Padarias encaminharão sugestões a projeto que beneficia o setor

O setor produtivo e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), bem como outros interessados...

06/12/2007 - 00:00
 

Padarias encaminharão sugestões a projeto que beneficia o setor

O setor produtivo e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), bem como outros interessados, poderão apresentar sugestões a projeto que institui uma política estadual de incentivo a empreendimentos de panificação. O comunicado foi feito nesta quinta-feira (6/12/07) pelo deputado Eros Biondini (PHS), relator do Projeto de Lei (PL) 555/07, que dispõe sobre esse assunto e tramita na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A requerimento de Biondini, a Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo discutiu com convidados o projeto, que aguarda parecer para 1º turno nessa comissão. "Vamos avaliar as propostas, que servirão para a elaboração do parecer. O objetivo é beneficiar o segmento, fazendo-o crescer e se revigorar", enfatizou o relator.

A comissão ouviu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sebrae, Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação, que ficaram de encaminhar por escrito as sugestões. O vice-presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação, Vinícius Dantas, afirmou que o segmento enfrenta dificuldades. Ele fez referência, sobretudo, ao alto custo da energia elétrica, sobre a qual a cobrança de ICMS é de 25%. De acordo com Dantas, cerca de 65% da energia gasta na padaria provém dos fornos. "Transformamos a mercadoria que compramos, mas não conseguimos agregar incentivos. A insolvência é alta e, como as empresas são familiares, é difícil até se organizar para reivindicar mudanças", completou ele, que é vereador na Capital, respondendo indagação do deputado Antônio Júlio (PMDB) sobre a reduzida representatividade das pequenas empresas nas discussões nacionais.

Perfil do setor - De acordo com informações do Sebrae, são 5 mil empresas do setor de panificação em Minas, sendo 1,1 mil na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Elas são responsáveis pela geração de 72 mil empregos formais. De acordo com Isabel Saraiva, do Sebrae, o custo da energia responde por 10% do produto panificado. Ela afirmou que é preciso apoio para o setor, formado em sua maioria por empresas familiares e com destaque na contratação de jovens para o primeiro emprego.

O autor do PL 555/07, deputado Sebastião Costa (PPS), destacou a importância do debate e afirmou que, ao ouvir os diversos segmentos interessados, o texto a ser aprovado cresce em legitimidade. Já o presidente da comissão, deputado Vanderlei Miranda (PMDB), lamentou a ausência da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), convidada a participar. Ele comentou que pretende apresentar proposta de emenda ao PL 1.585/07, o pacote tributário de autoria do governador que tramita na Assembléia, a fim de reduzir a carga de impostos sobre o setor de panificação. O deputado Antônio Júlio completou que o pacote tributário apresenta equívocos e que é preciso reação da sociedade para "mudar o jogo".

Secretaria diz que estuda impactos do Supersimples em Minas

O superintendente de Industrialização da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Paiva, declarou-se aberto ao debate sobre o PL 555/07. Respondendo a indagações sobre o Supersimples, ele informou que o governo está estudando os impactos da nova legislação para, depois, avaliar quais ações poderiam ser empreendidas em nível estadual. Para o deputado Antônio Júlio, no entanto, os técnicos não conhecem a realidade do setor produtivo e é preciso abrir a discussão. Implantado em 1º de julho pelo Governo Federal para unificar a legislação de ICMS para as micro e pequenas empresas, o Supersimples tem sido alvo de protestos.

A polêmica surgiu em função do artigo 23 da lei, que proibiu as micro e pequenas empresas que optarem pelo Supersimples de se apropriarem ou transferirem créditos de impostos gerados em suas transações. Minas Gerais e Santa Catarina eram os únicos a permitirem a transferência de créditos nesse caso.

Conteúdo do projeto e do substitutivo da CCJ

O PL 555/07 já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, primeira a analisá-lo. Lá, recebeu um substitutivo, que institui a política estadual de incentivo a empreendimentos de panificação, com os objetivos de apoiar a produção e a comercialização de produtos de padaria, expandir o seu mercado consumidor e aumentar o número de postos de trabalho. Entre as diretrizes a serem observadas, estão: incentivo à pesquisa e à melhoria tecnológica; apoio e incentivo à organização da produção e à geração de emprego e renda. Competirá ao Estado, de acordo com o substitutivo, criar mecanismos de incentivo à panificação; incentivar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, bem como o empreendedorismo. O novo texto assegura a participação de representantes do setor no planejamento e na execução da política.

Entre os dispositivos retirados do projeto original, destaca-se o que estabelecia redução da alíquota de ICMS sobre a energia elétrica quando o empreendedor se manifestasse expressamente pelo uso de forno elétrico, na proporção do empreendimento realizado. Outro dispositivo retirado é o que trazia as fontes de recursos para efetivar a política.

Presenças - Deputados Vanderlei Miranda (PMDB), presidente; Eros Biondini (PHS), Sebastião Costa (PPS), Antônio Júlio (PMDB) e Agostinho Patrús Filho (PV).

 

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