Corregedor do TCMG nega que incêndio tenha impedido investigações

O corregedor do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCMG), conselheiro Antônio Carlos Andrada, negou, nesta terça-fei...

13/11/2007 - 00:00
 

Corregedor do TCMG nega que incêndio tenha impedido investigações

O corregedor do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCMG), conselheiro Antônio Carlos Andrada, negou, nesta terça-feira (13/11/07), que o incêndio ocorrido no órgão em abril de 2002 tenha impedido a análise das contas de prefeituras e entidades da administração estadual. Ele foi ouvido pela Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, e rebateu todas as acusações feitas contra a instituição pelo Ministério Público (MP). O promotor Eduardo Nepomuceno de Souza apresentou, em setembro, denúncia contra quatro servidores do tribunal, apontados como responsáveis pelo incêndio que destruiu documentos supostamente a pedido de conselheiros.

Antônio Carlos Andrada garantiu que, dos 3.117 documentos destruídos pelo incêndio, apenas 274 referentes a prestações de contas de prefeituras e outros 42 relativos à administração indireta do Estado não puderam ser recuperados. "Não houve prejuízo para análises sobre possíveis danos ao erário. O TCMG recebe apenas demonstrativos de execuções de despesas. Os documentos originais ficam nas prefeituras", justificou. Segundo o conselheiro, o mesmo se aplica aos processos referentes à administração pública indireta, uma vez que foram destruídos apenas demonstrativos fiscais. "O tribunal perdeu dados, mas isso não impede a sua atuação", completou.

O corregedor também rebateu as acusações de que o incêndio teria destruído processos referentes à prestação de contas do ex-governador Newton Cardoso, da ampliação do complexo viário da Lagoinha, do trólebus de Belo Horizonte, do arrendamento de aeronave pela Cemig e da duplicação da Rodovia Fernão Dias, pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). Ele admite que alguns balancetes referentes às obras do antigo Cardiominas foram atingidos pelo fogo, mas garante que isso não prejudicou o trabalho do TCMG. "Todos esses processos continuam tramitando normalmente", assegurou.

Ainda segundo o conselheiro, não houve alteração no fluxo de recebimento de processos às vésperas do incêndio. Ele acrescentou que dos 299 processos de prestação de contas de prefeituras recebidos 48 horas antes do incêndio, apenas quatro não puderam ser recuperados. São documentos das prefeituras de Campanário, Três Pontas, Várzea da Palma e Águas Vermelhas. Dos 19 processos sobre a administração indireta e organizações sociais recebidos 48 horas antes do incêndio, apenas um - da Fundação Educacional de Lavras - ainda não foi restaurado. Andrada também nega que o laudo dos bombeiros sobre as causas do incêndio tenha sido forjado e garante que o TCMG recebeu R$ 664 mil do seguro contratado junto à seguradora Aliança do Brasil, ao contrário do que acusa o MP.

"Embora o incêndio seja um fato lamentável, o episódio não justifica a exploração desmedida e a exposição antecipada à mídia dos fatos antes de serem julgados", criticou Andrada. Ele reclama que o MP não tem como provar as acusações de que o incêndio tenha sido criminoso e orquestrado por integrantes do TCMG, e pretende mover uma ação por danos morais contra o promotor Eduardo Nepomuceno de Souza. Ele também pretende encaminhar uma representação contra o promotor à Corregedoria e ao Conselho Nacional do Ministério Público, e vai sugerir à presidência do TCMG a publicação no Minas Gerais da relação dos 3.117 processos atingidos pelo incêndio e quais já foram recuperados.

Deputados satisfeitos com explicações

Todos os deputados ficaram satisfeitos com as explicações apresentadas por Antônio Carlos Andrada. O presidente da comissão, deputado Elmiro Nascimento (DEM), que solicitou a realização da audiência, elogiou o trabalho do corregedor na investigação do caso. Os deputados Lafayette de Andrada (PSDB) e Gustavo Valadares (DEM) criticaram a atuação do MP. O deputado Inácio Franco (PV) disse que vai apresentar um requerimento para que o promotor Eduardo Nepomuceno de Souza explique por que solicitou a reabertura do processo sobre o incêndio depois de quatro anos.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente; Ademir Lucas (PSDB), vice; Inácio Franco (PV), Ivair Nogueira (PMDB), Lafayette de Andrada (PSDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Antônio Júlio (PMDB) e Gustavo Valadares (DEM).

 

 

 

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