Cipe São Francisco define rumos de trabalho para
2008
Integrantes da Cipe São Francisco se reúnem, nesta
quarta-feira (21/11/07), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais,
para eleger os participantes da nova diretoria e definir o programa
de trabalho da comissão interestadual para 2008. O encontro será às
15 horas no Edifício Tiradentes e terá a participação do deputado
Gil Pereira (PP), vice-líder do governo e coordenador da Cipe em
Minas. Os deputados Antônio Passos, Ulices Andrade e Augusto
Bezerra, todos da Assembléia Legislativa de Sergipe, também
participarão.
A reunião da Cipe acontece pouco antes da abertura
oficial do Ciclo de Debates "O Rio São Francisco e o Desenvolvimento
Sustentável do Semi-Árido", organizado pela ALMG com o intuito de
avaliar a situação do semi-árido brasileiro, as alternativas para o
desenvolvimento sustentável dessa região, bem como a revitalização
da bacia do rio que corta cinco estados brasileiros.
Especialistas e autoridades terão, durante toda a
quinta-feira (22), a chance de debater também o projeto de
transposição do rio, que ainda está longe da unanimidade. "Este
evento é uma grande oportunidade de a população ser esclarecida
sobre esta mentira do governo que é o projeto de transposição. É
importante a participação de lideranças do interior e de outras
regiões do país", afirmou o coordenador da Caravana em Defesa do São
Francisco, do Semi-Árido e Contra a Transposição, Apolo Heringer
Lisboa, que participará de um dos debates.
Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco, Thomaz Matta Machado, o problema é que há
pouca vontade por parte das autoridades, de informar a população. "O
projeto virou uma questão política, mas trata-se de algo que deve
ser visto de modo técnico e científico", disse Mata Machado.
Frente parlamentar - Após o
Ciclo de Debates, o deputado Gil Pereira (PP) esperar concluir o
recolhimento das assinaturas necessárias para a instalação de uma
frente parlamentar em defesa da Bacia do São Francisco. Segundo ele,
a receptividade dos demais parlamentares tem sido boa. "O Rio das
Velhas e o próprio São Francisco estão morrendo. Quem precisa deles
sabe muito bem disso, pois sequer pode usar a água para beber. Serão
gastos milhões de reais na transposição de água podre? É preciso
revitalizar, recuperando pequenas barragens, matas ciliares e
nascentes. O ciclo será interessante porque vai mostrar os dois
lados da questão: os argumentos de quem defende e de quem condena".
O São Francisco em números:
* 2.700 Km : É a extensão do rio, desde a Serra da Canastra,
no município mineiro de São Roque de Minas, onde nasce, até a sua
foz, entre os estados de Sergipe e Alagoas. * 634 mil km2: É a área total da bacia.
* 5: É o número de estados brasileiros
cortados pelo rio.
* 13 milhões: É a população da área da Bacia do São
Francisco, conforme censo de 2000. * 504: É a quantidade de municípios da bacia,
ou 9% do total de municípios do país. Desse total, 48,2% estão na
Bahia, 36,8% em Minas Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,2% em Alagoas,
1,2% em Sergipe, 0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal
* 4: É o número de trechos em que o rio
está dividido: Alto São Francisco: das nascentes até a cidade de
Pirapora (MG). Médio São Francisco: de Pirapora (MG) até Remanso
(BA). Submédio São Francisco: de Remanso (BA) até Paulo Afonso (BA).
Baixo São Francisco: de Paulo Afonso (BA) até a foz, entre Sergipe e
Alagoas.
* 3%: É a disponibilidade de água doce
existente no Nordeste brasileiro. A Amazônia tem 70% da água doce do
País. A Bacia do São Francisco concentra 63% da disponibilidade de
água da região nordestina.
* Fonte: Ministério da Integração Nacional
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