Direitos Humanos quer mais informações sobre aposentados da ECT

Para encontrar uma solução que contemple as partes envolvidas, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislati...

13/12/2007 - 00:00
 

Direitos Humanos quer mais informações sobre aposentados da ECT

Para encontrar uma solução que contemple as partes envolvidas, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimento, nesta quinta-feira (13/12/07), para uma visita dos deputados à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O objetivo é encontrar uma solução para o problema da cobrança acumulada do plano de saúde dos aposentados da empresa, que segundo denúncias do sindicato da categoria, estaria com valores acima do que é possível pagar. Este foi o tema da audiência pública da comissão, solicitada por seu presidente, deputado Durval Ângelo (PT), que também discutiu a ameaça de suspensão dos benefícios do plano de saúde aos inadimplentes.

De acordo com denúncias apresentadas pelos aposentados Washington Pinto Costa, diretor do Sindicato dos Aposentados dos Correios, Geraldo Sebastião Rodrigues e João Ramalho, seus contracheques têm vindo com cobrança de até R$ 1.500 relativa ao pagamento do plano de saúde, além de constar a ameaça de suspensão do atendimento, caso a inadimplência permaneça além de três. Os aposentados disseram que os Correios dividem a dívida, "mas apenas em três parcelas, o que inviabiliza o pagamento, para quem recebe uma aposentadoria, por exemplo, de R$ 1.000", segundo Washington Costa.

O coordenador de Recursos Humanos, Jésus Antônio Rios e a coordenadora de Saúde, Walkíria Lobato, da ECT disseram que são casos pontuais e que a empresa nunca se furtou a negociar caso a caso, "que são encaminhados para a sede da empresa em Brasília, onde o pagamento da dívida pode ser alongado". Os dois afirmaram desconhecer outros casos além dos três apresentados na Comissão de Direitos Humanos.

Walkíria Lobato lembrou que os aposentados eram isentos da cobrança da contribuição do plano de saúde, que é da modalidade compartilhada (empresa e funcionário dividem a manutenção), até 2006, quando houve decisão pela cobrança do percentual dos aposentados "para não inviabilizar o plano de saúde". Segundo ela, este valor alto refere-se a contribuições mensais não quitadas por estes aposentados, desde esta data.

Os deputados Durval Ângelo, João Leite (PSDB) e Ruy Muniz (DEM) apontaram a necessidade de se obter mais esclarecimentos junto à empresa, "para preservar os direitos dos trabalhadores aposentados da ECT", segundo João Leite e para "que cesse a ameaça de suspensão do benefício", conforme destacou Muniz. Além do grupo de estudos, os deputados aprovaram outros requerimentos a órgãos diversos encaminhando o assunto.

Jovem denuncia violência policial em Mariana

No "pinga fogo", momento da reunião em que a comissão recebe denúncias diversas, um jovem de Mariana, menor de idade, J.H.P. denunciou tortura sofrida durante sua detenção por policiais militares. Segundo a mãe do jovem, Rosilene da Costa, o rapaz foi apreendido por engano pela polícia, ocasião em que teria sofrido os maus tratos, classificados como "flagrante caso de tortura" pelo deputado Padre João (PT), autor do requerimento para que o caso fosse relatado na comissão. Exibindo as marcas da tortura (ferimentos nas pernas, costas e braços), que teria ocorrido no dia 2 passado, J.H.P. disse ainda que foi humilhado por causa de sua cor negra, ouvindo diversas referências jocosas a este respeito, além de outros constrangimentos. Foram aprovados requerimentos a diversos órgãos para que tomem providências sobre o caso.

O deputado João Leite lembrou que a tortura é classificada como crime hediondo, com penas mais severas e que os policiais militares de Mariana, que pertencem ao batalhão de Ouro Preto, já foram acusados em outros casos na Comissão de Direitos Humanos. E sugeriu ao deputado Padre João que denunciou casos ocorridos em Ouro Preto, por integrantes dessa corporação, uma audiência pública em Mariana, para que o comandante da Cia dê explicações sobre as denúncias de violência policial.

Além desses casos, a comissão recebeu ainda , no "pinga fogo", mais três pedidos: apoio para realização de exame de DNA, com o objetivo de reconhecimento de paternidade, feito por Fabíola Santos Silva; interferência junto à prefeitura de Salto da Divisa para que pague benefícios devidos à família de Maria Lúcia Silva; e para que seja agilizado o processo contra o ex-prefeito de Igarapé, Ilmar Glicério Pinto, que se encontra parado na comarca daquela cidade. O pedido foi feito por Adair Dornas dos Santos, que afirmou que o ex-prefeito tem o direito de ser julgado pelo Tribunal de Justiça e "não ficar com este processo eternamente parado".

Requerimentos - Foram aprovados dez requerimentos encaminhando todos os casos relatados na comissão nesta quinta-feira (13).

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; João Leite (PSDB); Ruy Muniz (DEM); Getúlio Neiva (PMDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e Padre João (PT).

 

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