Violência foi tema do Dia Internacional da Mulher na Assembléia

Minas será o 11º Estado brasileiro a ser contemplado com as ações do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência cont...

04/03/2008 - 00:00
 

Violência foi tema do Dia Internacional da Mulher na Assembléia

Minas será o 11º Estado brasileiro a ser contemplado com as ações do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, iniciativa federal que contempla ações de saúde, educação, justiça, segurança pública, cultura e geração de renda. A subsecretária da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Stella Taquette, disse que a complexidade dos critérios e a dificuldade na negociação do pacto levou o Governo Federal a escolher inicialmente apenas dez estados.

A não-inclusão de Minas mereceu reparo do presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), no discurso de abertura das comemorações do Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (4/3/08), no Plenário. "Minas não consta entre os primeiros integrantes. Apelo, nesta oportunidade, para que o Estado seja logo incluído entre os atendidos pelos programas e estratégias que priorizam, sobretudo no âmbito municipal, a implementação deste pacto", disse o presidente.

Antes do final da solenidade, a chefe da Coordenadoria Especial da Mulher, Virgília Rosa, informou que Minas será o 11º Estado a ser atendido com as ações do pacto. Virgília relatou as iniciativas do Governo de Minas para atender a mulher, com destaque para o Caminhão da Saúde, que realiza exames de ultrassonografia, Papanicolau e outros necessários à saúde feminina, e para o telefone 0800 a ser instalado brevemente para receber denúncias, reclamações e orientações do programa Fala Mulher.

Virgília Rosa disse ainda que dentro de 60 a 90 dias estará em funcionamento o Centro de Referência da Presa Grávida, um presídio especial para que as detentas possam cuidar de seus filhos até a idade de um ano. A coordenadora acredita que a iniciativa estadual seja pioneira no Brasil.

Homenagens - Cada uma das sete deputadas estaduais discursou da tribuna expondo suas idéias sobre a luta feminina e destacando as qualidades das 14 mulheres que indicaram para serem homenageadas este ano. A seqüência de discursos foi interrompida para uma apresentação de canto, dança e declamação de temas afro-brasileiros pelo grupo Baobá. Uma das canções busca popularizar os princípios da Lei Maria da Penha, que tipifica como crime a agressão doméstica contra a mulher.

Ana Maria Resende (PSDB) disse que o governador Aécio Neves escolheu cinco mulheres para o seu secretariado, "buscando equilibrar o pensar e o fazer masculino com o feminino". No entanto, segundo ela, "as leis não mudam a situação das mulheres esquecidas. Precisamos mudar a forma como a mulher olha para si mesma". Suas homenageadas foram a potiguar Maria Saleth Nether, superintendente regional de Ensino de Montes Claros; e a ex-vereadora de Manga Idalina Viana Mota.

Cecília Ferramenta (PT) pediu a participação ativa das mulheres em todas as instâncias políticas, com ampla mobilização em favor da presença da mulher nos centros de decisão. Suas homenageadas foram a vereadora-mirim de Ipatinga Izabella Rocha, de 14 anos; e a diretora do Sindicato de Comerciários de Ipatinga, Sandra Helena Silva.

Elbe Brandão (PSDB), que está licenciada para exercer o cargo de secretária Especial para o Desenvolvimento dos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e Norte de Minas, destacou o trabalho da bancada feminina, que coloca as questões da mulher acima dos interesses partidários. "Aprendemos a mostrar a nossa cara e a conviver com a adversidade, a conquistar o respeito mútuo e a caminhar juntas", disse ela, que apresentou a dentista Ana Lúcia Souza Jorge, que conciliou a profissão com atividades voltadas para crianças e idosos. A outra homenageada da deputada, Maria Antônia Lima Rodrigues, não compareceu.

Elisa Costa (PT) convidou a subsecretária Stella Taquette para participar da implantação da Lei Maria da Penha em Minas, juntamente com os movimentos sociais. "Discutimos muito a participação da mulher na formação do poder. Sabemos que ainda temos muito a caminhar na luta pelo mercado de trabalho, para fazer o novo todos os dias", disse ela, afirmando também que os Estados e municípios não podem ser omissos na luta da mulher. Suas homenageadas foram Vera Lúcia Lopes da Silva, que sofreu violência em seus dois casamentos, e Jandira Efigênia de Magalhães, que sobreviveu a 13 anos de um casamento com um homem violento e drogado.

Gláucia Brandão (PPS) disse que "há ainda muitas searas a serem desbravadas". Suas homenageadas foram Cláudia Maria Pereira da Silva, coordenadora do Ministério de Mulheres da 8a Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, e Efigênia Carlos, de 75 anos, que defende as conquistas femininas, mas critica que as mulheres esqueçam seus deveres e responsabilidades.

Maria Lúcia Mendonça (DEM) lembrou que as mulheres são maioria no mundo, e homenageou "as mulheres que lutam diariamente para dar dignidade aos trabalhos legislativos e para transformar o mundo em que vivemos". Informou que foi a primeira mulher a ser eleita para o Parlamento pela Zona da Mata, e destacou os méritos da ginecologista e sexóloga Maria Ângela Girardi e da defensora pública de Leopoldina, Roberta Lima de Paula.

Rosângela Reis (PV) também elogiou o trabalho da Defensoria Pública com a implantação da Vara de Justiça Especial para Assuntos da Mulher. "Este foi o primeiro passo para a implantação da Lei Maria da Penha", avaliou a deputada. Suas homenageadas foram Josefina Barroso Pinho Tavares, que preside a ONG Se Toque, incumbida de alertar as mulheres para o diagnóstico precoce do câncer; e também Argentina Leonarda Leite, voluntária do projeto Videiras, que acolhe ex-moradoras de rua em sua própria casa.

 

 

 

 

 

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