Alberto Pinto Coelho recebe Medalha Teófilo
Ottoni
Sob o forte temporal que caiu na manhã desta
terça-feira (27/11/07) na cidade do Serro, realizou-se a primeira
cerimônia de condecoração da Comenda Teófilo Ottoni, criada neste
ano pelo Governo de Minas por iniciativa legislativa dos deputados
Getúlio Neiva (PMDB) e Alberto Pinto Coelho (PP), presidente da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Receberam a comenda 26
personalidades, sendo quatro "in memoriam".
Pinto Coelho, orador oficial e representante do
Governo de Minas, disse que a medalha será entregue anualmente, no
dia 27 de novembro, alternadamente entre as cidades do Serro, onde
nasceu o patrono, e Teófilo Otoni, cidade que levou seu nome, também
chamada "capital das pedras preciosas". "Ambas as cidades se unem
pelo elo em comum: Teófilo Benedito Ottoni. O grande nome do
liberalismo brasileiro, exemplo de cultura e combatividade, nasceu
na Vila do Príncipe" (hoje Serro), recordou.
A estrutura de agraciamento foi montada na Praça
João Pinheiro, diante das igrejas de Nossa Senhora do Carmo e de
Santa Rita. Populares, manifestantes reivindicando bolsa-família,
escolares agitando bandeirinhas, tropa e banda da Polícia Militar,
receberam as autoridades.
Trajetória do homenageado é relembrada
O presidente da Assembléia lembrou a bravura do
homenageado na Revolução Liberal de 1842, e sua capacidade
empreendedora ao colonizar o Vale do Mucuri, pacificando os índios e
promovendo a imigração européia. Disse também que batizou a cidade
que fundou com o nome de Filadélfia, em homenagem a Thomas
Jefferson, "cidade do amor fraterno". A medalha se destina a
condecorar personalidades que se dedicam ao desenvolvimento
sócio-econômico e cultural dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e
Norte de Minas.
O prefeito do Serro, Guilherme Simões Neves, saudou
os prefeitos da antiga comarca do Serro Frio e o governador Aécio
Neves, em quem identifica "o ideário dos grandes mineiros, como
Tiradentes, Teófilo Ottoni, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves".
Lembrou que Ottoni fundou o mais importante jornal de Minas em sua
época, o "Sentinela do Serro", que combatia oligarquias, defendia a
independência do Judiciário e a autonomia das províncias,
transformando sua cidade num cenário da vigilância contra o
absolutismo.
Agraciados - Receberam a
comenda os seguintes agraciados: deputado Alberto Pinto Coelho,
presidente da ALMG; Guilherme Simões Neves, prefeito do Serro;
desembargadora Assusete Dumont Reis Magalhães; Pedro Ângelo Almeida
Abreu, reitor da UFVJM; ex-deputado federal Jairo Magalhães;
deputado Getúlio Neiva; vereador Paulo de Fátima Simões, presidente
da Câmara do Serro; ex-prefeito do Serro, José Monteiro da Cunha
Magalhães; ex-prefeito de Teófilo Otoni, Luiz Leal; administrador
Nilo Meira Filho; advogado Fernando Miranda Gonçalves, diretor
regional da ECT; secretária adjunta Maria Coeli Simões Pires;
ex-prefeito de Teófilo Otoni, Júlio Laender; ex-presidente da
Assembléia, Kemil Kumaira; administrador Delson de Miranda
Tolentino; agrônomo José Silva Soares; professora Mireile Santos
Souza; funcionário José de Miranda Murta.
"In memoriam", receberam a comenda o embaixador
José Aparecido de Oliveira, representado por sua viúva, Leonor
Gonçalves Oliveira e por seu filho, o deputado federal José
Fernando; o escritor Oswaldo França Júnior, por seu irmão, Francisco
Assis França; o médico José Maria Magalhães, por seu filho José
Lincoln Magalhães; e a historiadora Maria Eremita de Souza, por seu
neto Leandro de Ávila Pimenta.
Biografia - Teófilo
Benedito Ottoni nasceu em 27 de novembro de 1807 na Vila do
Príncipe, hoje Serro. Aos 19 anos, entrou para a Escola da Marinha
no Rio de Janeiro, onde graduou-se como guarda-marinha. Suas idéias
liberais fizeram com que fosse discriminado na corporação,
provocando sua volta ao Serro, onde fundou, com o irmão Cristiano
Ottoni, o jornal "Sentinela do Serro".
Elegeu-se deputado provincial em 1835 e deputado
geral em 1839. Liderou a revolução liberal em Minas em 1842.
Derrotado e preso, foi conduzido a pé até Ouro Preto. Anistiado pelo
imperador Dom Pedro II em 1844, afastou-se da política e tornou-se
empreendedor, a partir de 1850, com a Companhia do Mucuri, um
projeto de colonização no vale do Mucuri, onde criou estradas,
trechos de navegação, catequizou índios e incentivou a instalação de
imigrantes alemães. Em 1860 elegeu-se senador. Morreu no Rio de
Janeiro em 1864, debilitado pela malária.
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