Deputados defendem mudanças no Conselho Estadual de Educação

Deputados e representantes de entidades estudantis e sindicatos de professores defenderam mudanças na composição do C...

21/11/2007 - 00:00
 

Deputados defendem mudanças no Conselho Estadual de Educação

Deputados e representantes de entidades estudantis e sindicatos de professores defenderam mudanças na composição do Conselho Estadual de Educação (CEE), na reunião da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quarta-feira (21/11/07). O órgão, responsável pelo reconhecimento e avaliação dos cursos superiores das instituições estaduais e particulares mineiras, foi criticado porque sua composição não contempla todos os segmentos da sociedade, como apontaram os deputados Deiró Marra (PR), Carlin Moura (PCdoB) e a deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), que solicitaram a audiência.

O presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, Gilson Luiz Reis, acusou que todos os integrantes do CEE são representantes de universidades particulares. Ele informou que os sindicatos de professores têm assento nos conselhos de educação de todos os Estados, com exceção de Minas Gerais. "É necessário que todos os segmentos da sociedade estejam representados no conselho: professores, pais e alunos. Um setor estratégico não pode ficar nas mãos apenas de donos de escolas e diretores de fundações públicas de direito privado", acusou. O presidente da Federação Interestadual dos Estabelecimentos de Ensino, Edson de Paula, e o vice-presidente da União Estadual dos Estudantes, Fagner Sena, também criticaram a composição atual do CEE.

Diante dessas críticas, os deputados defenderam mudanças na composição do órgão. "É preciso que todos os segmentos educacionais tenham representação no conselho", defendeu a deputada Maria Lúcia Mendonça.

O presidente da comissão, deputado Deiró Marra (PR), também cobrou a democratização do CEE. O deputado Carlin Moura acusou a falta de transparência do órgão, que segundo ele sequer informa em seu site as biografias dos conselheiros. Outro problema, na avaliação de Carlin Moura, é a forma de escolha dos integrantes do CEE, que beneficiaria as faculdades privadas. "O conselho está na idade da pedra e precisa ser reformulado", defendeu.

Conselheiro rebate acusações

O conselheiro José Januzzi de Souza Reis rebateu as acusações e lembrou que todos os indicados para o CEE são sabatinados e aprovados pela ALMG. "O Legislativo se excluiu da responsabilidade de definir os critérios de escolha dos indicados para o conselho, ao delegar essa competência para o Executivo", afirmou.

A Lei Delegada 172, de 2007, estabelece que metade dos 24 membros do CEE são escolhidos por livre escolha do governador, e a outra metade é escolhida pelo governador a partir de listas tríplices elaboradas por entidades da sociedade civil. No caso dos integrantes da Câmara do Ensino Superior, as listas tríplices são elaboradas por associações de reitores, de universidades públicas e privadas, de professores e de estudantes, como dispõe o Decreto 44.637, de 2007.

Fumec - A comissão também ouviu o ex-professor do Universidade Fumec, Antônio Pereira dos Santos, que reclama ter sido demitido da direção da instituição por denúncias infundadas de corrupção. "Um grupo de enfurecidos tomou a Fumec de assalto, demitiu seus fundadores e desrespeitou seu estatuto. Fui diretor da Fumec três vezes, transformei a instituição em universidade e fui escorraçado da sala de aula depois de 30 anos de serviços prestados", afirmou. Ele acusou o atual conselho curador da instituição de desperdiçar R$ 12 milhões por ano, e criticou a atuação do CEE, que na sua opinião é "um aparelho ideológico do Estado burguês capitalista selvagem".

O conselheiro José Januzzi de Souza Reis rebateu as acusações contra o CEE e informou que o órgão faz a supervisão pedagógica das instituições de ensino. No caso da Fumec - instituição mantida por uma fundação privada criada por lei estadual - quem tem a atribuição de fiscalizar a sua administração é o Ministério Público, segundo Januzzi.

Requerimentos - A comissão aprovou três requerimentos de providências para os problemas levantados durante a reunião, todos de autoria coletiva. Os deputados pedem ao CEE que investigue as irregularidades apontadas na administração da Fumec; e que inclua em sua página na internet informações sobre os currículos dos conselheiros. Ao governador, os deputados pedem que inclua a Associação Mineira dos Inspetores Escolares entre as entidades habilitadas a indicar candidatos ao CEE.

Presenças - Deputado Deiró Marra (PR), presidente; deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), vice; e deputado Carlin Moura (PCdoB). Também participaram da reunião o representante dos professores da Uemg, Sebastião Lúcia Scaldafeni; e a representante da Associação Mineira dos Inspetores Escolares, Norma Lúcia Flávio Lélis.

 

 

 

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