Grupos do PPAG discutem educação, meio ambiente e tecnologia

Educação, meio ambiente e tecnologia foram os assuntos abordados na manhã desta quinta-feira (8/11/07), terceiro e úl...

08/11/2007 - 00:02
 

Grupos do PPAG discutem educação, meio ambiente e tecnologia

Educação, meio ambiente e tecnologia foram os assuntos abordados na manhã desta quinta-feira (8/11/07), terceiro e último dia da audiência que a Assembléia Legislativa de Minas Gerais e o governo estadual promovem, a fim de aprimorar o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008/2011, em tramitação na ALMG. Esses assuntos estão detalhados em projetos estruturadores e foram discutidos, em grupos de trabalho, com setor produtivo, movimentos sociais e autoridades. A plenária final será às 14 horas, em Plenário. O presidente da Comissão de Participação Popular, deputado André Quintão (PT), coordenará o evento, marcado pela entrega oficial das propostas ao Legislativo. Os grupos desta quinta foram coordenados pelos deputados Carlin Moura (PCdoB) - educação; Fábio Avelar (PSC) - meio ambiente; e Carlos Pimenta (PSDB) - tecnologia.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, que participou do grupo Qualidade Ambiental (188 inscritos), listou a série de prioridades para os próximos quatro anos. Entre elas, a implantação de coleta e tratamento de esgoto na Bacia do Rio das Velhas, com a meta de navegar, nadar e pescar em suas águas; a conservação do cerrado e da Mata Atlântica e as propostas de dobrar a área das unidades de conservação e promover a regularização fundiária; a meta de ter, em 2010, 70% do lixo urbano com destinação final adequada; e a consolidação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos, como os comitês e as agências de bacias. O secretário afirmou, em entrevista, que a administração ambiental ganhou prioridade, sendo seu orçamento elevado de R$ 90 milhões, em 2002, para R$ 300 milhões, em 2008.

Também participante do grupo de trabalho Qualidade Ambiental, o coordenador do Projeto Manuelzão e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Apolo Heringer Lisboa, apresentou críticas às ações de governo e pontuou que o problema não é somente de recursos, mas de eficiência. Na avaliação dele, as ações propostas estão aquém das necessidades do Estado, além de não conseguirem acompanhar a velocidade com que o modelo econômico retira, de forma irreversível, matéria-prima do meio ambiente. A capacidade de pressão da sociedade, nesse contexto, é bastante limitada, na opinião de Heringer, que defende um aprofundamento do diagnóstico e verdade na discussão. "Fingimos que estamos agindo; saio daqui despressurizado, com grande desânimo", lamentou.

Tecnologia - O grupo que discutiu a área de resultado Inovação, Tecnologia e Qualidade (107 inscritos) contou com a presença do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Duque Portugal. Ele e sua equipe falaram sobre projetos como rede de inovação tecnológica, sistema de certificação e vigilância sanitária da produção agropecuária, arranjos produtivos e rede de formação profissional orientada para o mercado. De acordo com o secretário, a inovação tecnológica divide hoje as nações e Minas não pode ficar defasada.

Um dos participantes do grupo foi Pedro Parisi, assessor parlamentar da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Entre as propostas apresentadas pelo Sistema Fiemg, está a de o PPAG prever não três, mas seis centros tecnológicos - que pretendem incentivar a pesquisa. Os três centros previstos no texto original do Projeto de Lei (PL) 1.615/07, que contém o plano plurianual, serão instalados em Belo Horizonte, Viçosa e Itajubá. A sugestão é que sejam também criados centros em Montes Claros, Juiz de Fora e Uberlândia. Ele também apresentou a proposta de incluir no PPAG a criação do Fundo Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica, a fim de viabilizá-lo. Esse fundo está previsto no PL 30/07, do governador, que dispõe sobre a inovação tecnológica e as parcerias estratégicas entre instituições de ensino e pesquisa e iniciativa privada. O projeto está na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, para análise em 1º turno pelos deputados.

Educação - No grupo Educação de Qualidade (225 inscritos), o secretário-adjunto de Educação, João Antônio Filocre Saraiva, com sua equipe, apresentou projetos estruturadores como o Escola em Tempo Integral e Desempenho e Qualificação de Professores. Sobre o projeto Escola em Tempo Integral, ele chegou a sugerir a realização de um congresso estadual, promovido pela Secretaria de Estado da Educação, para discutir o assunto.

Entre as reivindicações encaminhadas pelos movimentos sociais nesse grupo, está a do Fórum Mineiro de Educação Infantil, que solicita a inserção, no PPAG, de ação específica para a cooperação técnica entre Estado, União e municípios, a fim de promover a habilitação, de leigo para professor, dos profissionais de educação infantil que atuam nos sistemas de ensino. De acordo com Dinéia Domingues, que representa a PUC Minas no fórum, a estimativa é de que pelo menos 4 mil leigos estejam em exercício em creches e pré-escolas atendendo crianças de zero a 6 anos, seja em instituições municipais, estaduais ou privadas sem fins lucrativos, conveniadas com prefeituras. O leigo é aquele profissional que não tem o curso de Magistério (nível de 2º grau).

O secretário adjunto informou, no grupo de trabalho, que a formação de professores para a educação infantil não está ausente da política geral de formação de educadores, acrescentando que a secretaria ainda está discutindo se vai aderir a projeto do Ministério da Educação nessa área ou se terá um modelo próprio.

Na avaliação de Dinéia Domingues, é preocupante a forma como o governo estadual se coloca. Segundo ela, o Executivo alega que a responsabilidade pela educação infantil é dos municípios. A representante da PUC opina, no entanto, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) prevê a cooperação técnica entre os diferentes entes federados. Ressalta, ainda, que a prioridade dessa oferta é do município, mas que este não detém a exclusividade; e que a quase totalidade das cidades mineiras não constituíram sistemas municipais de ensino e seguem, portanto, as leis estaduais. "As ações no PPAG estão focadas na rede estadual e não no sistema de educação, o que fragiliza o pacto federativo para fazer acontecer a educação em todos os níveis", enfatiza.

 

 

 

 

 

 

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