Plenário comemora os dez anos de criação do Procon Assembléia

Os dez anos de criação do Procon-Assembléia foram comemorados com solenidade no Plenário na noite desta segunda-feira...

15/10/2007 - 00:00
 

Plenário comemora os dez anos de criação do Procon Assembléia

Os dez anos de criação do Procon-Assembléia foram comemorados com solenidade no Plenário na noite desta segunda-feira (15/10/07), a requerimento da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. O deputado Délio Malheiros (PV), presidente da Comissão, lembrou os sucessos dessa década de trabalho: 65 mil notificações, 350 mil atendimentos pessoais, 230 mil atendimentos pelo correio eletrônico, 12 mil consultas por telefone, 22 mil audiências de conciliação, 600 pesquisas de preços, participação em 300 eventos, e um índice de resolução de 65%.

Délio Malheiros lembrou a época em que era servidor da Assembléia e levou à direção da Casa a idéia de criação do Procon, tendo em vista que o Código de Defesa do Consumidor, que entrou em vigor em 1991, vinha atualizar os princípios do Código Civil de 1917. "O código deu instrumentos para enfrentarmos a vulnerabilidade do consumidor diante do poder econômico. Passamos a lutar contra juros extorsivos, abusos das empresas de telefonia, tarifas bancárias, enfrentamos as quadrilhas de empréstimos e os consórcios fraudulentos", disse o deputado, destacando os méritos do advogado Hênio Nogueira e da ex-deputada Lúcia Pacífico, que hoje voltou a militar na Associação das Donas de Casa.

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, disse que o Ministério Público apoia "esse serviço relevante que a Assembléia Legislativa presta aos mineiros e à população de Belo Horizonte em particular, uma ação efetiva de defesa dos direitos coletivos e individuais em sua relação com o poder econômico".

Por sua vez, o deputado Doutor Viana (DEM), que presidia a solenidade, assegurou que "grande parte da população ainda desconhece sua força como consumidor e contribuinte", e lembrou que a Assembléia divulga direitos do consumidor, e o Procon faz uma interação do Poder Legislativo com a sociedade. "Os sucessos do Procon lhe dão enorme credibilidade diante da população, e o projeto Educação para o Consumo prepara as novas gerações para atuar conscientemente como consumidoras", concluiu.

Estudantes homenageados e Aula Inaugural

Dentre essas novas gerações, foram homenageados os vencedores de um concurso estudantil de redações sobre o tema "Consumo Sustentado". A aluna Natália Pacífico de Carvalho, da 8ª série da Escola Pandiá Calógeras, leu seu texto premiado. A mãe do aluno Daniel Luiz Gouveia Norton recebeu o prêmio em nome do filho. Diego Souza, do Colégio Marconi, também foi homenageado.

Após a solenidade, o procurador de Justiça Geraldo de Faria Martins da Costa proferiu a aula inaugural do simpósio "Direito do Consumidor", que começa efetivamente nesta terça-feira, na Escola do Legislativo. Martins da Costa buscou na História Universal os primeiros esboços que levaram a uma legislação de proteção do consumidor e lembrou que Minas teve seu Procon criado por decreto do ex-governador Francelino Pereira em 1982, antes mesmo da edição do Código de Defesa do Consumidor.

O palestrante disse que o direito comercial surgiu na Itália, na Idade Média, e afirmou que as grandes guerras do século XX foram neocolonialistas, em busca de mercados. Disse que a corrida tecnológica foi acelerada com essas guerras e que criaram a cultura da obsolescência programada, além da sociedade dos descartáveis com onipresença da publicidade manipulando os desejos.

"Consumir é o supremo ato da existência, e seu templo é o shopping, onde o clima é sempre primaveril", afirmou Geraldo Martins da Costa. Ele lembrou o exemplo pioneiro do americano Ralph Nader, que fundou a Liga do Consumidor e na década de 60 levou as grandes montadoras ao banco dos réus, exigindo que instalassem setas e cintos de segurança nos automóveis.

Para encerrar, falou sobre o problema do super-endividamento que hoje assola tantas famílias e sobre a propaganda enganosa do comércio, com a prática de má-fé de anunciar um produto em doze prestações sem juros.

 

 

 

 

 

 

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