Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência terá R$ 1 bilhão

Presente ao Ato Especial em Comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, no Plenário da Assembléia Legislativa de Mi...

04/03/2008 - 00:01
 

Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência terá R$ 1 bilhão

Presente ao Ato Especial em Comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (4/3/08), a representante da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a subsecretária de Ações Especiais, Stella Taquette, falou sobre o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, do Governo Federal. O pacto é um conjunto de ações, a ser executado nos próximos quatro anos, com o objetivo de prevenir e enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres. A iniciativa contará com recursos da ordem de R$ 1 bilhão.

"As pessoas não sabem a dimensão desse tipo de violência no nosso País", disse. Segundo dados apresentados por ela, 43% das brasileiras, em algum momento da vida, já foram agredidas. A cada 15 segundos, ocorre um espancamento e a cada 20, uma ameaça com arma de fogo. Das ligações recebidas pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), em julho de 2007, 59% denunciaram violência contra a mulher de freqüência diária. "Ditados como 'mulher gosta de apanhar' e 'roupa suja se lava em casa' são um mito que tem que ser combatido", falou Stella.

A chefe da Divisão de Polícia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente de Belo Horizonte, Olívia de Fátima Braga Melo, fez um histórico da luta pelos direitos da mulher e lembrou a criação das Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam) como uma experiência pioneira, "que contribuiu para dar visibilidade a esse tipo de violência". Olívia reafirmou a importância das ações das entidades que formam a Rede Mineira de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. "A Rede é uma articulação política."

Dificuldades - "Já temos um tecido bonito feito pelas entidades que compõem nossa rede. Temos dificuldades, mas também temos muito o que comemorar", disse a promotora de Justiça de Defesa dos Direitos da Mulher, Laís Maria Costa Silveira. "Dois grandes nós precisam ser desfeitos", salientou. Segundo ela, o primeiro deles é a criação dos juizados especiais. "Precisamos urgentemente desse aparato." A criação desses juizados voltados especialmente para as mulheres está prevista no PLC 26/07, da organização judiciária do Estado, em tramitação na ALMG.

A segunda dificuldade citada por ela é a falta de casas de passagem, para receber mulheres que denunciaram casos de violência, até que elas encontrem um lugar seguro para ficar. Laís também frisou que muitas discussões jurídicas têm travado a atuação da promotoria. "Temos um grande número de denúncias rejeitadas por juízes." De acordo com ela, muitos magistrados pedem novas entrevistas às vítimas. "Quem atua na área sabe que casos de violência doméstica passam por ciclos", explicou, citando que algum tempo depois da agressão e até mesmo do risco de morte, a denunciante pode mudar de atitude, devido a uma calmaria passageira em seu casamento, por exemplo.

 

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