Direitos Humanos vai pedir interdição de celas em delegacia feminina

A interdição de celas da 16ª Delegacia Distrital da Pampulha e a transferencia das presas já condenadas serão solicit...

03/10/2007 - 00:02
 

Direitos Humanos vai pedir interdição de celas em delegacia feminina

A interdição de celas da 16ª Delegacia Distrital da Pampulha e a transferencia das presas já condenadas serão solicitadas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão e João Leite (PSDB) conheceram, nesta quarta-feira (3/10/07), as instalações, o trabalho de assistência jurídica, médica e religiosa e as oficinas de artesanato que são oferecidos pela delegacia em parceria com a comunidade. "É esse trabalho que até hoje evitou uma rebelião no local", destacou Durval Ângelo.

Com quatro celas e uma capacidade para 30 detentas, encontram-se presas atualmente na delegacia 100 mulheres. A maioria das detentas são presas provisórias, mas existem as que já foram condenadas e estão aguardando a transferência para penitenciárias femininas. Segundo o delegado Helcio Sabernardes, as celas não comportam o número de mulheres presas, sendo que muitas delas são obrigadas a dormir no corredor e no pátio. "Fazemos o que é possível para garantir uma condição digna de vida, mas para tanto é necessário reduzir o número de presas", afirmou.

Durante a visita, os deputados ouviram várias queixas das presas, entre elas, as condições de higiene das celas e a falta de espaço. "Quando chove, não conseguimos dormir por causa das goteiras e da falta de telhado no pátio", afirmou Daniele Teixera de Souza. O deputado Durval Ângelo destacou que as condições das celas são insalubres. "Sabemos que a Defensoria Pública já move um processo pedindo a interdição das celas e vamos entrar em contato com os defensores", disse. Ele também pediu ao delegado que seja feito um levantamento com as mulheres que chegam à delegacia com marcas de agressão cometidas por policiais militares. "Precisamos combater a violência da Polícia Militar, que está aumentando", destacou.

Já o deputado João Leite solicitou um levantamento das mulheres presas e disse que irá pedir a transferência para as penitenciárias, daquelas que já foram condenadas. O parlamentar também considerou insalubres as condições das celas. O delegado Helcio Sabernardes lembrou que a delegacia foi construída para ser uma unidade policial e não uma unidade prisional, com capacidade para receber presas já condenadas.

Presas participam de oficinas de artesanato e dança

Através de uma parceria da delegacia com a comunidade, as detentas participam de oficinas de artesanato e dança. Elas também contam com assistência jurídica e religiosa e atendimento médico, durante a semana. Os deputados Durval Ângelo e João Leite elogiaram esse trabalho desenvolvido pelo delegado, pelos funcionários e pela comunidade. Para os parlamentares, são essas ações que estão evitando rebeliões e fugas.

Para uma das detentas, Neuzi Barroso, as oficinas de artesanato são um incentivo, pois elas aprendem uma atividade e não passam tanto tempo dentro das celas. Segundo o delegado Helcio Sabernardes, esse trabalho vem contribuindo para uma mudança de comportamento das presas. Segundo ele, assim que as detentas chegam, os funcionários explicam a elas que estão ali devido ao seu comportamento, e que para mudar a situação é preciso uma mudança de atitude. "Nunca tivemos nenhum caso de rebelião ou de drogas e celular dentro da delegacia", afirmou. Trabalham, na 16ª Delegacia Distrital da Pampulha, 23 agentes de polícia e cinco agentes penitenciários.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e João Leite (PSDB).

 

 

 

 

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