Projeto que susta efeitos de Decreto tem parecer contrário

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta quart...

19/12/2007 - 00:00
 

Projeto que susta efeitos de Decreto tem parecer contrário

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta quarta-feira (19/12/07), parecer de 1º turno contrário ao Projeto de Resolução (PRE) 716/07, do deputado Sargento Rodrigues (PDT). A proposição susta os efeitos de dispositivos do Decreto 32.649, de 1991, que exige a apresentação de atestado de pobreza para a concessão do passe livre a deficientes físicos, mentais e visuais e aos maiores de 65 anos no transporte coletivo intermunicipal. Em reunião anterior, foi concedida vista do parecer, elaborado pelo deputado Gustavo Valadares (DEM), presidente da comissão, ao deputado Gil Pereira (PP).

O deputado Sargento Rodrigues compareceu à reunião desta quarta (19) para, segundo ele, esclarecer o objetivo do projeto. De acordo com o deputado, a Lei 9.760, de 1989, apenas concedeu o benefício da gratuidade aos idosos e deficientes citados, mas o Executivo, ao regulamentar a lei, fez a exigência do atestado de pobreza. "A Constituição Federal é clara. O Decreto se restringe à lei e não pode inovar. Mas, nesse caso, o Executivo inovou e entrou na seara do Legislativo. O decreto beneficia empresários do setor de transporte, em detrimento da população mais pobre. O projeto apenas recoloca as coisas nos seus devidos lugares", avaliou.

O deputado Weliton Prado (PT) também ressaltou que um decreto não pode condicionar um benefício previsto em lei. "É ilegal e imoral", classificou. E o deputado Paulo Guedes (PT) acrescentou que, da forma proposta no decreto, o benefício é "dado com uma mão e retirado com a outra". "Para tirar um atestado, é preciso marcar horário e buscar ajuda na Defensoria Pública. Todo mundo sabe como é a burocracia", justificou. Para tentar um acordo com torno da proposição, Guedes apresentou requerimento de adiamento da votação, rejeitado pelos deputados Gustavo Valadares e Djalma Diniz (PPS).

Parecer - Em seu parecer, Gustavo Valadares considerou ser de competência do Executivo decidir sobre a conveniência e oportunidade de implementação do benefício da gratuidade no transporte intermunicipal. Durante a reunião, ele acrescentou que a retirada de pré-requisitos para a concessão do benefício poderia trazer um aumento de tarifas, com reflexos negativos para o restante da população. "A rejeição tem como único objetivo evitar um presente de Natal na forma de aumento de tarifa", reforçou. O parecer foi aprovado com voto contrário do deputado Paulo Guedes. "A Constituição Federal foi rasgada", concluiu Sargento Rodrigues.

A Comissão aprovou ainda pareceres de redação final a diversos projetos.

Presenças - Deputados Gustavo Valadares (DEM), presidente da comissão; Djalma Diniz (PPS); Paulo Guedes (PT); Sargento Rodrigues (PDT); Weliton Prado (PT); Antônio Júlio (PMDB) e Inácio Franco (PV).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715