com a apresentação da emenda nº 1, que suprime a palavra "histórico" do artigo 1º, pelos mesmos motivos argumentados no parecer do PL 2.000/08.

A rota de peregrinação conhecida como Caminho da Luz abrange os municípios de Tombos, Pedra Dourada, Faria Lemos, Carangola, Caiana, Espera Feliz, Caparaó e Alto Caparaó. De acordo com Durval Ângelo, além das belezas naturais do caminho, inserido na Zona da Mata, são divulgados contos, lendas e histórias junto aos peregrinos, o que vem atraindo milhares de caminhantes do Brasil e do exterior. O projeto estabelece que cabe ao Executivo a adoção das medidas cabíveis para registro do espaço cultural.

Foi aprovado ainda um projeto de lei que dispensa apreciação do Plenário.

Ao final, a presidente da comissão, deputada Gláucia Brandão (PPS), lembrou as comemorações realizadas ontem pela ALMG voltadas para o Dia Internacional da Mulher e convidou a todos para visitar a exposição De Peito Aberto, na Galeria da Assembléia, com fotos de mulheres que tiveram câncer de mama.

Presenças - Deputada Gláucia Brandão (PPS), presidente; e deputados Dimas Fabiano (PP) e Wander Borges (PSB).

 

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