Aprovados pareceres ao PPAG e Orçamento de 2008

Foram aprovados pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária ampliada da Assembléia Legislativa de Minas G...

19/12/2007 - 00:01
 

Aprovados pareceres ao PPAG e Orçamento de 2008

Foram aprovados pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária ampliada da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira, os pareceres favoráveis aos projetos de lei 1.615/07, que dispõe sobre o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o período de 2008-11, e 1.616/07, que estima as receitas e fixa as despesas do Orçamento Fiscal do Estado para 2008. Com a aprovação, os dois projetos estão prontos para votação em Plenário. O PL 1.615/07 foi relatado pelo deputado Lafayette de Andrada (PSDB), enquanto que o deputado Zé Maia (PSDB) foi o relator do PL 1.616/07.

Lafayette de Andrada avaliou que a participação popular na discussão do PPAG foi surpreendente, e tornará necessária uma maior estruturação da Assembléia para a revisão do Plano no próximo ano. "O processo de interiorização deve ser reforçado. A questão de conteúdo é fundamental. Muitas coisas para o que, a princípio, os deputados e os planejadores não haviam atentado surgiram a partir de demandas da população", afirmou. Para a líder do PT, deputada Elisa Costa, essa participação foi de fato recorde. "Isso deu um rosto novo ao PPAG. É claro que, a cada emenda que foi acolhida, vai ser necessária uma luta para aumentar recursos e para que seja executada", afirmou a deputada.

Entre as propostas populares que foram incorporadas ao texto final estão a criação de um programa específico para a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), o incentivo ao Parque Tecnológico da Zona da Mata em Juiz de Fora e uma atenção especial para hidrovias e criação de portos fluviais no Triângulo.

O programa de Desenvolvimento da RMVA será instituído por meio de subemenda à emenda nº 210, de origem popular. O objetivo é promover a gestão integrada e implementar o Plano Diretor da Região, tornando-a mais competitiva e elevando a qualidade de vida dos moradores. Outros exemplos de sugestões populares que foram acatadas pelo relator são investimentos em infra-estrutura rodoviária e hidroviária de modo a facilitar a logística de escoamento da produção agroindustrial (emenda 88); ações para erradicação dos depósitos de resíduos sólidos urbanos a céu aberto, integradas com a inclusão socioprodutiva dos catadores de materiais recicláveis (emenda 107); implementação dos Centros de Atenção Psicossocial para atendimento a crianças e adolescentes, os Capsis (emenda 171), entre outros.

Elisa Costa destacou a inclusão da região do Rio Doce no programa estruturador que destina recursos para o desenvolvimento regional. "É uma novidade a inclusão do Rio Doce nesse programa. São sugestões no sentido de inserir a região no sistema produtivo, potencializar turismo, recuperar as bacias hidrográficas e trabalhar as políticas sociais", afirmou a parlamentar.

O fato de o PPAG ter sido discutido na Assembléia de forma coordenada com o orçamento, para Lafayette de Andrada, contribuiu para que as peças orçamentárias alcançassem um entrosamento inédito. "Na União e na maioria dos Estados isso não acontece. Muitos Estados não tem PPAG. No governo federal ele existe, mas sem nenhuma semelhança com o orçamento, o que demonstra que não há um efetivo planejamento de longo prazo. Em Minas, há um planejamento muito bem feito, casado com o orçamento, e por isso, o Estado está crescendo muito acima da média nacional", declarou o relator do PPAG.

Quatro audiências regionais resultaram em 529 propostas populares

O projeto de lei do Plano Plurianual de Ação Governamental 2008-2011, em consonância com o artigo 154 da Constituição do Estado, contém a operacionalização, em programas e ações, da estratégia delineada no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), cuja atualização, para o período 2007-2023, tramitou na Assembléia no 1º semestre. A proposta foi transformada na Lei 17.007, de 28/9/2007. O projeto do PPAG apresenta, então, as diretrizes, objetivos, indicadores, programas, ações e metas da administração pública estadual para o período 2008-2011.

Conforme o disposto na atualização do PMDI, o modelo de gestão estratégica do Estado delimita 11 áreas de resultados, que se pretende atingir por meio da implementação dos programas previstos pelo PPAG. A proposta foi encaminhada pelo governo do Estado à Assembléia em 25 de setembro.

Dentro da diretriz implantada pela Assembléia de interiorizar suas ações, a discussão do PPAG, neste ano, incluiu três etapas regionais, com audiências em Araçuaí (Jequitinhonha), Frutal (Triângulo) e Juiz de Fora (Zona da Mata), em outubro e novembro. A plenária final aconteceu em Belo Horizonte, dos dias 6 a 8 de novembro, quando foram totalizadas 529 propostas de iniciativa popular, produzidas pelos 975 inscritos no processo. No mesmo dia, as propostas foram apresentadas ao governador Aécio Neves, e mais tarde examinadas no âmbito das comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

Balanço das emendas - Em seu parecer, o deputado Lafayette de Andrada recomendou a aprovação, sem alterações, de 29 emendas de parlamentares e da Comissão de Participação Popular ao PPAG. O relator também apresentou outras 57 emendas e subemendas que incorporaram, com alterações, as propostas de outras 196 emendas parlamentares. Com isso, essas emendas ficaram prejudicadas. O relator recomendou ainda, em seu parecer, a rejeição de 151 emendas parlamentares.

Foram acatadas as emendas de números 76, 88, 92, 98, 99, 106, 107, 125, 126, 127, 141 a 152, 166, 171, 174, 175, 187, 200 e 360. O relator apresentou as emendas de números 379 a 435, e subemendas que modificaram propostas contidas nas emendas de números 1 a 4, 6, 20, 21, 24, 37, 40 a 45, 47, 48, 50, 51, 58, 59, 61 a 71, 73 a 75, 84, 85, 87, 94, 96, 97, 103, 104, 110, 113, 114, 116, 121, 128, 132, 134, 135, 140, 153, 156, 158, 162 a 164, 170, 172, 173, 177 a 183, 185, 191, 194, 195, 202, 205, 207, 208, 217, 220, 255, 300, 302, 310, 312, 315, 317, 323, 330, 339, 340, 343, 346, 347, 350, 355, 361, 367, 377, 155, 218 e 210, que ficaram prejudicadas.

Foi recomendada a rejeição das emendas de números 5, 8 a 10, 12, 22, 23, 46, 49, 53, 60, 72, 86, 90, 91, 93, 100 a 102, 105, 108, 109, 111, 112, 115, 119, 123, 124, 129 a 131, 133, 136 a 139, 154, 157, 159, 165, 168, 176, 186, 188, 192, 193, 196, 197, 201, 203, 209, 213, 214, 221 a 223, 226 a 253, 259, 260, 264, 267, 269 a 274, 276 a 280, 282, 284 a 299, 301, 303 a 305, 311, 313, 318 a 320, 324 a 328, 332 a 334, 336 a 338, 341, 342, 349, 362 a 366, 368 a 370 e 373 a 376.

Por já estarem contidas no conteúdo do projeto, ficam prejudicadas as emendas de números 7, 14, 26, 27, 78 a 83, 160, 161, 198, 206, 224, 225, 254, 257, 258, 275, 283, 314, 316, 321, 322, 329, 352 a 354, 356 a 359 e 371. Já as emendas de números 11, 13, 15 a 19, 25, 28 a 36, 38, 39, 52, 54 a 57, 77, 89, 95, 117, 118, 120, 122, 167, 169, 184, 189, 190, 199, 204, 211, 212, 215, 216, 219, 256, 261 a 263, 265, 266, 268, 281, 306 a 309, 331, 335, 344, 345, 348, 351, 372 e 378 ficam prejudicadas pela aprovação de outras emendas e subemendas.

Investimento proporcional à receita é recorde

O volume de investimentos é o grande destaque do Orçamento de 2007, segundo avaliação do relator da proposta, deputado Zé Maia. São R$ 9 bilhões, entre investimentos do próprio Estado e das empresas controladas, de um orçamento total de R$ 35,6 bilhões. É uma proporção bem elevada se comparada com outros estados. "O orçamento de Minas Gerais é de R$ 35 bilhões, e o de São Paulo é de quase R$ 100 bilhões. Nós teremos investimentos de R$ 9 bilhões, incluindo o Estado e empresas controladas, enquanto São Paulo investirá cerca de R$ 11 bilhões. Isso demonstra uma eficiência muito maior do governo de Minas", afirmou o parlamentar.

O relator do orçamento salientou que a participação popular na discussão do PPAG também se refletiu no orçamento de 2008. "Foram mais de R$ 12 milhões de emendas acatadas no PPAG, que se refletiram no orçamento de 2008. São ações voltadas principalmente para a área social, políticas para criança, adolescentes, construção de instalações socioeducativas para o menor infrator, propostas nas áreas de saúde e educação. Há também ações voltadas para a agricultura familiar", declarou o parlamentar.

Entre as emendas de origem popular acatadas pelo relator do orçamento na forma original estão as de números 706, que destina recursos para investimentos em abrigos para mulheres vítimas de violência; 710, que reserva recursos para uma campanha de mobilização pelo registro civil; 719, que destina verbas para as escolas família agrícola; 722, que destina R$ 400 mil para o co-financiamento para municípios em serviços no atendimento às crianças e adolescentes, especialmente aqueles com trajetória de rua e trabalho infantil; 735, que reserva R$ 900 mil para atenção à saúde mental infanto-juvenil; e 742, que destina R$ 1 milhão para a implantação dos Centros de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Cresans).

Apesar de admitir que os repasses federais para Minas poderão sofrer com o fim da CPMF, Zé Maia disse esperar que o aumento da arrecadação com o crescimento da economia deverá compensar essa perda, e ainda possibilitar até mesmo uma ampliação da receita total prevista.

O Projeto de Lei Orçamentária estima a receita em R$35.590.405.599, e fixa a despesa em igual montante. Nos termos do artigo 5º, inciso I, da Lei de Responsabilidade Fiscal, a programação deverá ser compatível com a meta de superávit primário constante no Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias, estimada em R$ 2,374 bilhões. Dos R$ 35,590 bilhões de receita previstos para 2008, apenas 47,76%, ou R$ 16,999 bilhões, são recursos livres ordinários do Estado. As receitas restantes, como a alienação de ativos, as transferências da União, as transferências multigovernamentais, as transferências de convênios e as transferências constitucionais aos municípios, referem-se a recursos vinculados.

Balanço das emendas - O relator do PL 1.616/07, que trata do Orçamento do Estado para 2008, recomendou a aprovação de 332 emendas parlamentares ao projeto, sendo 317 delas de autoria dos deputados, e outras 14 da Comissão de Participação Popular, que consolidaram sugestões de entidades da sociedade civil.

O deputado Zé Maia apresentou ainda outras 48 emendas em seu relatório, e subemendas que incorporaram propostas de 55 emendas parlamentares, que ficaram prejudicadas. Outras 380 emendas parlamentares tiveram recomendação pela rejeição, enquanto cinco propostas foram retiradas pelos próprios autores.

Tiveram parecer pela aprovação as emendas de números 10 a 18, 25 a 31, 33 a 37, 75 a 101, 104 a 115, 117 a 123, 126 a 132, 157 a 167, 229, 230, 241 a 265, 267 a 269, 271 a 283, 285 a 290, 343, 344, 346 a 356, 359 a 365, 367 a 372, 375 a 377, 379, 380, 387 a 397, 401, 402, 406 a 412, 414 a 416, 419 a 425, 427 a 433, 435, 438 a 443, 476, 478 a 487, 490, 495 a 516, 518, 519, 521 a 523, 527 a 535, 540 a 548, 585 a 588, 602, 604 a 627, 630 a 632, 636, 639, 646 a 653, 668, 678, 691 a 693, 695, 703, 754 e 755, apresentadas por parlamentares. Também foram acatadas as emendas de números 704 a 706, 710, 719, 722, 735 e 743, apresentadas pela Comissão de Participação Popular.

Foram apresentadas pelo relator as emendas de números 760 a 807, e subemendas que modificaram as propostas de números 3, 60, 168, 170, 239, 517 , 520, 524 a 526, 578, 589, 637, 638, 640 a 642, 696, 712, 716, 717, 720, 721, 725 a 727, 730, 731, 733, 734, 736, 738, 742, 744, 747, 751. Além dessas, também ficaram prejudicadas as emendas de números 4, 169, 231, 266, 284, 345, 366, 373, 374, 378, 417, 426, 434, 477, 488, 645 e 103.

O deputado recomendou a rejeição das emendas de números 2, 5 a 9, 19 a 24, 32, 38 a 59, 61 a 74, 102, 116, 124, 125, 133 a 156, 171 a 228, 232 a 238, 240, 270, 291 a 342, 357, 358, 381 a 386, 398 a 400, 403 a 405, 413, 418, 436, 437, 444 a 475, 489, 491 a 494, 536 a 539, 549 a 577, 579 a 584, 590 a 601, 603, 628, 629, 633 a 635, 643, 644, 654 a 667, 669 a 677, 679 a 690, 694, 697 a 702, 707 a 709, 711, 713 a 715, 718, 723, 724, 728, 729, 732, 737, 739 a 741, 745, 746, 748 a 750, 752, 753, 756 a 759.

A emenda nº 1 foi utilizada para teste do sistema, e as emendas nºs 240, 270, 413, 418 e 603 foram retiradas pelos respectivos autores.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Zé Maia (PSDB), presidente da comissão; Jayro Lessa (DEM), vice; Lafayette de Andrada (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT), Antônio Carlos Arantes (PSC), Ademir Lucas (PSDB) e Célio Moreira (PSDB).

 

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