Minas terá 400 municípios representados na Conferência da
Juventude
A preparação das conferências da juventude, em suas
etapas municipais, estadual e federal, foi o principal assunto da
audiência pública conjunta das Comissões de Participação Popular e
de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa de Minas
Gerais, realizada na tarde desta quinta-feira (29/11/07), sob a
presidência do deputado André Quintão (PT). O requerimento do
deputado Carlin Moura (PCdoB) objetivava colher subsídios para a
elaboração do Estatuto da Juventude e do Plano Nacional da
Juventude.
A deputada federal Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) foi a
principal presença no evento. Ela relatou a luta para ampliar as
conferências municipais além dos 500 municípios previstos, e pediu
que o processo de organização das conferências não seja
partidarizado. Para justificar a elaboração de políticas próprias
para a juventude, ela argumentou que os jovens são responsabilizados
pela violência no país, mas apenas 8% dos ilícitos são cometidos por
menores de 18 anos. "O segmento mais vulnerável são os jovens de 18
a 24 anos que não concluíram o ensino fundamental", esclareceu, para
ilustrar a relação que existe entre educação e violência.
Edson Pistori, da Secretaria Nacional da Juventude,
disse que o processo de organização das conferências da juventude
foi deflagrado pelo presidente Lula em 2 de setembro, e que os
municípios têm até 10 de fevereiro de 2008 para realizá-las. As
etapas estaduais vão de 11 de fevereiro a 30 de março. A conferência
nacional se realiza de 27 a 30 de abril de 2008. O processo de
organização está mais atrasado nos principais estados: São Paulo,
Minas e Rio de Janeiro.
Roberto Tross, da Secretaria de Estado de Esporte e
Juventude, discorreu sobre os conceitos de proteção, de participação
e de inclusão do jovem, e relatou os programas desenvolvidos pelo
Governo de Minas para o segmento jovem. Nelson Santos Júnior,
coordenador de Juventude da Prefeitura de Belo Horizonte, também
relatou os programas municipais para beneficiar a juventude. Quer
trazer a etapa nacional para Belo Horizonte, e disse que já
apresentou essa reivindicação ao ministro Luiz Dulci.
Estudante dá receita para reduzir a
violência
Diogo Santos, presidente da União Estadual dos
Estudantes, falou sobre o momento novo que a juventude vive nos
atuais governos, porque é chamada a discutir políticas específicas.
"Sofremos muito com as políticas neoliberais de Fernando Collor e
Fernando Henrique Cardoso, cuja ótica conservadora nos via como
problema, como o segmento que mais mata e mais morre, e para isso
propôs a redução da maioridade penal", disse ele. Como meios para
combater a delinqüência e a violência entre jovens, Santos propõe
ações de educação, cultura, lazer e esporte, e disse que os
estudantes não devem abandonar a luta pelo meio-passe ou passe livre
nos ônibus.
Várias lideranças estudantis e militantes de
organizações juvenis de esquerda se sucederam ao microfone, para
discutir modos mais eficientes de participação, para sugerir
políticas de amparo ao estudante pobre e para pedir esclarecimentos
sobre programas como o Primeiro Emprego. Edson Pistori explicou que
o Governo Federal decidiu redesenhar esse programa, unificando-o com
outros para baratear sua operacionalização e atingir 4 milhões de
jovens. Ele pediu atenção para os jovens de 17 aos 24 anos, porque
essa idade é a de maior energia criativa, e onde o jovem se define
política e culturalmente.
Sobre a organização das conferências, Minas já tem
mobilizações em 400 municípios. O Estado com maior percentual de
participação será o Espírito Santo, que realizará conferências em 72
de seus 78 municípios. O deputado Eros Biondini fez uma conclamação
aos jovens, citando o Papa João Paulo II: "Se os jovens soubessem
para que vieram, e vivessem o que são chamados a viver, seriam os
protagonistas do mundo".
Presenças - Deputados André
Quintão (PT), presidente; Eros Biondini (PHS), vice-presidente; e
Carlin Moura (PCdoB).
|