Técnicos defendem alterações na Lei Robin Hood

A coordenadora técnica da Lei Robin Hood da Fundação João Pinheiro, Isabella Freire Biondini, apresentou um histórico...

02/10/2007 - 00:01
 

Técnicos defendem alterações na Lei Robin Hood

A coordenadora técnica da Lei Robin Hood da Fundação João Pinheiro, Isabella Freire Biondini, apresentou um histórico da legislação que tratou da distribuição do ICMS no Estado de 1991 até agora. Segundo ela, de 91 a 95, 94% dos recursos do ICMS destinados aos municípios eram distribuídos somente pelo Valor Adicionado Fiscal (VAF). Com a Lei Robin Hood, em 1996, foram introduzidos outros critérios de distribuição do imposto para permitir sua descentralização.

A pesquisadora destacou entre os objetivos da lei, o incentivo à aplicação de recursos municipais em políticas sociais, a indução dos municípios a aumentarem sua arrecadação e utilizarem com mais eficiência os recursos arrecadados; e a criação de uma parceria entre estados e municípios. "A Lei Robin Hood foi uma experiência pioneira de Minas, que além de contribuir para a redução das desigualdades regionais, incentivou a execução de políticas públicas que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida da maioria dos municípios mineiros. No entanto, é preciso avançar na busca de uma forma de aprimorar essa experiência", concluiu.

Para Isabella Biondini, é necessário ampliar o leque de políticas públicas a serem incentivadas e, aprimorar a forma de incentivo das políticas já contempladas. A técnica da Fundação João Pinheiro também afirmou que os incentivos financeiros foram reduzidos ao longo da vigência da lei. Isso porque foram mantidos os percentuais, mas muitos municípios foram incluídos em alguns critérios, como educação, saúde, meio ambiente e patrimônio cultural.

Desafios - Os desafios para se encontrar uma maneira de promover a distribuição mais justa dos recursos do ICMS para os municípios foram abordados durante a exposição do gerente da área de Economia e Finanças da Consultoria Temática da ALMG, Hélio Ferreira dos Santos. Ele destacou a dificuldade de adotar um índice que seja capaz de medir as necessidades de recursos dos municípios e de se criar condições para que os menos favorecidos participem dos critérios que incentivem políticas públicas.

Hélio Ferreira dos Santos informou que o PL 637/07 se baseia na receita municipal per capita, no entanto, segundo ele, embora esse seja o melhor índice, apresenta problemas, como a dificuldade de medir o grau de dependência dos munícipes de despesas da prefeitura; e de eliminar as distorções que a nova proposta de distribuição traz, que leva municípios pequenos a perdas significativas. "A desigualdade de distribuição de renda é um dos principais fatores que retardam o desenvolvimento", afirmou. Ele informou que a receita dos municípios mineiros passou de R$ 160 milhões em abril de 2002 para R$ 324 milhões em abril de 2007, mas esse crescimento foi desigual.

Projeto cria novo critério de distribuição do ICMS

O técnico da ALMG também explicou o PL 637/07, que prevê a distribuição, pelo critério do VAF, do mínimo determinado pela Constituição Federal, que é 75% - e não os 79,68% atuais. Assim, os 4,68% restantes serão redistribuídos a partir de um novo critério, chamado ICMS solidário. Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro relativo a critérios sociais.

Os critérios econômicos são o VAF (75% dos recursos), produção de alimentos (1%), meio ambiente (1%), receita própria (2%) e municípios mineradores (0,11%). Os critérios sociais são área (1%), população (2,71%), população dos 50 mais populosos (2%), educação (2%), patrimônio cultural (1%), saúde (2%) e a cota mínima (5,5%).

A divisão dos recursos será feita em três etapas. Todos os municípios participam da primeira fase, relativa aos critérios econômicos. Aqueles que apresentarem índice de ICMS per capita igual ou superior à média do Estado acrescida de 40% não participam da divisão de recursos do segundo grupo, de critérios sociais solidários. Realizada essa nova distribuição, cada município alcança um novo valor per capita, que é confrontado com o novo valor médio do Estado. Apenas os municípios que ficarem abaixo da média do Estado, acrescida de 40%, seguem para a divisão de recursos do ICMS solidário. Essa parcela, instituída pelo PL 637/07, é distribuída conforme a população de cada município participante.

O deputado Sebastião Costa (PPS), que conduziu os trabalhos do fórum no final da manhã, reforçou a importância da participação das lideranças na apresentação de propostas ao projeto. Também foi exibido um vídeo produzido pela TV Assembléia com a síntese de todas as etapas do fórum técnico.

 

 

 

 

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