Federação dos Trabalhadores na Indústria Extrativa comemora 50
anos
Os 50 anos de fundação da Federação dos
Trabalhadores nas Indústrias Extrativas do Estado de Minas Gerais
(Ftiemg) foram comemorados durante Reunião Especial no Plenário da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na noite desta nesta
quarta-feira (28/11/07). Em seu discurso, o autor do requerimento
que solicitou a reunião, deputado Durval Ângelo (PT), destacou a
importância da atividade extrativista brasileira no processo de
ocupação de Minas e lembrou a história do sindicalismo no Brasil e
no mundo. Para o parlamentar, a história do movimento sindical é uma
"herança muito forte de organização dos povos oprimidos".
Durval Ângelo disse que o sindicalismo surgiu na
Inglaterra do início do século XIX, com a proclamação dos direitos
civis e com a segunda revolução industrial. Com o nascimento do
capitalismo, surgiu também a exploração do trabalhador, com uma
jornada de 16 ou 18 horas diárias, a exploração do trabalho feminino
e do trabalho infantil.
Segundo o deputado, cresciam paralelamente as
organizações de garantia de direitos trabalhistas, como a limitação
da jornada de trabalho, o estabelecimento de salário e o direito de
organização dos trabalhadores. Durval afirmou que, no Brasil, a
organização sindical surgiu com a mudança da força de trabalho, o
fim da escravidão e o processo migratório do final do século XIX e
início do século XX.
De acordo com o presidente da Ftiemg, José Maria
Soares, a federação é símbolo de resistência do trabalhador e
luta por melhores condições de trabalho. Ele denunciou que uma das
maiores dificuldades é o total desrespeito à legislação trabalhista.
Disse também que atualmente a federação representa trabalhadores
variados: aquele que enche um forno a carvão, o que corta a lenha e
o que extrai o minério de ferro do fundo da terra. "Somos uma
entidade com milhares de corações, que anseiam por um mundo mais
igual, em que a riqueza gerada pelo trabalho possa ser dividida com
maior igualdade", comentou.
O deputado José Henrique (PMDB), que presidiu a
reunião, lembrou que o sindicato, além de auxiliar seus filiados nas
questões dos direitos trabalhistas, promove cursos e seminários de
interesse dos trabalhadores, como a segurança, a prevenção de
doenças do trabalho e as perspectivas do mercado profissional.
Denúncias quanto à terceirização ilegal e trabalho
escravo e infantil nas carvoarias das empresas plantadoras de
eucalipto, e as negociações salariais em benefício dos trabalhadores
extrativos foram citadas pelo deputados como umas das principais
ações da federação. José Henrique destacou também que a Ftiemg
possui 29 sindicatos e é a única entidade no Brasil que também
abrange as associações das categorias dos assalariados na extração
de madeira e lenha, reflorestamento e extrativismo mineral.
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