São Sebastião do Paraíso reivindica mais segurança

Prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças de São Sebastião do Paraíso e de mais de 20 municípios do Sul e Su...

14/11/2007 - 00:00
 

São Sebastião do Paraíso reivindica mais segurança

Prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças de São Sebastião do Paraíso e de mais de 20 municípios do Sul e Sudoeste de Minas participaram, nesta quarta-feira (14/11/07), da reunião conjunta das Comissões de Segurança Pública e de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Requerida pelo deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), a audiência pública contou ainda com grande público - cerca de 200 cidadãos do município e de toda a região, principalmente produtores rurais.

Na reunião, Cássio Soares, chefe de gabinete do secretário de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, fez um anunciou a assinatura de convênio com a Prefeitura de São Sebastião do Paraíso no valor de R$ 433 mil para a reforma da cadeia local, que se encontra em condições precárias. Segundo Soares, terminada a reforma, a Subscretaria de Administração Penitenciária assumirá a guarda dos presos, destinando 68 agentes penitenciários para a função e liberando para o trabalho nas ruas 10 policiais militares e cinco civis.

O representante da Secretaria de Defesa Social (Sedes) informou ainda que a região receberá mais de 300 homens para os 33 municípios abrangidos pelo 12o Batalhão de Polícia Militar (BPM). Soares falou ainda que quatro concursos para a Polícia Civil estão sendo preparados e um já está em andamento. Atualmente, a PCMG conta com 9 mil homens e a Polícia Militar, com 40 mil, com previsão de chegar a 50 mil em 2010.

Prefeito apresenta pauta de reivindicações

O prefeito de Paraíso, Mauro Zanin, avaliou que os municípios têm limitações para lidar com a questão da segurança, que tem à frente o Governo do Estado. Apesar disso, Zanin afirmou que a população já está se organizando. Tanto que mais de 5 mil pessoas promoveram uma passeata na cidade reivindicando mais segurança, sensibilizando o secretário Maurício Campos, que fez compromissos de melhorias para o setor (muitas delas anunciadas por seu chefe de gabinete). Além disso, para Zanin, os prefeitos da região já têm uma pauta clara de reivindicações: melhoria do aparato e da estrutura das polícias Militar e Civil, com aumento dos efetivos; melhoria das cadeias públicas e criação de um BPM em Paraíso.

O promotor de Justiça da Vara Criminal da comarca, Rômulo Generoso, defendeu a criação urgente de um batalhão de fronteira, que atuará na área compreendida entre os municípios de Claraval e Muzambinho, onde se localiza a MG-050, conhecida como a rota caipira do tráfico. Ele constatou que as iniciativas do governo não têm conseguido acompanhar as ações dos criminosos. "O crime é mais organizado e não tem o entrave da burocracia do Estado", declarou. Mesmo reconhecendo o "esforço heróico" dos policiais, o promotor destacou que criminosos de São Paulo estão vindo para a região e achando campo aberto para suas ações.

A juíza da Vara Criminal da Comarca de São Sebastião do Paraíso, Edna Pinto, também reivindicou a criação do batalhão de fronteira. Reclamou da falta de efetivos das polícias: 60 militares para mais de 60 mil habitantes. E reforçou a necessidade de os políticos superarem divergências para lutar por projetos que são para o bem da população.

O representante da Federação da Agricultura do Estado (Faemg), Jerônimo Giacchetta, diagnosticou que, devido ao medo, o produtor está saindo da zona rural e indo para a cidade, onde se torna deprimido, gerando um problema de saúde pública.

O comandante do 12o Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Marcelo Alves Aleixo, apresentou alguns números da criminalidade na região. Segundo ele, entre 2006 e 2007, houve uma redução de 12,9% nos crimes violentos na área rural. Roubos na zona rural foram 16 até setembro deste ano. Foram 380 casos de arrombamento apurados em 2006, e 519, de janeiro a setembro de 2007. Para coibir a violência, Aleixo listou algumas medidas tomadas pela PMMG: intensificação das buscas, envolvimento da Polícia Civil e Judiciário nas ações, envolvimento da população rural, troca de informações com a Polícia de São Paulo, entre outras.

Deputados defendem descentralização e organização

Autor do requerimento para a reunião, o deputado Antônio Carlos Arantes (PSC) constatou que "morar no campo hoje não é mais símbolo de tranqüilidade, e sim de preocupação". Ao final, ele disse estar confiante nas medidas que seriam encaminhadas. Mas avaliou que faltavam ainda algumas ações de descentralização: "o problema não é só em Paraíso. Temos Delfinópolis, Capetinga, que tem pouquíssimos policiais. Melhoramos muito, sim, mas não o suficiente".

O deputado Chico Uejo (PSB) elogiou a capacidade de organização da comunidade local para lutar por seus direitos. E também a busca de soluções concretas por parte das autoridades, sem o recurso de ficar justificando a criminalidade pelas circunstâncias históricas. O deputado Padre João (PT) sugeriu que as reivindicações fossem encaminhadas à Sedes e defendeu a integração policial da região e a assinatura de convênio com as Polícias de outros Estados.

Respondendo ao apelo de Padre João, o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues (PDT), informou que, no dia 19 de novembro, às 17 horas, ele e outros deputados da comissão vão se reunir com o secretário Maurício Campos Júnior, para levar as reivindicações e pedir providências. Também nessa linha, o deputado Vanderlei Jangrossi (PP) acrescentou que tudo que foi discutido seria objeto de um relatório da comissão, para que a ALMG fizesse os devidos encaminhamentos.

Como contraponto às queixas quanto aos índices de criminalidade na região, o deputado Paulo Cesar (PDT) ressalvou que em outras regiões a situação é pior e é seríssima em toda Minas Gerais. Para exemplificar, ele citou dados de sua terra natal, Nova Serrana. Lá são mais de 50 ocorrências por dia, levando a cidade a ser a sexta no ranking do Estado, enquanto que em São Sebastião do Paraíso são 26 ocorrências (a cidade é a 144a no ranking).

Por último, o deputado Rêmolo Aloíse (PSDB) reivindicou ações que considera primordiais na segurança pública: efetivar o "cinturão de fronteira" na divisa de Minas com São Paulo; colocar mais policiais nas ruas; promover estudos na PMMG para melhorar a distribuição dos policiais entre os municípios.

Diversos produtores rurais, alguns deles vítimas de ações de criminosos no campo, foram ao microfone para se queixar do aumento da violência nesse ambiente e cobrar soluções das autoridades.

Presenças - Pela Comissão de Segurança Pública, deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente Paulo Cesar (PDT), vice, e Antônio Carlos Arantes (PSC); pela Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, deputados Vanderlei Jangrossi (PP), presidente, Padre João (PT), vice, e Chico Uejo (PSB), e deputado Rêmolo Aloíse (PSDB). Além dos citados na matéria, também participaram: o presidente da Câmara Municipal do município, vereador Jerônimo Aparecido da Silva; o superintendente regional da PCMG, João Pedro de Resende; o comandante do Corpo de Bombeiros de São Sebastião do Paraíso, subtenente BM Paulo Neves de Resende.

 

 

 

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