Administração é favorável ao PL que fixa subsídios dos defensores

O Projeto de Lei (PL) 1.658/07, que fixa o subsídio dos membros da Defensoria Pública do Estado a partir de 1º de set...

10/10/2007 - 00:02
 

Administração é favorável ao PL que fixa subsídios dos defensores

O Projeto de Lei (PL) 1.658/07, que fixa o subsídio dos membros da Defensoria Pública do Estado a partir de 1º de setembro deste ano, recebeu parecer favorável de 1º turno na Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, durante reunião realizada nesta quarta-feira (10/10/07). De autoria do governador, o PL foi desmembrado do Projeto de Lei Complementar (PLC) 29/07, que passou a tratar apenas dos cargos e estrutura da Defensoria. A proposição foi acatada na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e deverá ser apreciada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, antes da votação pelo Plenário.

O substitutivo uniformiza a nomenclatura atribuída à classe da carreira do defensor público. Além disso, para tornar mais clara a norma legal e evitar dúvidas sobre a sua interpretação, o substitutivo divide a classe I em níveis I e II e melhora a técnica legislativa do texto. O parecer do deputado Chico Uejo (PSB) salienta que, com a iniciativa, as funções do Defensor Público estão merecidamente reconhecidas. "É por meio da Defensoria Pública que o Estado cumpre o seu dever de garantir o acesso à justiça das pessoas desprovidas de recursos financeiros para fazer frente às despesas com advogado e custas do processo", salienta.

De acordo com o projeto, os subsídios variam de R$ 6.580,00 para Defensor Público de Classe I, não estável, chegando a R$ 10.002,30 para o Defensor Público de Classe Especial. Já o subsídio do Defensor Público-Geral foi fixado em R$ 12 mil; e o do Subdefensor Público-Geral e do Corregedor-Geral, em R$ 11.500,00.

Deputados ressaltam méritos da categoria

Deputados presentes à reunião comemoraram a aprovação do parecer favorável ao PL. Para Ademir Lucas (PSDB), a justiça foi feita. "Essa era uma luta dos defensores, para ter uma justa remuneração, compatível com outras carreiras jurídicas de Estado", afirmou. Segundo Lucas, no momento adequado, a remuneração dos defensores deve ser equiparada com a do Ministério Público, por exemplo. "O MP defende a sociedade, e os defensores, a população carente", frisou.

Já o deputado André Quintão (PT) parabenizou a categoria pela organização e luta. "Se não houvesse a paralisação, a presença respeitosa e uma parceria com a Assembléia, talvez não estivéssemos votando essa matéria", salientou. Para Quintão, a votação do PL 1.658/07 representa o fortalecimento de uma instituição que garante salvaguarda jurídica a todos.

Também o deputado Domingos Sávio (PSDB) citou a valorização crescente da categoria pela ALMG nos últimos anos. "Tivemos a lei que deu autonomia à Defensoria; ampliamos seu orçamento e, agora, votamos o subsídio. E ainda tramita o projeto ampliando os quadros da Defesnoria", lembrou. Citando a importância da atividade para a democracia, Domingos Sávio defendeu a presença dos defensores em todas as cidades mineiras. O presidente da comissão, deputado Elmiro Nascimento (DEM), também cumprimentou os defensores presentes na galeria pela luta.

Aumento de vagas para deficientes também tem parecer favorável

Outra proposição acatada pela comissão foi o PL 1.153/07, do deputado Padre João (PT), que aumenta de 10% para 15% a reserva percentual de cargos ou empregos públicos, no âmbito da administração pública do Estado, para pessoas portadoras de deficiência. O parecer de 1º turno do deputado Inácio Franco (PV) foi pela aprovação da matéria na forma como proposta. Com isso, a proposição está pronta para a análise em Plenário. Segundo o relator, a proposta está de acordo com princípios constitucionais de dignidade da pessoa humana e de igualdade, sendo permitido tratamento diferenciado, desde que atenda à razoabilidade.

No PL 1.153/07, segundo Inácio Franco, não há uma distinção arbitrária. Ele apenas cria mecanismos para que os portadores de deficiência superem desvantagens de ordem pessoal. Citando dados do Censo 2000, do IBGE, o parecer argumenta que o Brasil tem 24,6 milhões de deficientes, o que equivale a 14,5% da população do país. Por outro lado, Minas Gerais tem 14,9% de sua população com algum tipo de deficiência ou incapacidade. Entre a População Economicamente Ativa (PEA) do Estado, na faixa etária de 18 a 64 anos, 16,8% apresentam deficiência. Para o relator, os dados justificam a elevação da reserva de cargos ou empregos públicos.

Requerimento - A comissão aprovou ainda requerimento do deputado Ademir Lucas solicitando audiência com representantes dos despachantes mineiros, para tratar de problemas no relacionamento com o Detran-MG. De acordo com o parlamentar, os despachantes reclamam que as concessionárias de veículos têm acesso direto aos selos do Detran-MG, pagando R$ 20,00, e entregam o carro emplacado para o cliente, cobrando R$ 100,00. Com isso, os despachantes ficam de fora desse serviço. Para Lucas, é preciso que a categoria explique melhor o problema, para que a comissão convide os demais envolvidos, se entender que o consumidor está sendo prejudicado.

Ao comentar o requerimento, o deputado Domingos Sávio citou outro problema envolvendo as concessionárias, que, segundo ele, teriam acesso direto aos computadores do Detran-MG, onde informam se o veículo vendido está alienado em favor de alguma financeira. Com isso, de acordo com Sávio, as concessionárias deixam de registrar o contrato de venda em cartório e de remetê-lo para o Detran-MG, para que o próprio órgão faça a anotação da alienação fiduciária. "Quando o consumidor faz o contrato, paga uma taxa para que ele seja registrado, mas ele não está sendo. Se o cliente precisar acionar a concessionária, não terá cópia desse contrato registrado. Mas se a concessionária precisar acionar o cliente, é só fazer o registro", comparou.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente; Ademir Lucas (PSDB), vice; André Quintão (PT); Chico Uejo (PSB); Inácio Franco (PV) e Domingos Sávio (PSDB).

 

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