Revisão na Lei de Incentivo à Cultura é debatida em Cataguases

O município de Cataguases, na Zona da Mata, recebeu a Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais p...

26/11/2007 - 00:00
 

Revisão na Lei de Incentivo à Cultura é debatida em Cataguases

O município de Cataguases, na Zona da Mata, recebeu a Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais para a realização de audiência pública, que debateu a reforma da Lei de Incentivo à Cultura (Lei 12.733, de 1997), que está completando dez anos de existência. A reunião, solicitada pela deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), aconteceu nesta segunda-feira (26/11/07), e contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e de entidade ligadas ao setor cultural.

Na reunião, a presidente da Comissão Técnica de Análise de Projetos da Secretaria de Cultura (CTAP), Silvana Pessoa, apresentou algumas das propostas que estão em estudo para melhorar os projetos contemplados pela lei, especialmente os realizados no interior. Entre outras ações, a SEC propõe a criação de câmaras específicas, compostas por técnicos da administração estadual e entidades representativas da área cultural de todo o Estado, em cada setor cultural (teatro, dança e música, por exemplo). A intenção é fazer com que esse grupo analise e defina os critérios de escolha dos projetos de forma mais objetiva e consistente, além de descentralizar a concessão do benefício. "A idéia é qualificar as produções culturais contempladas pela lei e democratizar o acesso dos agentes culturais, tanto na capital, quanto no interior", disse.

O estudo propõe também o estabelecimento de patamares mínimos de aprovação de projetos para o interior, com crescimento de concessão de recursos escalonado, que começaria com 40% em 2008, chegando até a 45% em 2013. Segundo Pessoa, nos últimos dois anos, o interior ampliou em aproximadamente 40% sua participação nos recursos aprovados. "Teremos que intensificar o treinamento dos agentes culturais e a sensibilização das empresas privadas no incentivo a projetos em Minas. Afinal, o crescimento da aprovação de projetos no interior é grande e a captação deve acompanhar essa tendência", ponderou. O estudo mostra que a captação é crescente, mas insuficiente, uma vez que o orçamento para o setor cultural ainda é muito pequeno. Reformas técnicas no Decreto 43.615, de 2003, que regulamenta a lei, também foram apresentadas para tornar a norma mais eficiente e eficaz.

Especialistas e agentes sugerem reformas na legislação

O ex-deputado, Amilcar Martins, que participou da elaboração da lei, em 1997, disse que o maior problema enfrentado pelos agentes culturais de todo o Brasil é o financiamento de projetos. Para ele, a Lei Estadual, que é de renúncia de ICMS para programas de cultura, é um esforço para enfrentar a questão, mas, apesar de dar bons resultados, deve sempre ser aprimorada. "A lei foi um avanço, é um modelo seguido no Brasil e traz bons retornos para as empresas privadas, que ganham em imagem e responsabilidade social", elogiou. "Mas acho que é necessária a criação de mecanismos que incentivem também as pequenas e médias empresas a participarem", sugeriu.

O presidente do Instituto Francisca de Souza Peixoto, onde aconteceu a reunião, Marcelo Inácio Peixoto, solicitou ainda o aumento de percentual de contrapartida das empresas na lei; a incrementação do Fundo Estadual de Incentivo à Cultura; a celeridade na aprovação de leis municipais semelhantes; e a desburocratização dos critérios de prestação de contas dos projetos contemplados pela lei. As sugestões foram reforças e apoiadas pelos agentes culturais presentes à reunião, durante a fase dos debates.

Deputadas defendem reestruturação na lei

A deputada Maria Lúcia Mendonça falou a dezenas de pessoas, que lotaram o auditório do Instituto Francisca de Souza Peixoto, sobre o estudo preliminar que vem sendo feito pela SEC, com o objetivo de reestruturar a Lei. Segundo ela, o incremento dos projetos culturais produzidos na Zona da Mata será feito a partir das ações realizadas em Cataguases. "A região precisa de ajuda nesse segmento e queremos ouvir as pessoas e instituições que são responsáveis e conhecedoras da cultura local sobre as reais necessidade e sugestões para tornar a lei ainda melhor", colocou.

A presidente da comissão, deputada Gláucia Brandão (PPS), reforçou as palavras de Maria Lúcia Mendonça e disse que é preciso democratizar a discussão e colher sugestões para atualizá-la e aprimorá-la. "Podemos melhorar, desde os critérios de seleção dos projetos contemplados, até a obtenção de mais recursos para esses projetos.

Para o deputado Deiró Marra (PR), a presença da comissão na cidade avaliza o apoio da ALMG à revisão da lei, que tem a intenção de melhorar a vida da população de todo Estado. Já o deputado Antônio Carlos Arantes (PSC) lembrou que é preciso deixar as disputas políticas de lado para que a cidade continue produzindo cultura e qualidade de vida. "Apóio o aprimoramento da lei e entendo que temos que fazer com que institutos como o Francisca de Souza Peixoto continuem a existir, formando cidadãos e levando esperança para os que vivem da cultura", disse.

No final da reunião, a deputada Glácia Brandão disse que o maior desafio da comissão é criar políticas públicas que valorizem a cultura no Estado e fazer com que elas sejam realizadas de forma efetiva e eficaz. "As sugestões feitas na audiência serão levadas à SEC e, se possível serão contempladas. Acredito que estamos no caminho certo", concluiu.

Presenças - Deputadas Gláucia Brandão (PPS), presidente; e Maria Lúcia Mendonça (DEM); deputados Deiró Marra (PR) e Antônio Carlos Arantes (PSC); o representante da Fundação Ormeu Junqueira Botelho, Paulo Júnior; o presidente do Instituto de Cataguases, César Piva; a representante da Fundação Simão José Silva, Roseli Mendonça da Costa; além dos convidados citados na matéria.

 

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