Ciclo de debates aborda alimentação escolar entre 18 e 19 de outubro

O Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) será analisado durante o Ciclo de Debates "Alimentação Escolar como Es...

11/10/2007 - 00:04
 

Ciclo de debates aborda alimentação escolar entre 18 e 19 de outubro

O Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) será analisado durante o Ciclo de Debates "Alimentação Escolar como Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional", que será realizado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais e outras 19 entidades nos dias 18 e 19 de outubro. O evento acontece no Plenário da ALMG, a partir das 8h30, e vai reunir técnicos e autoridades políticas das esferas federal, estadual e municipal. O PNAE foi implantado em 1955 para garantir, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental, inclusive das escolas indígenas, matriculados em escolas públicas e filantrópicas.

De acordo com informações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o valor per capita diário repassado pela União, atualmente, é de R$ 0,22 por aluno de creche, do ensino fundamental e da pré-escola. Para os alunos das escolas indígenas e localizadas em comunidades quilombolas, o valor per capita é de R$ 0,44. Os recursos destinam-se à compra de alimentos pelas secretarias de educação dos Estados e pelos municípios. Em 2006, foram investidos R$ 1,48 bilhão para atender 36,3 milhões de alunos. Para 2007, o orçamento é de R$ 1,6 bilhão destinado ao mesmo universo de alunos. Em Minas Gerais, 3.690 escolas estaduais são beneficiadas com recursos do programa. Este ano, o Estado deve receber R$ 73 milhões, atingindo 1,7 milhão de alunos.

O repasse dos recursos é feito diretamente aos Estados e municípios, com base no censo escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar, pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União, pela Secretaria Federal de Controle Interno e pelo Ministério Público.

Em pouco mais de 10 anos, de 1995 a 2006, o volume de recursos destinados ao plano duplicou, passando de R$ 590,1 milhões para R$ 1,5 bilhão. O número de alunos atendidos também aumentou nesse mesmo período, passando de 33,2 milhões para 36,3.

Expositores abordarão diferença entre merenda e alimentação escolar

O presidente do Conselho de Alimentação Escolar do Estado (CAE), Élido Bonomo, que será expositor do painel que tratará do controle social do PNAE, acredita que um grande desafio do plano é fazer com que as escolas, que são a base do sistema, incorporem a idéia de que a alimentação escolar é mais que distribuir merenda. A alimentação escolar, segundo ele, diz respeito à preocupação com a qualidade, as condições de higiene, com a oferta de uma alimentação saudável e envolve quem serve, quem vende, quem compra, as crianças e os pais. "Também não dá para ter alimentação escolar convivendo com uma cantina que vende alimentos impróprios para as crianças", alertou.

De acordo com ele, ter um local adequado para servir a refeição é essencial. "Investir na alimentação escolar é muito importante, porque além de ser a principal refeição de muitas crianças, é a oportunidade que temos de levar a elas noções de nutrição", continuou.

Para a integrante do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea/MG), Virgínia Lima Pires, existe um desconhecimento dos gestores, pais e alunos quanto à importância do valor nutricional da alimentação escolar. Para mudar esse quadro, o Consea realiza oficinas microrregionais de capacitação com o objetivo de ampliar o olhar sobre esse tema e discutir o PNAE sob o princípio tripartite, em que se conjugam as responsabilidades do governo federal, do Estado e dos municípios. Virgínia Pires afirmou que o Consea busca fortalecer as formas de controle público do programa em seus princípios e também visa sua boa execução.

Carência de recursos financeiros e humanos é desafio para o PNAE

Outro desafio apontado por Élido Bonomo para a oferta de uma alimentação escolar de qualidade é de natureza financeiro-orçamentária. Ele defende que para se ter controle da qualidade do alimento que será servido é preciso o acompanhamento de todo o processo - desde a elaboração do cardápio, à compra dos alimentos, sua preparação e distribuição aos alunos - por uma equipe técnica capacitada. Na opinião dele, cada uma das 46 superintendências regionais de ensino deveria ter uma equipe com nutricionista, agrônomo e veterinário. "Há carência de pessoal e necessidade de criação de cargos", afirmou.

Essa opinião é compartilhada pela coordenadora de Programas de Suprimento Escolar da Secretaria de Estado de Educação, Lúcia Vieira Sarapu, que participará de um painel sobre o panorama da alimentação escolar em Minas Gerais. Segundo ela, apesar de haver necessidade de profissionais especializados, não há previsão de abertura de novos cargos no Estado. A coordenadora da SEE também acredita que o maior desafio para a implementação da PNAE é de ordem financeira. Outras dificuldades, segundo ela, são de recursos humanos, e de monitoramento e acompanhamento do processo pelos colegiados escolares.

Confira programação completa do Ciclo de Debates "Alimentação Escolar como Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional" no hotsite do evento na página da Assembléia Legislativa na internet: www.almg.gov.br.

 

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