PPAG prevê investimentos de R$ 23,7 bilhões até 2011

Nos próximos quatro anos, o Governo do Estado vai investir R$ 23,7 bilhões em ações e programas estratégicos para alc...

06/11/2007 - 00:02
 

PPAG prevê investimentos de R$ 23,7 bilhões até 2011

Nos próximos quatro anos, o Governo do Estado vai investir R$ 23,7 bilhões em ações e programas estratégicos para alcançar o objetivo de "tornar Minas Gerais o melhor Estado para se viver". A informação é da secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, que participou da audiência pública do Plano Plurianual de Planejamento e Gestão (PPAG), realizada nesta terça-feira (6/11/07) na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A secretária explicou as metas do Governo do Estado e as estratégias para alcançar os resultados pretendidos.

Renata Vilhena destacou que o planejamento é a parte mais importante do chamado choque de gestão: todas os secretários de Estado e gerentes de projetos têm um mapa com objetivos a serem alcançados dentro de prazos estabelecidos, com as devidas previsões de investimentos. "Seria inconcebível não ter essas definições em nosso planejamento. Para alcançar as estratégias de longo prazo, temos que definir as metas a serem atingidas e a quantidade necessária de recursos", justificou.

Das 11 áreas de resultados previstas, a que terá a maior quantidade de recursos do PPAG - R$ 8,2 bilhões - é a "Vida saudável". Um dos objetivos é a universalização do acesso da população à rede de esgoto. Atualmente 74% dos domicílios mineiros contam com rede de esgoto. Outra meta é a redução da taxa de mortalidade infantil, que hoje é de 16,1 por mil nascidos vivos, para 8 por mil em 2023. Outra área com grande alocação de recursos é a de "Logística de integração e desenvolvimento", com investimentos de R$ 3,4 bilhões. Uma das metas é elevar de 43% para 83% o percentual de rodovias estaduais em bom estado de conservação em 2011.

Na área de "Desenvolvimento do Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce", uma das metas é elevar a participação dessas regiões no Produto Interno Bruto (PIB) mineiro, dos 13,2% atuais para 15,7% em 2023. Estão previstos para esta área investimentos de R$ 382 milhões. Na área de "Redução da pobreza e inclusão produtiva", a meta é reduzir o percentual de pobres em relação à população total, de 28,8% atuais para 13% em 2023, no caso da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A área "Rede de cidades e serviços", que terá investimentos de R$ 2,2 bilhões, prevê levar acesso pavimentado a 100% dos municípios mineiros.

A área de resultado "Protagonismo juvenil" pretende aumentar a taxa de conclusão do ensino médio para 100% em 2023. Atualmente, esse percentual é de 46%. Com investimentos de R$ 2 bilhões, a área de "Defesa social" visa reduzir a taxa de homicídios de 19,8 por 100 mil habitantes para 5 por 100 mil até 2023. Com recursos de R$ 2,3 bilhões, a área "Investimento e valor agregado da produção" pretende aumentar a participação de Minas Gerais no PIB nacional dos atuais 9,8% para 11,8% em 2023. Para "Educação de qualidade", estão previstos R$ 792,6 milhões, e uma das metas é elevar para 100% o percentual de alunos lendo aos oito anos de idade já em 2011. Atualmente esse índice é de 21,5%.

A área "Inovação, tecnologia e qualidade", que tem recursos de R$ 435,9 milhões, pretende garantir as exportações de carne bovina para todos os mercados, sem restrições. Atualmente a União Européia impõe barreiras para importar carne de Minas Gerais. Na área de "Qualidade ambiental", um dos objetivos é elevar dos atuais 29,6% para 60% o percentual da população com acesso à disposição adequada do lixo em 2011.

Banco Mundial - Em entrevista à imprensa, a secretária Renata Vilhena informou que o governo recebe, desta terça (6) até quinta (8), em Belo Horizonte, missão do Banco do Mundial, a fim de discutir empréstimo de US$ 1 bilhão ao Estado. A operação já foi aprovada pelo Senado, e o empréstimo será destinado aos diversos projetos estruturadores: gestão, defesa social, saúde, ciência e tecnologia, entre outros. Os recursos estão previstos no Orçamento de 2008, para execução a partir do ano que vem. O dinheiro está diluído ao longo de quatro anos; para 2008 estão previstos R$ 700 milhões. "Começaremos a definir indicadores, metas e resultados a serem pactuados e áreas de resultados a serem priorizadas, pois esse empréstimo não tem contrapartida financeira; a contrapartida é o modelo de gestão que Minas adota", explicou a secretária. Segundo ela, serão várias rodadas de negociações, mas a meta é ter, até quinta, uma amostra de indicadores definida.

Preocupação com qualidade da gestão pública

Além dessas áreas de investimentos, o PPAG 2008-2011 tem ainda as áreas de "Qualidade e inovação em gestão pública" e de "Qualidade fiscal", que prevêem o aprimoramento da administração estadual, a profissionalização dos gestores e a manutenção do equilíbrio fiscal do Estado. O objetivo maior, segundo Renata Vilhena, é reduzir o percentual de gastos públicos em relação ao PIB para futuramente viabilizar uma política responsável de redução da carga tributária.

O coordenador executivo do Programa Estado para Resultados, Tadeu Barreto, explicou como é feito o acompanhamento da execução dos projetos estruturadores. Em fevereiro deste ano foi pactuado o acordo de resultados entre o governador Aécio Neves e os secretários de Estado. Essa pactuação se desdobra no acordo de resultados, com metas e prazos para a execução dos projetos, que por sua vez são acompanhados por comitês que se reúnem mensalmente para avaliar o cumprimento dos objetivos pactuados. "Hoje temos um PPAG que nos indica claramente a alocação de recursos para os próximos quatro anos. Os acordos de resultados são mais consistentes e temos meios de acompanhar a sua implementação", avalia Barreto.

Entenda o planejamento estadual

O planejamento estadual começa com o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), que traça o conjunto de grandes estratégias de longo prazo. O PMDI 2007-2023 divide a ação do Estado em 11 áreas de resultados para atingir o objetivo de melhorar a qualidade vida da população mineira. O PPAG, com vigência de quatro anos e revisado anualmente, estabelece as diretrizes e metas no médio prazo, de modo a assegurar a concretização dos objetivos do PMDI. Ele contém os programas estruturadores focados nas áreas de resultados, com metas físicas e suas respectivas previsões de investimentos.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) seleciona anualmente os programas do PPAG que terão preferência na execução orçamentária do ano seguinte. Ela contém as metas e prioridades da administração estadual, as despesas para o exercício financeiro seguinte, as orientações para a elaboração do Orçamento, as disposições sobre alterações na legislação tributária e a política de aplicação das agências financeiras oficiais. Com base na LDO é elaborado o Orçamento, que estima a receita do Estado e fixa a programação de despesas para o exercício financeiro do ano seguinte.

Carências do Estado são lembradas

Na fase dos debates, a deputada Elisa Costa (PT) pediu investimentos para as regiões do Rio Doce, Norte de Minas, e Jequitinhonha e Mucuri, e destacou como prioridades o crescimento de produção e acesso ao mercado, regularização fundiária e incentivo ao turismo, entre outros temas.

Já o deputado Carlin Moura (PCdoB) considera defesa social, educação, desenvolvimento regional e protagonismo juvenil como áreas mais carentes. Segundo ele, o orçamento prevê recursos R$ 6 bilhões, por ano, nesses setores, o que significa "menos de 20% do orçamento total anual".

O deputado André Quintão (PT) lembrou que é preciso aprofundar a discussão sobre a garantia de alimentos aos alunos do ensino médio no Estado. E o deputado Zé Maia (PSDB) pediu cautela nas críticas à atuação das polícias, pois entende que bandido armado não pode ser protegido pelo Estado.

 

 

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