Comissão defende atendimento interestadual aos usuários do SUS

A necessidade de implantar uma rede de atendimento entre os Estados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), con...

21/11/2007 - 00:01
 

Comissão defende atendimento interestadual aos usuários do SUS

A necessidade de implantar uma rede de atendimento entre os Estados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), conhecida por Programação Pactuada Integrada (PPI) interestadual, foi discutida nesta quarta-feira (21/11/07), pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmaram que Minas Gerais tem interesse em participar do PPI interestadual, mas que esbarra com a falta de interesse de outros estados e municípios limítrofes. Entre as dificuldades apontadas pela superintendente de Regulação em exercício da SES, Vânia de Freitas Drumond, estão a ausência de PPI estadual e de levantamento dos custos médios de atendimento; o não-comparecimento de gestores estaduais às reuniões de negociação; e o não-cumprimento efetivo do governo federal como mediador do processo.

Com o intuito de dar andamento a esse processo, foi aprovado requerimento da Comissão de Saúde para visitar o secretário da área, Marcus Pestana. Os deputados vão solicitar ao secretário que eles visitem o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para cobrar a efetivação das PPIs interestaduais. O requerimento foi lido pelo deputado Hely Tarqüínio (PV), vice-presidente da comissão e quem solicitou o debate desta quarta-feira.

Segundo Vânia de Freitas Drumond, entre as diretrizes básicas do PPI interestadual estão a necessidade de participação dos três níveis de gestão do SUS, para viabilizar o pacto, e de alocar recurso extra para promover o programa. Ela explicou que Minas Gerais teve sua primeira experiência frustrada em maio de 2006, na cidade de Montes Claros, quando foi tentado um PPI interestadual Minas Gerais/Bahia. Esta experiência não foi bem-sucedida devido às dificuldades já por ela citadas.

Para a gerente de Programação Assistencial da Secretaria de Estado da Saúde, Maria Letícia Duarte Campos, a principal dificuldade está no processo de transferência dos recursos de um município para outro Estado, principalmente se for considerada a situação deficitária de alguns municípios mineiros.

O autor do requerimento, deputado Hely Tarqüínio, destacou a importância da PPI interestadual para que pacientes mineiros possam ser atendidos em um Estado vizinho. "Para o indivíduo que mora em Unaí, ser atendido em Belo Horizonte, é muito complicado por causa da distância", afirmou. O deputado Carlos Mosconi (PSDB), presidente da comissão, lembrou que a articulação entre os Estado é muito difícil e muitas vezes esbarra na burocracia. "A burocracia vai impedindo o paciente de ser atendido. É preciso fazer várias reuniões para chegar a uma solução", disse. Doutor Rinaldo (PSB) pediu que este problema tão sério seja logo resolvido para trazer conforto a vários pacientes do Estado. Já o deputado Ruy Muniz (DEM) defendeu a implantação do cartão eletrônico do SUS, para que o cidadão possa ser atendido em qualquer cidade do País.

Requerimentos solicitam audiências públicas

Os deputados aprovaram ainda outros quatro requerimentos, sendo que dois tratam de audiência pública na região do Barreiro, na Capital, para discutir a situação do Hospital Júlia Kubitschek. O primeiro requerimento, do deputado Durval Ângelo (PT), solicita reunião conjunta da Comissão de Saúde com a Comissão de Direitos Humanos para debater o funcionamento do hospital, bem como as condições de atendimento à saúde da população. O deputado Célio Moreira (PSDB) solicitou que, nesta audiência pública, sejam discutidas as demandas relativas ao hospital, tais como reforma e ampliação dos leitos do CTI, reforma das unidades de emergência e do setor administrativo e efetivação do médicos contratados. Também solicita que seja analisada a ampliação dos equipamentos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro.

Outro requerimento do deputado Célio Moreira pede que seja realizada audiência pública em Corinto, na Região Central do Estado, para discutir o funcionamento da Santa Casa de Misericórdia da cidade e o fechamento do bloco cirúrgico. O parlamentar também quer debater possível convênio entre a Prefeitura de Corinto e a Santa Casa. Também foi aprovado requerimento do deputado Fahim Sawan (PSDB) formulando apelo ao secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, para aumentar a oferta de exames de mamografia para prevenir casos de câncer de mama.

Projeto sobre Conselho de Saneamento Básico está pronto para Plenário

Antes de iniciar os debates, os deputados aprovaram parecer de 1o turno favorável ao Projeto de Lei (PL) 1.416/07, do governador, que cria o Conselho Estadual de Saneamento Básico (Cesb) e dá outras providências. O relator, deputado Hely Tarqüínio, opinou pela aprovação da matéria com a emenda nº 2, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e as emendas nºs 3 e 4, por ele apresentadas; e pela rejeição da emenda nº 1, da CCJ.

O conselho será um órgão colegiado estratégico, de natureza consultiva, vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), que terá por finalidade subsidiar a definição de estratégias, a formulação de políticas de saneamento básico e o acompanhamento da respectiva execução. Com aprovação do parecer, o projeto está pronto para ser apreciado pelo Plenário, em 1o turno.

As emendas nºs 3 e 4, apresentadas por Hely Tarqüínio, foram fruto da audiência pública realizada pela comissão, no último 26 de setembro, para discutir o projeto. A emenda nº 3 aprimora a redação do inciso XVI do artigo 7º, acrescentando após a palavra "técnica", a expressão "e científica".

A emenda nº 4 modifica artigo 7º em relação à composição do Cesb, acrescentando quatro novos componentes: da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg); do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea/MG); de entidade com atuação na área de reforma urbana, indicado pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Regional e Política Urbana; e de entidade de defesa dos direitos do consumidor.

A emenda nº 2, acatada pelo relator, suprime o artigo 9º, sob o argumento de que não se pode atribuir competências por regulamento, mas apenas por lei. Já sobre emenda nº 1, que retira um representante da Frente Estadual de Saneamento Ambiental (Fesa) como integrante do Cesb, Hely Tarquínio considerou que houve um equívoco. Para ele, a Fesa deve manter sua representação no Cesb, principalmente por ser tratar de uma entidade associativa que tem como objetivo acompanhar as ações e a política estadual de saneamento, meio ambiente e recursos hídricos em Minas. Além disso, a Fesa é pessoa jurídica e tem composição mista de representantes da sociedade civil organizada e do poder público.

Presenças - Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente da comissão; Hely Tarqüínio (PV), vice; Carlos Pimenta (PDT), Doutor Rinaldo (PSB), Ruy Muniz (DEM) e Célio Moreira (PSDB).

 

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