Deputado critica proposta de fundo de compensação para municípios

O deputado Dinis Pinheiro, autor do Projeto de Lei 637/07, que muda os critérios de distribuição do ICMS no Estado, c...

02/10/2007 - 00:01
 

Deputado critica proposta de fundo de compensação para municípios

O deputado Dinis Pinheiro, autor do Projeto de Lei 637/07, que muda os critérios de distribuição do ICMS no Estado, criticou a proposta de criação de um fundo de compensação para ajudar os municípios que perderiam com as mudanças nas regras de arrecadação do imposto.

Na tarde desta terça-feira (02/10/07), no Fórum Técnico ICMS Solidário, no Plenário da ALMG, o parlamentar chegou a considerar "irresponsável" a idéia. "Em primeiro lugar seria de competência do Executivo. Além disso, não há mágica. Quando se fala em fundo, o dinheiro tem que sair de algum lugar. Ou seja, de qualquer forma alguém ficará comprometido", opinou. Ele considerou o atual sistema de distribuição do imposto "inaceitável" e "desumano" e apontou desequilíbrios no sistema. "Betim, por exemplo tem receita com arrecadação maior do que a de 150 cidades do Norte e Noroeste. Outros Estados já fizeram a redistribuição e agora chegou a hora de Minas", discursou.

Dos 70 deputados da Assembléia mineira, 61 se mostram a favor do projeto. Na parte destinada à apresentação de propostas, 14 deles foram à tribuna defender os pontos favoráveis da iniciativa, que vai possibilitar, na opinião da maioria, uma redução das desigualdades sociais no Estado.

Prefeitos e vereadores de todas as regiões do Estado tiveram a oportunidade de mostrar suas opiniões. O prefeito de Itumirim, no Sul de Minas, sugeriu o aumento do repasse do imposto a municípios que tenham distritos que gerem elevadas despesas. "Itumirim, por exemplo, tem dois distritos. Com uma única verba tenho que administrar praticamente três cidades", opinou.

Polêmica - Os representantes do Triângulo Mineiro criticaram duramente a proposição. O prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, considerou o projeto "inviável" e disse que o foco da discussão deve ser outro. "Devemos rever a concentração de recursos nas mãos da União em detrimento dos Estados e municípios. Engana-se quem pensa que Uberlândia é rica e não tem problemas. A cidade também tem favelas, um grande déficit habitacional e outras dificuldades, por isso não pode perder recursos", afirmou.

O deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), por sua vez, cobrou mais clareza da proposição. "Por que cidades ricas como Juiz de Fora e Belo Horizonte ganham e Uberlândia perde?", questionou. Segundo ele, comparando-se com outras regiões, o Triângulo Mineiro não teve tantas cidades contempladas com programas do governo estadual, como o Fala Minas e o Proacesso. "Quando uma usina vai se instalar na região, ai da Prefeitura se não tiver infra-estrutura adequada para receber a empresa. Goiás e São Paulo passam a mão. As reivindicações dos municípios estão sendo mal interpretadas", acrescentou.

Para o vereador de Uberlândia, Fernando Resende, a cidade já dá sua cota de sacrifício quando, por exemplo, oferece serviços de saúde à população de 70 municípios vizinhos e também de outros Estados. "Este dinheiro fará muita falta. Na hora de pagar a conta, a população não vai ao governador, vai bater à porta do prefeito", afirmou.

O prefeito de Belo Oriente, no Vale do Aço, também mostrou-se contra o projeto, diante da perda de receita do município, e reivindicou alguma solução para evitar que prefeituras percam recursos de uma hora para outra. "Belo Oriente arca com R$ 20 mil para custear a segurança pública, o que é tarefa do Estado. Isso acontece em muitas outras áreas.

 

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