Reuniões do PPAG na Capital e Interior tiveram mais de 500 sugestões

A Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais começará a analisar, em breve, as 529 pr...

12/11/2007 - 00:01
 

Reuniões do PPAG na Capital e Interior tiveram mais de 500 sugestões

A Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais começará a analisar, em breve, as 529 propostas resultantes das audiências promovidas pela ALMG e governo para aprimorar o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008/2011. As audiências aconteceram em Araçuaí, Frutal, Juiz de Fora e Belo Horizonte, em outubro e novembro, e tiveram 975 inscritos. O PPAG é um programa estratégico, com metas físicas e financeiras regionalizadas, que mostra onde e como o Executivo vai investir o dinheiro público em áreas como saúde, educação, segurança, meio ambiente e obras. Na quinta (8), depois de encerrada a audiência de BH, deputados apresentaram as propostas ao governador Aécio Neves, que se mostrou receptivo e informou que elas serão estudadas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

Concluídas as audiências, começa agora a análise do PPAG pela Assembléia, que ocorrerá até o final deste ano. As sugestões dos movimentos sociais, do setor produtivo e demais interessados que forem consideradas pertinentes serão transformadas em emendas da Comissão de Participação Popular e poderão ser incorporadas aos projetos do PPAG (PL 1.615/07) e do Orçamento do Estado para 2008 (PL 1.616/07). Depois da análise pela Comissão de Participação Popular, as emendas seguem para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, encarregada de votar o parecer sobre as proposições. Entre os deputados envolvidos nos debates, estão os presidentes das comissões de Participação Popular, André Quintão (PT), e de Fiscalização Financeira, Zé Maia (PSDB), e o relator do PPAG, deputado Lafayette de Andrada (PSDB).

Emendas até dia 23 - O deputado André Quintão informa que há sugestões que, se não forem incorporadas ao plano plurianual, podem ser aproveitadas também sob a forma de projetos de lei ou requerimentos. "Além da análise técnica, haverá um intenso processo de negociação política até 23 de novembro, prazo final para apresentar emendas ao projeto", acrescenta. O deputado Lafayette de Andrada avalia que o governo terá muito trabalho pela frente, pois as propostas apresentadas nas audiências foram de alto nível. O deputado Zé Maia completa que, se os investimentos previstos no PPAG se destinam a melhorar a vida do cidadão, nada mais justo do que ouvir a sociedade.

Somente a audiência de Belo Horizonte, promovida entre 6 e 8 de novembro na ALMG, reuniu 588 inscritos e 338 sugestões apresentadas. Durante três dias, 14 grupos de trabalho discutiram o projeto com os gerentes de seus 57 projetos estruturadores para apresentar sugestões de mudanças. Para os próximos quatro anos, a previsão de aplicação de recursos fiscais totaliza R$ 23,7 bilhões. Os projetos estruturadores são vinculados a 11 áreas de resultados: Educação de Qualidade; Protagonismo Juvenil; Investimento e Valor Agregado da Produção; Inovação, Tecnologia e Qualidade; Desenvolvimento do Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce; Logística de Integração e Desenvolvimento; Rede de Cidades e Serviços; Vida Saudável; Defesa Social; Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva; e Qualidade Ambiental.

Confira algumas propostas apresentadas nos diferentes grupos de trabalho, em BH

Grupo 1: Desenvolvimento do Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce: a Comissão da Produção Orgânica em Minas apresentou propostas para incluir a expressão "produção orgânica" nos objetivos de vários programas e ações de governo. Essa comissão reúne organizações governamentais e não governamentais e busca a valorização da agricultura orgânica. O Fórum Mineiro de Assistência Social sugeriu a inclusão de todas as regiões do Nordeste mineiro nos projetos estruturadores Desenvolvimento do Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce; Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva e Escola em Tempo Integral.

Grupo 2: Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva: no projeto estruturador Implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas), o Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente apresentou proposta visando à redução para 150 mil, até 2011, do número de crianças e adolescentes encontrados no trabalho infantil (301.450, segundo dados de 2005) e à erradicação do trabalho infantil no Estado até 2023. Sugere, para isso, o co-financiamento aos 35 municípios mineiros com mais de 50 mil habitantes para ações de esporte, lazer e cultura, além de acompanhamento familiar por meio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e da capacitação de monitores. Já o Colegiado de Gestores Municipais de Assistência Social (Cogemas) apresentou proposta de implantação de uma política de recursos humanos e concurso público para o nível central e regionais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).

Grupo 3: Rede de Cidades e Serviços: no projeto estruturador Destinos Turísticos Estratégicos, a Secretaria de Estado da Cultura propõe ações integradas com a Secretaria de Turismo, a fim de incluir ações voltadas para o Norte e o Jequitinhonha; e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) propõe a criação de um projeto de fomento aos pólos de negócios em Belo Horizonte (como os de moda no Barro Preto e no Prado). No projeto estruturador Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia (Crea/MG) sugere a criação de rubrica orçamentária para o Fundo Metropolitano, a fim de dar suporte à implantação do Plano Diretor da RMBH.

Grupo 4: Logística de Integração e Desenvolvimento: a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o deputado Zé Maia (PSDB) propõem interligação asfáltica do Vale do Rio Grande ao Vale do Rio Paranaíba; conclusão de pavimentação de rodovia estadual e implantação dos portos hidroviários de Água Vermelha, em Iturama, e de Chaveslândia, em Santa Vitória. Essas propostas foram apresentadas ao projeto estruturador Potencialização da Infra-estrutura Logística da Fronteira Agroindustrial.

Grupo 5: Protagonismo Juvenil: a Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais e o Circo de Todo Mundo propõem mudar a ação "Merenda no Ensino Médio Noturno" para "Merenda no Ensino Médio Diurno e Noturno". O Fórum Mineiro de Educação Infantil, a Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, a Rede de Medidas Socioeducativas, o Fórum de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, a Pastoral do Menor, a Assprom, Cedca/MG e o Parlamento Jovem (PUC Minas/ALMG) propõem criar a ação "Transporte Escolar para Alunos do Ensino Médio" para atender aos estudantes da rede pública estadual.

Grupo 6: Defesa Social: o Fórum de Enfrentamento à Violência Doméstica, Abuso e Exploração Sexual de Minas Gerais propõe a implantação de Postos de Perícia Integradas nas 43 regionais onde eles ainda não foram implantados, priorizando-se as regionais a que se vinculam os seguintes municípios: Araxá, Juiz de Fora, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Varginha, Montes Claros, Três Corações, João Monlevade e Betim. A Associação dos Delegados da Polícia Civil apresentou várias propostas, entre elas acrescentar ação que viabilize reserva de recursos para pagamento de gratificações, auxílios e outros pecúlios a serem constituídos em lei ou já previstos em lei, mas ainda não implementados.

Grupo 7: Vida Saudável: no projeto estruturador Saúde em Casa, o Conselho Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável propõe incluir, no PPAG, recursos para incentivar a contratação de equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista e odontólogo). O Ministério Público sugere a qualificação de lideranças locais vinculadas à saúde, bem como a estruturação dos conselhos municipais de saúde.

Grupo 8: Investimento e Valor Agregado da Produção: o gabinete da deputada Elisa Costa (PT) propõe a inclusão da região do Rio Doce na ação "Desenvolvimento dos Portos Secos de Minas Gerais", no projeto estruturador Inserção Competitiva das Empresas Mineiras no Mercado Internacional.

Grupo 9: Defesa Social: a entidade Rede de Medidas Socioeducativas apresentou diversas propostas, entre elas a de aprimorar a estrutura de todos os centros socioeducativos da região central e interior, com ampliação de recursos e adequação do espaço físico das unidades em consonância com o projeto político-pedagógico. No projeto estruturador Prevenção social da criminalidade, entidades ligadas à criança e ao adolescente e a Promotoria da Infância e Juventude de Belo Horizonte sugerem o aumento da meta física e financeira da ação "Proteção de crianças e adolescentes ameaçados de morte" e a inclusão da regionalização do programa em sua finalidade. No projeto estruturador Escola Viva, Comunidade Ativa, estudantes da PUC que participaram do Parlamento Jovem sugerem incluir ações de educação para cidadania e oficinas de arte e cultura para pais e alunos. O Parlamento Jovem é uma iniciativa de educação para cidadania desenvolvida pela ALMG e PUC Minas, com foco nos jovens do ensino médio.

Grupo 10: Vida Saudável: no projeto estruturador Vida no Vale/Copanor, é sugerido o estabelecimento de parcerias com organizações não governamentais para realização de pesquisas, projetos e seminários.

Grupo 11: Investimento e Valor Agregado da Produção: no projeto estruturador Cresce Minas: Oferta e Distribuição de Energia Elétrica, o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea/MG) propõe a redução em 50% do custo da energia elétrica para famílias de baixa renda, para os agricultores urbanos e periurbanos da agricultura familiar, bem como isenção das tarifas de energia para famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Grupo 12: Educação de Qualidade: várias entidades propõem incluir, no programa "Desenvolvimento da Educação Infantil", ação de cooperação técnica entre entes federados para habilitação dos professores das escolas infantis. A Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente sugere a implementação do projeto estruturador Escola em Tempo Integral como solução para enfrentar as dificuldades de aprendizagem das crianças e adolescentes, tendo como critérios para seleção das escolas sua localização, o desempenho dos alunos, a incidência de trabalho infantil e a existência de alunos cumprindo medida em meio aberto. Também no projeto Escola em Tempo Integral, várias entidades sugerem a inclusão de ação destinada a implantar o serviço social nas escolas, conforme dispõe a Lei 16.683, de 2007; e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) propõe mudança na concepção do projeto, " de forma a se criar efetivamente a escola em tempo integral, e não o aluno de tempo integral".

Grupo 13: Inovação, Tecnologia e Qualidade: a Fiemg propõe a operacionalização do Fundo Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica, previsto no PL 30/07, em tramitação na Assembléia, e a implantação de um centro ou pólo tecnológico em Montes Claros, Uberlândia e Juiz de Fora.

Grupo 14: Qualidade Ambiental: no projeto estruturador Resíduos Sólidos, o Fórum Estadual Lixo e Cidadania apresenta várias propostas que buscam a inserção dos catadores de material reciclável na gestão dos resíduos

Balanço do interior

* Araçuaí (Vale do Jequitinhonha/Mucuri): promovida no dia 26 de outubro, teve 132 inscritos e 52 propostas apresentadas. A ONG Associação da Criança e do Adolescente de Itaobim apresentou duas propostas: o acompanhamento de psicólogos nas instituições de ensino do projeto Escola em Tempo Integral e a integração desse programa com o Minas Sem Fome. O Rotary Club de Joaíma sugeriu a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Vale do Jequitinhonha. Foram apresentadas sugestões quanto ao impacto ambiental e a organização da atividade mineradora; apoio técnico à agricultura e pecuária, transporte escolar e saneamento básico. Foi questionado o atual critério de atendimento da Copanor, subsidiária da Copasa criada para atender a região, que deixa de fora comunidades com menos de 200 pessoas.

* Frutal (Triângulo): promovida no dia 29 de outubro, teve 115 inscritos e 43 propostas apresentadas. A maioria delas é sobre construção, reforma ou melhoria de rodovias da região. Também foram sugeridos: construção de casas-abrigo para mulheres vítimas de violência; incentivo para atrair empresas para a região, em especial para a indústria de biocombustível; criação de um centro-dia (uma espécie de asilo diurno) para idosos; ampliação da merenda escolar para estudantes do ensino médio; fortalecimento da agricultura familiar; ampliação da dotação orçamentária da Uemg e outras melhorias para a universidade.

* Juiz de Fora (Zona da Mata): promovida no dia 31 de outubro, teve 140 inscritos e 96 propostas apresentadas. Entre elas, investimentos na escola em tempo integral; ensino profissionalizante e capitação dos professores; recursos para o Parque Tecnológico de Juiz de Fora; transformação do Aeroporto Regional em pólo para transporte de cargas destinadas à exportação; retomada do crescimento da bacia leiteira da Zona da Mata e do desenvolvimento da fruticultura; implementação de programas de coleta seletiva; criação da drogaria popular estadual; implantação da coleta de óleos e gorduras industriais, de restaurantes, hotéis, residências evitando o poder poluidor; e aquisição da Mata do Krambeck para criação de um Parque Botânico em Juiz de Fora.

 

 

 

 

 

 

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