Gestores apresentam programas de alimentação escolar

Experiências bem sucedidas de gestão da alimentação escolar nos municípios de Araxá, Pedra do Indaiá, Uberlândia e Va...

19/10/2007 - 00:01
 

Gestores apresentam programas de alimentação escolar

Experiências bem sucedidas de gestão da alimentação escolar nos municípios de Araxá, Pedra do Indaiá, Uberlândia e Varginha, que trouxeram benefícios para a saúde dos estudantes, foram apresentadas por representantes dos municípios e das escolas. Eles participaram, nesta sexta-feira (19/10/07), do Ciclo de Debates "Alimentação escolar como estratégia de segurança alimentar e nutricional", que está sendo realizado no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

A secretária de Educação de Araxá, Marlene Borges Pereira, apresentou a experiência de gestão da alimentação escolar desenvolvida no município desde 2001. De acordo com ela, atualmente são servidas em todas as escolas uma alimentação de qualidade, com cardápios acompanhados por nutricionistas e uma "merenda" especial para alunos com necessidades diferenciadas. Ela explicou que são 31 unidades escolares municipais, com um total de 10 mil estudantes. Segundo ela, em 2006 foram servidas mais de 2 milhões de refeições na rede municipal, com um custo médio de R$ 0,56 por refeição no ensino fundamental e na pré-escola, com verbas da Prefeitura e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Segundo a secretária, primeiramente, foram definidos objetivos para a implantação do programa, entre eles a promoção da saúde dos alunos, o incentivo ao consumo de alimentos regionais e a busca permanente de melhoria da qualidade das refeições, com acompanhamento da produção, colheita, transporte, armazenamento e preparo dos alimentos. "Para tanto, procuramos, por exemplo, realizar cursos de capacitação das merendeiras, enfatizando a valorização pessoal e profissional", destacou.

Marlene Borges Pereira contou também que a prefeitura procurou realizar uma série de parcerias, como, por exemplo, com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG), que auxiliou no desenvolvimento de técnicas de plantio e cultivo de legumes e verduras. "Um dos nossos objetivos é também valorizar o produtor local para garantir o desenvolvimento regional e qualidade dos alimentos servidos nas escolas", afirmou. De acordo com ela, semanalmente são compradas duas toneladas de alimentos da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Araxá, sendo que, para a preparação das merendas, não são utilizados produtos embutidos ou enlatados.

Gestão participativa - A nutricionista de Secretaria de Educação de Pedra do Indaiá, Gisele Cristina Teixeira, apresentou os resultados do programa de gestão participativa da alimentação escolar que é desenvolvido pelo município. "O objetivo de criar uma gestão participativa foi trazer a democracia para a alimentação escolar, para que a comunidade pudesse conhecer, participar e contribuir para o programa", ressaltou. A rede municipal de Pedra do Indaiá conta com três escolas, que possuem um total de 481 alunos.

Gisele Cristina Teixeira disse que, com a implantação do programa, vários resultados positivos já foram constatados, entre eles uma mudança no comportamento alimentar dos alunos e também dos pais e um aumento da participação da comunidade. Ela destacou que também foi possível construir um perfil nutricional de todos os alunos.

Segundo ela, o projeto se baseou na implantação de uma série de ações voltadas para a valorização do produtor local e das merendeiras. Entre essas ações, está o projeto "A melhor horta escolar", que teve como objetivo melhorar a qualidade do alimento produzido nas hortas das escolas. Gisele Cristina Teixeira explicou que também foi firmada parceira com a Emater e com os produtores rurais para o orientar os alunos na plantação e cultivo das hortas escolares. "É importante perceber que o envolvimento do aluno com a horta tem um papel fundamental já que, ao cuidar diretamente das verduras e dos legumes, a criança passa a valorizar a natureza e o alimento", ressaltou.

Escola em Uberaba utiliza alimentos alternativos na merenda

O combate ao desperdício de alimentos e a adoção de uma alimentação alternativa, em que são utilizadas casca de frutas, por exemplo, foi a receita encontrada pela Escola Estadual Marechal Castelo Branco, localizada em Uberlândia, para melhorar a qualidade da merenda escolar. A diretora Maria Floripes da Silva explicou que o programa implantado pela escola, que conta com 1.016 alunos, teve como objetivo proporcionar uma alimentação saudável, acessível e de baixo custo.

De acordo com ela, a escola realizou um curso para as merendeiras de utilização de receitas com produtos alternativos. Entre as receitas alternativas estão: bolos com casca de abacaxi e de banana, macarrão ao molho de melancia e geléia de casca de frutas. "Procuramos aproveitar ao máximo as frutas, legumes e verduras" destacou. A diretora afirmou que os alunos gostam das merendas servidas com os alimentos alternativos e que a escola procura incentivar a substituição dos embutidos e dos doces por frutas, por exemplo.

Maria Floripes da Silva explicou que a escola também realizou vários convênios com instituições que ajudaram no desenvolvimento do projeto. Por exemplo, foi firmada uma pareceria com a Universidade Federal de Uberlândia, que disponibiliza médicos que vão à escola para verificar a saúde dos estudantes.

Terceirização - Outra experiência apresentada foi o processo de terceirização da merenda escolar desenvolvido pela Secretaria de Educação de Varginha. A chefe do Servido de Administração da secretaria, Isabel Cristina Lima, explicou que, em 2001, a administração municipal constatou vários problemas existentes na alimentação escolar, entre eles, dificuldades com os fornecedores, falta de utensílios nas escolas e manuseio inadequado dos alimentos.

Ela afirmou que, após estudos realizados pela Prefeitura, foi concluído que a melhor solução seria a realização de um processo licitatório para a terceirização do serviço de merenda nas escolas. De acordo com Isabel Cristina Lima, inicialmente a terceirização foi implantada nas escolas rurais e urbanas e, posteriormente, na creches. "No início do processo de implantação, tivemos alguns problemas, como a resistência de diretoras e de merendeiras. Mas, aos poucos, as dificuldades foram sendo resolvidas", disse.

Isabel Cristina Lima contou que a terceirização trouxe uma série de benefícios, como, melhoria na higienização, aumento no número de nutricionistas e de merendeiras, controle da qualidade do alimento servido e supervisão nutricional diária das merendas. Ela também destacou que os alunos foram beneficiados, já que passaram a contar com um cardápio balanceado, contribuindo para a formação de bons hábitos alimentares. "Outro resultado positivo foi que, com a terceirização, não foi registrado mais nenhum caso de problemas intestinais entre os recém-nascidos. Além disso, constatamos um aumento do consumo da merenda nas escolas que atendem às classes com melhor poder aquisitivo", afirmou.

 

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