Comissão vai apurar agressões de policiais e superlotação em cadeia

Ouvir denúncias de agressões cometidas por policiais militares em Ouro Preto e em Montalvânia e perseguição a funcion...

14/02/2008 - 00:04
 

Comissão vai apurar agressões de policiais e superlotação em cadeia

Ouvir denúncias de agressões cometidas por policiais militares em Ouro Preto e em Montalvânia e perseguição a funcionários da Cemig que participaram de manifestação trabalhista, além de verificar as precárias condições da cadeia pública de Governador Valadares. Esses são alguns dos assuntos que serão abordados em audiências públicas e em uma visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que aprovou os requerimentos na reunião desta quinta-feira (14/2/08).

As atividades começam na próxima quarta-feira (20), quando a comissão vai a Ouro Preto para apurar denúncias de cidadãos desta cidade e de Mariana que se queixam de agressões e maus tratos de policiais militares e civis. Os dois municípios pertencem à 8ª Companhia Independente da PM. Na opinião do autor do requerimento, deputado Padre João (PT), a reunião será o momento de cobrar esclarecimentos dos envolvidos e de colaborar com a segurança pública daquela região. Sobre esta questão, os deputados ouviram ainda denúncia de Robert William de Carvalho, da ONG Defesa Social. Segundo ele, dois policiais civis foram agredidos por guardas municipais e policiais militares durante o Carnaval em Ouro Preto.

O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), lembrou que, há quase um ano, a "ação arbitrária e truculenta de policiais militares em Ouro Preto vem sendo discutida na comissão". Neste sentido, ele solicitou que sejam incluídos na lista de participantes da audiência pública em Ouro Preto, diversas autoridades militares, além de representantes do sindicato e da associação dos policiais civis e de Robert William de Carvalho. O deputado Luiz Tadeu Leite (PMDB), vice-presidente da comissão, ponderou que o sucesso do filme Tropa de Elite deu a impressão aos policiais de que a ação truculenta é aprovada pela sociedade. Talvez, segundo ele, este seja um dos motivos dos diversas denúncias em todo o Estado.

O deputado João Leite (PSDB) pediu também, na forma de requerimento, que os deputados marquem uma reunião com o secretário de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, para discutir as denúncias globais de truculência da PM. João Leite solicitou ainda que a criação de uma Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) feminina em Belo Horizonte também seja levada ao secretário. O pedido de implantação desta Apac foi apresentada pela representante do Ministério Público estadual, Fernanda Monteiro. Ela ponderou que o déficit no sistema prisional, principalmente em relação às mulheres, é muito grande. Pela sua proposta, a Apac feminina da Capital abrigaria 150 detentas.

Comissão vai a Montalvânia e Governador Valadares

A Comissão de Direitos Humanos aprovou requerimentos do deputado Paulo Guedes (PT), solicitando audiência pública na cidade de Montalvânia, no Norte de Minas, para ouvir o cidadão Walisson Marinho Dourado, que teria sido espancado por policiais militares. Ele pediu ainda que as denúncias sobre o caso sejam encaminhadas à Corregedoria-Geral da Polícia Militar e ao Ministério Público. O deputado Padre João também pediu que a Comissão de Direitos Humanos aborde, em audiência pública, a perseguição aos direitos de manifestação e luta pelas causas trabalhistas dos funcionários da Cemig.

Outro requerimento aprovado, da deputada Elisa Costa (PT), solicita visita à cadeia pública de Governador Valadares, em conjunto com a Comissão de Segurança Pública. O objetivo é solicitar à Secretaria de Defesa Social providências em relação às precárias condições da cadeia. Segundo a justificativa da parlamentar, o local abriga 574 presos em um espaço previsto para 248.

Perseguição - Os deputados ouviram ainda denúncia de Maxilene Barcelar Mendes. Segundo ela, seu marido, quando descobriu que é diabético, foi perseguido pelo patrão, que quis mandá-lo embora, mas ele se recusou a assinar sua demissão. Desde então, de acordo com Maxilene, os dois vêm sendo perseguidos pelo antigo patrão, que invadiu sua casa e retirou todos os bens.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Luiz Tadeu Leite (PMDB), vice; João Leite (PSDB), Padre João (PT) e Paulo Guedes (PT).

 

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