Projeto do pacote tributário está pronto para Plenário, em 1º turno

O Projeto de Lei (PL) 1.585/07, do governador do Estado, conhecido como pacote tributário, já pode ser analisado, em ...

14/11/2007 - 00:01
 

Projeto do pacote tributário está pronto para Plenário, em 1º turno

O Projeto de Lei (PL) 1.585/07, do governador do Estado, conhecido como pacote tributário, já pode ser analisado, em 1º turno, pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Na noite desta terça-feira (13/11/07), a proposição recebeu parecer favorável da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), na forma do substitutivo nº 1, apresentado pelo relator Jayro Lessa (DEM), que havia distribuído cópias do texto pela manhã. Durante a reunião, foram apresentadas 44 propostas de emendas, cinco delas aprovadas, mas já contempladas no parecer. Também foi apresentado um novo substitutivo, do deputado Irani Barbosa (PSDB), prejudicado com a aprovação do texto de Lessa.

O PL 1.585/07 modifica a Lei 6.763, de 1975, que consolida a legislação tributária do Estado, fazendo alterações relativas ao ICMS e às taxas. Boa parte dessas alterações se referem a autorizações para o Poder Executivo reduzir a carga tributária relativa ao ICMS devido nas operações com diversas mercadorias, entre elas, materiais de construção, equipamentos, aparelhos e materiais elétricos, solução parenteral, iogurte, queijo petit suisse, leite fermentado, suprimentos de informática, caneta esferográfica, bucha vegetal in natura e mercadorias destinadas a órgãos públicos, hospitais, clínicas e assemelhados, não contribuintes do imposto.

A proposição inclui reduções de alíquotas diversas que deverão acarretar uma diminuição de R$ 74,01 milhões na receita anual do Estado, perda que deverá ser compensada, no mesmo projeto, pelo aumento de alíquotas relativas às prestações de serviço de comunicação e às operações com solvente, no valor de R$ 74,16 milhões. Os dados estão em documento de autoria do secretário de Estado da Fazenda anexado à mensagem do governador.

Mudanças - O substitutivo nº 1 incorpora 14 emendas apresentadas na Comissão de Constituição e Justiça e promove outras alterações, como a ampliação de reduções de carga tributária para produtos fabricados com material reciclado, indústria têxtil e de calçados, importação de equipamentos médicos e hospitalares sem similares produzidos no Brasil e para o soro do leite, entre outros.

O substitutivo ainda inclui hipóteses de penalidade no âmbito da legislação tributária. É o caso das administradoras de cartão de crédito e débito, que receberão multa de 15 mil Ufemgs caso não prestem informações ao Fisco sobre os contribuintes que utilizam seus sistemas. Outra alteração proposta pelo substitutivo é a prorrogação do prazo limite para o uso de débitos inscritos em dívida ativa em financiamento de programas de cultura ou esporte, modificando as Leis 12.733, de 1997, e 16.318, de 2006.

Emendas - Durante a reunião da FFO, as 44 propostas de emendas foram lidas de forma sucinta pelo deputado Lafayette de Andrada (PSDB). Os deputados aprovaram as emendas nºs 16 e 17, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); 25 e 26, do deputado João Leite (PSDB); e 41, do deputado Padre João (PT). As demais foram rejeitadas, com voto contrário do deputado Antônio Júlio (PMDB). O deputado Jayro Lessa informou que aproveitou também, em seu parecer, parte do conteúdo de algumas das propostas rejeitadas.

A emenda nº 16 amplia a lista de itens da área têxtil beneficiados pela carga tributária de 12%, incluindo nesse rol tecidos e artefatos de cama e mesa, inclusive subprodutos de fiação e tecelagem. A emenda nº 17 autoriza a utilização de créditos de ICMS, pela indústria têxtil, para o pagamento de insumos em operações internas e para a compensação de débitos inscritos em dívida ativa. A emenda nº 25 veda o acúmulo de programas de parcelamento de débitos tributários. A emenda nº 26 amplia para todos os tipos de canetas a redução do ICMS para 12% prevista, inicialmente, apenas para caneta esferográfica. A emenda nº 41 estende para as associações e cooperativas da agricultura familiar a alíquota de 12%, prevista no projeto nas operações promovidas por estabelecimentos industriais com cachaça.

As propostas de emenda rejeitadas, mas cujas determinações foram parcialmente contempladas no substitutivo nº 1 são as seguintes: ampliação de redução da carga tributária para produtos fabricados com material reciclado (sugestão dos deputados Antônio Carlos Arantes, do PSC, e Neider Moreira, do PPS); redução para 7% da carga tributária sobre importação de equipamentos médicos e hospitalares sem similares produzidos no Brasil (deputado Neider Moreira); redução para zero da carga tributária sobre transporte intermunicipal de cargas por balsas (deputada Ana Maria Resende, do PSDB); prorrogação do prazo limite para o uso de débitos inscritos em dívida ativa em financiamento de programas de esporte (deputado João Leite, do PSDB); exclusão da tributação de ICMS sobre processos intermediários na industrialização de calçados, como, por exemplo, a situação em que o industrial compra matéria-prima para a confecção dos solados dos calçados, a ser efetuada por outra empresa (deputado Paulo Cesar, do PDT); ampliação da abrangência dos itens beneficiados pela carga tributária de 12% hoje prevista em lei para o setor de calçados, bolsas e cintos, incluindo nesse rol saltos, solados e palmilhas para calçados (deputado Paulo Cesar); redução para 7% do ICMS sobre o soro de leite, igualando a alíquota àquela aplicada ao leite, e redução para 12% das operações com embarcações produzidas no Estado (deputado Domingos Sávio, do PSDB); redução para zero da carga tributária incidente na fabricação de aparelho de monitoramento da glicemia, utilizado pelos diabéticos (deputado Célio Moreira, do PSDB).

Vários deputados criticaram pontos da proposição, e o deputado Antônio Júlio defendeu uma discussão mais aprofundada das modificações propostas. Por outro lado, os deputados Agostinho Patrús Filho (PV) e João Leite parabenizaram o relator pelo trabalho.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice-presidente e relator; Agostinho Patrús Filho (PV), Antônio Júlio (PMDB), Lafayette de Andrada (PSDB), Célio Moreira (PSDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Fábio Avelar (PSC), Gilberto Abramo (PMDB), Irani Barbosa (PSDB), Getúlio Neiva (PMDB), Hely Tarqüínio (PV), Inácio Franco (PV), Weliton Prado (PT), João Leite (PSDB), Bráulio Braz (PTB) e a deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

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