Vespasianenses querem retorno de travessia sobre trilhos de
ferrovia
Cerca de 200 pessoas participaram, na tarde desta
terça-feira (11/12/07), de audiência pública da Comissão de
Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa
de Minas Gerais, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH), para reivindicar o retorno da travessia livre
sobre os trilhos da ferrovia que divide a cidade. Realizada a
requerimento do 1º-secretário da Mesa, deputado Dinis Pinheiro
(PSDB), a reunião foi realizada na Câmara Municipal do município e
reuniu representantes do Poder Executivo municipal, vereadores,
Ministério Público, Poder Judiciário e moradores.
Desde o ano passado, para atravessar a linha do
trem, os moradores precisam passar por uma passarela e o acesso
anterior foi vedado por um portão. As reclamações são de que o novo
caminho ficou mais longo e dificulta o acesso a pessoas com
deficiência e idosos. A travessia sobre os trilhos tem,
aproximadamente, 60 metros de extensão e, a trincheira, 164
metros.
De acordo com o gerente de Relações Institucionais
da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), concessionária do trecho, José
Osvaldo Cruz, a trincheira foi construída para dar mais segurança
aos moradores, pois já foram registrados acidentes no local. Segundo
ele, a empresa está disposta a encontrar uma solução conjunta com a
população, mas descarta a reabertura do portão.
"Pela regulamentação do transporte ferroviário, de
1996, as concessionárias têm que obedecer algumas normas, sob pena
de perderem a concessão. Uma das principais é a segurança. Não
podemos impedir a travessia da linha, mas ela tem que ser
regularizada", disse José Osvaldo. Acrescentou, ainda, que tanto a
passarela como a trincheira, que dá acesso a veículos, foram
construídas seguindo as normas vigentes.
Deputados sugerem acordo entre moradores e
FCA
O prefeito da cidade, Ademar José da Silva,
explicou que concluiu a obra porque ela já tinha sido iniciada pela
administração anterior. Ele também é favorável à reabertura do
portão, justificando que o cidadão não pode ter cerceado um de seus
mais básicos direitos, que é o de ir e vir. O motivo foi usado
também por outros participantes.
O autor do requerimento, deputado Dinis Pinheiro,
reconheceu que a mudança tem causado transtorno na população e, em
função disso, pediu que a empresa tentasse apresentar uma solução
que garantisse a segurança, mas atendesse ao anseio dos moradores.
Apresentou como sugestão que a abertura fosse controlada, por
exemplo, 30 minutos antes e 30 depois da passagem da composição.
O vice-presidente da comissão, deputado Juninho
Araújo (PRTB), pediu que a empresa analisasse a possibilidade de se
colocar um sinal de trânsito ou seguranças para garantir a travessia
dos moradores. "É preciso olhar com carinho essa parceria com a
Prefeitura", completou.
A promotora de Justiça da comarca, Mônica Sofia
Pinto Henriques da Silva, explicou que o Ministério Público está
investigando a denúncia de que a passarela não atende aos idosos e
pessoas com deficiência. Ela disse que solicitou a perícia de
técnicos e que só após a avaliação poderá dizer se será preciso
correção na obra. A denúncia contou com um abaixo-assinado que teve
a participação de 5 mil pessoas.
Presenças - Deputados
Juninho Araújo (PRTB), que presidiu a reunião, e Dinis Pinheiro
(PSDB). Além dos citados, também compuseram a mesa o juiz Michel
Curi e Silva, o procurador-geral do município, Sidney de Oliveira
Silva, o chefe de gabiente do deputado Fábio Avelar (PSC), Vicente
Pereira, e vereadores.
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