Morre o ex-presidente da ALMG Agostinho
Patrús
Morreu no início da manhã deste domingo (24/02/08),
em São Paulo, aos 68 anos, o ex-deputado estadual e ex-presidente da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrús. Ele será
sepultado no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte, nesta
segunda-feira (25), às 16 horas. Ele estava internado no Hospital
Sírio-Libanês para tratamento de câncer e morreu devido à falência
múltipla de órgãos. Deixa viúva a médica Orcanda Andrade Patrús e os
filhos Agostinho Patrús Filho - que é deputado estadual (PV), Breno
Andrade Patrús e Lucas Andrade Patrús.
O presidente da Assembléia Legislativa de Minas
Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), disse que perdeu um
grande companheiro e a política mineira, um hábil articulador. "Tive
a ventura de me eleger e cumprir meu primeiro mandato tendo como
presidente da Assembléia o deputado Agostinho Patrús. Dele recebi as
primeiras lições e o aconselhamento permanente para o exercício da
árdua e nobre missão do mandato popular. O deputado Agostinho
Patrús, entre as inúmeras virtudes e qualidades que tinha, se
distinguia pela habilidade no trato e a dedicação às causas de
interesse da sociedade e pela valorização do mandato popular no
Poder Legislativo. Para todos, guardada de forma indelével, fica
essa sua presença marcante na vida pública, nos cargos que ocupou
tanto no Parlamento quanto no Executivo. O seu filho e agora
deputado, que tem o mesmo nome, Agostinho Patrús, tem pela frente o
desafio de manter sempre viva a memória desse grande homem público.
Seu filho, e meu companheiro de Parlamento, e toda a família Patrús
têm muito do que se orgulhar".
Da carreira médica à vida política
Deputado por seis legislaturas consecutivas (da 10ª
à 15ª, entre 1983 e 2007), Agostinho Patrús nasceu em Belo
Horizonte, em 24 de setembro de 1939. Formado pela Faculdade de
Medicina da UFMG em 1966, foi eleito presidente da Associação Médica
de Minas Gerais em 1977 e reeleito em 1980. Seu primeiro cargo
público foi o de secretário adjunto da Secretaria de Estado da
Saúde, em 1981, no governo Francelino Pereira. No ano seguinte,
candidatou-se a deputado estadual, elegendo-se para a 10ª
Legislatura (1983-87), quando teve atuação destacada nas áreas de
saúde e educação. Reeleito para as cinco legislaturas seguintes,
alternou o exercício do mandato parlamentar com o desempenho de
vários cargos no Poder Executivo estadual.
Na Assembléia, foi presidente das comissões de
Proteção e Defesa do Consumidor (1987-88), de Saúde (1985), e de
Educação (1989). Foi também vice-presidente das comissões de Saúde e
Ação Social (1983-84), de Ciência e Tecnologia (1985-86), e de
Defesa do Consumidor (1989-90). Na 12ª Legislatura (1991-95), no
governo Hèlio Garcia, foi eleito para o cargo de 1º secretário da
Mesa para o período de 1991-92. Ainda nesse mandato foi líder do
chamado "Blocão", de apoio ao governo. Assumiu a Presidência da Casa
na 13ª Legislatura (1995-97), no primeiro biênio do governo Eduardo
Azeredo. Ocupou também os cargos de presidente do Colégio de
Presidentes das Assembléias Legislativas Estaduais e da União
Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale), do qual foi
fundador.
No Poder Executivo, Patrús foi, além de secretário
adjunto de Estado da Saúde, secretário de Estado da Casa Civil
(1997-98), no governo Eduardo Azeredo, e secretário de Estado de
Transportes e Obras Públicas (2003-06), no primeiro mandato do
governador Aécio Neves. Recentemente, foi indicado para o cargo de
diretor vice-presidente da Cemig, pelo governador do Estado.
Entre suas inúmeras condecorações, estão as
medalhas do Mérito Legislativo, da Inconfidência, Carlos Chagas,
Santos Dumont e Juscelino Kubitschek. Desde 2005, estava filiado ao
PFL (atual DEM). Deixa como herdeiro político o filho Agostinho
Patrús Filho (PV), que exerce, na atual legislatura, o primeiro
mandato de deputado estadual, tendo sido eleito com 99.805 votos.
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