Projeto de consórcios intermunicipais deve ser ampliado

Um projeto de lei para facilitar a formação de consórcios entre municípios foi debatido com especialistas pelos deput...

13/11/2007 - 00:00
 

Projeto de consórcios intermunicipais deve ser ampliado

Um projeto de lei para facilitar a formação de consórcios entre municípios foi debatido com especialistas pelos deputados da Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em reunião realizada na tarde desta terça-feira (13/11/07). Trata-se do PL 116/07, de autoria do deputado André Quintão (PT), que o apresentou com a intenção de atualizar a legislação que disciplina a assistência social no Estado, datada de 1996.

Quintão explicou que a idéia nova é dar à assistência social os instrumentos de que já dispõem os municípios, por exemplo, na área da Saúde, para que os municípios mais carentes possam se dar ajuda mútua no tratamento de questões que extrapolam os limites municipais, como a da exploração sexual de crianças e adolescentes. Segundo o deputado, as cidades de Itaobim, Ponto dos Volantes, Catuji e Padre Paraíso, que ficam ao longo da BR-116, não têm como enfrentar o problema individualmente, mas poderiam consorciar-se para exercer vigilância sobre os pontos onde esses crimes acontecem.

O relator do projeto, deputado Ademir Lucas (PSDB), no entanto, ponderou que o objeto do projeto de lei deveria ser ampliado para contemplar outras áreas onde não há legislação que discipline a formação de consórcios municipais, como na disposição de resíduos sólidos, ações ambientais e até questões fundiárias. Quintão aplaudiu a expansão do seu objetivo inicial e disse que aceitaria de bom grado um substitutivo da Comissão de Administração Pública. Ele vê virtudes concretas nos consórcios para resíduos sólidos, já que pequenos municípios pobres poderiam se associar para construir um aterro sanitário único.

Lucas citou o exemplo de Belo Horizonte, que produz 4 mil toneladas de resíduos sólidos por dia e leva 1,6 mil para o aterro da Queiroz Galvão, em Sabará. Sugeriu que um novo aterro para a capital seja implantado em Esmeraldas. Quintão não vê reciprocidade no exemplo, e acredita que nesse caso a solução seria simplesmente pagar pelo uso do aterro.

Projeto precisa definir melhor questões legais

Os três especialistas convidados eram da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), do Colegiado de Gestores Municipais de Assistência Social (Cogemas) e da Secretaria de Saúde de Carmo do Paranaíba. O secretário de Saúde Lineu Braz Cardoso pediu aperfeiçoamentos que permitam "desestrangular" o Sistema Único de Saúde, com os consórcios abrindo brechas que permitam a compra de serviços que a forma de pactuação atual não permite.

Cardoso relatou que o hospital de Carmo do Paranaíba consegue realizar cirurgias de média complexidade, mas que os municípios que recorrem a esse serviço poderiam arcar com os exames de risco cirúrgico. Pediu também que os mecanismos de dispensa de licitação sejam estudados com o Tribunal de Contas para não gerar responsabilidades para os gestores.

Por sua vez, Sebastião Alencar Dala Vedova, do Cogemas e secretário de Ação Social de Conselheiro Lafaiete, abordou a questão da violência e uso de drogas na juventude de sua cidade, e pediu a implantação do Projeto Sentinela de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Revelou ainda que a metalúrgica Gerdau doou o terreno para um aterro sanitário e uma usina de compostagem, mas que seria inviável a Conselheiro Lafaiete arcar com os custos sem um consórcio com municípios vizinhos.

Sandro Veríssimo, da Sedru, discorreu sobre a experiência da Secretaria no apoio à formação de consórcios intermunicipais e relatou o caso mais recente em que aportou R$ 400 mil a um consórcio capitaneado por Itajubá, com seis municípios vizinhos, para a implantação de um aterro sanitário. Veríssimo defendeu a proposição de André Quintão pelo mérito de poupar custos para os pequenos municípios.

Por determinação do presidente da Comissão, deputado Elmiro Nascimento (DEM), a Sedru será provocada a se manifestar institucionalmente a respeito do projeto de lei e a contribuir para o aperfeiçoamento das questões legais. O representante do Cogemas assegurou o apoio dos 853 municípios à iniciativa que lhes permitirá racionalizar seus custos e compartilhar responsabilidades.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente; Ademir Lucas (PSDB), vice-presidente; Inácio Franco (PV), André Quintão (PT) e Weliton Prado (PT).

 

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