Superlotação da cadeia de Nova Lima pode acabar até final do ano

O problema da superlotação da cadeia pública de Nova Lima pode estar perto do fim. Deputados da Comissão de Direitos ...

25/09/2007 - 00:01
 

Superlotação da cadeia de Nova Lima pode acabar até final do ano

O problema da superlotação da cadeia pública de Nova Lima pode estar perto do fim. Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais visitaram o local na tarde desta terça-feira (25/9/07) e foram informados pelo juiz da Vara Criminal da cidade, Juarez Morais de Azevedo, que 20 presos já foram transferidos no último mês para outras unidades do Estado. Mais 24 detentos devem ser transferidos nos próximos três meses para uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), enquanto outros 20 devem começar a trabalhar, já no mês que vem, em obras públicas da prefeitura .

A mineradora Anglo Gold, ainda segundo o juiz, doou um terreno de 26 mil metros quadrados para a prefeitura. Parte da área será destinada à construção de uma nova cadeia. Durante a visita, que também foi acompanhada pela promotora Elva Canteiro, os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e João Leite (PSDB) se comprometeram a solicitar R$ 300 mil à Secretaria de Estado de Defesa Social para construir uma Apac feminina, que terá capacidade para abrigar 70 presas. Juarez Azevedo afirmou que o Ministério Público e o Poder Judiciário já dispõem de R$ 200 mil, dinheiro suficiente para construir parte da instituição e criar imediatamente 14 vagas. A previsão é de entregar a obra até o final do ano.

Durval Ângelo afirmou que a comissão também vai verificar se todos os compromissos apresentados durante a visita serão cumpridos. Ele também se dispôs a solicitar à Secretaria de Defesa Social a transferência de duas presas condenadas que permanecem na cadeia e que afirmam estar sofrendo ameaças de morte.

Barril de pólvora - A visita dos deputados à cadeia de Nova Lima foi sugerida pelo delegado seccional da cidade, Sérgio da Silva. Ele afirmou que a situação ali é como "um barril de pólvora". No local onde há capacidade para 19 presos, 78 detentos dividem cinco celas. Numa delas, oito mulheres, cinco delas já condenadas, convivem num cubículo de 8 metros quadrados. O espaço é tão pequeno que elas precisam se revezar para ficar em pé.

Todas as celas são imundas, com mau cheiro, infestadas de insetos e roedores. Na cela feminina, as detentas dormem em beliches presos na parede. Os homens dormem no chão, em colchões colados uns aos outros. As roupas dos presos são penduradas em cordas que ficam sobre os colchões.

Sérgio da Silva disse que durante o calor os detentos chegam a se sufocar dentro das celas. As péssimas condições, segundo o delegado, colocam o local em grave risco. "Precisamos acompanhar durante 24 horas por dia para evitar problemas". De acordo com o delegado, após a rebelião da cadeia de Ponte Nova, ocorrida em agosto, alguns presos ameaçaram também se rebelar. Foi após o caso que o Estado transferiu 20 presos do local.

Além da redução de detentos, a cadeia ganhou câmeras de monitoramento. O movimento dos presos poderá ser acompanhado pela polícia, pelo Ministério Público e até por juízes pela internet. Os equipamentos já foram instalados mas ainda falta chegar o servidor para fazer a ligação à rede.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e João Leite (PSDB), além das autoridades citadas.

 

 

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