Problemas em loteamento levam deputados a Ribeirão das Neves

Para a autônoma Alissandra Silva Rosa, 33 anos, o sonho de morar com dignidade e um mínimo de conforto em sua casa pr...

01/11/2007 - 00:00
 

Problemas em loteamento levam deputados a Ribeirão das Neves

Para a autônoma Alissandra Silva Rosa, 33 anos, o sonho de morar com dignidade e um mínimo de conforto em sua casa própria esbarrou na desonestidade de empresários e no descaso do poder público. Ela é um dos quatro mil moradores do condomínio Jardim Colonial, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde não há calçamento, rede de esgoto ou serviço de transporte. A comunidade recebeu a visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (1º/11/07).

"Comprei o terreno em 1995, pagando um salário mínimo por mês, com a promessa de que a empreendedora providenciaria toda a infra-estrutura em seis meses. Mas até hoje nada. Minha filha tem sete anos e não sabe o que é ter água encanada. Todos pararam de pagar as prestações como forma de pressionar a empresa que loteou o bairro ", lamentou Alissandra, que usa água de cisterna ou dos dois caminhões-pipa que abastecem o bairro. "E assim mesmo só quando não chove, pois a lama impede os veículos de subir".

A Comissão de Direitos Humanos aproveitou também para se reunir com representantes do Judiciário e da Defensoria Pública em busca de uma solução para o problema daqueles que adquiriram um terreno no Jardim Colonial e agora lutam pelos seus direitos.

"É um caso de polícia. Infelizmente, isso só acontece com pobre. Esses moradores foram enganados. E os terrenos não são baratas não, há lotes de até R$ 30 mil", disse o deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão. Ele lembrou um caso semelhante acontecido no bairro Jardim Barcelona. Na época, o juiz proibiu a imobiliária de continuar a venda e ordenou ao Banco do Brasil que abrisse uma conta vinculada para que os moradores continuassem a pagar em juízo as prestações. "À medida que o dinheiro ia entrando, as obras de melhoria foram feitas", explicou.

O deputado João Leite (PSDB), autor do requerimento que resultou na visita, lamentou a situação dos moradores do local. "Neste caso, tudo que a lei prevê acerca da venda de loteamentos foi desrespeitado. Os moradores pagaram por uma coisa e receberam outra", afirmou.

Prefeitura colocou cascalho nas ruas

Representantes da prefeitura de Ribeirão das Neves informaram que, apesar da carência de recursos, a Administração está colocando cascalho em mais de 80% das ruas do bairro e cedeu dois caminhões-pipa, um para molhar as ruas e assentar a poeira e outro para fornecimento de água potável para aqueles que não contam com cisterna.

O defensor público Marcelo Thadeu de Oliveira vai se reunir com integrantes da associação de moradores do bairro e se comprometeu a estudar o caso para ver quais medidas judiciais poderiam ser tomadas.

Atualmente, já existe uma ação judicial movida pela associação de moradores, que obteve uma liminar proibindo a venda de mais lotes. "Mas isso não resolve o problema da população, pois as vendas foram interrompidas, mas as melhorias na infra-estrutura também estão paradas", acrescentou Durval Ângelo. O parlamentar ainda lamentou a ausência dos advogados da empresa Campos Incorporações, responsável pela comercialização de lotes no Jardim Colonial.

Presenças - Deputados Durval Ângelo, presidente; e João Leite.(PSDB).

 

 

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