Ministro afirma que criará força-tarefa contra a pirataria radiofônica

A comemoração dos 85 anos de radiodifusão no Brasil lotou o Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta...

25/09/2007 - 00:00
 

Ministro afirma que criará força-tarefa contra a pirataria radiofônica

A comemoração dos 85 anos de radiodifusão no Brasil lotou o Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta segunda-feira (24/9/07) à noite. A Reunião Especial aconteceu a requerimento do presidente da Casa, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), e o principal homenageado foi o presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), Milton Lucca de Paula, que recebeu uma placa alusiva à comemoração. Um dos convidados que compuseram a mesa da solenidade foi o ministro das Comunicações, Hélio Costa, que mostrou-se um profundo conhecedor das rádios mineiras, onde chegou a trabalhar, e admirador do veículo que chamou de "o mais democrático de todos os meios de comunicação". O instrumentista Waldir Silva apresentou-se durante a solenidade.

Alberto Pinto Coelho, em seu discurso, lembrou que "o rádio foi o primeiro veículo de comunicação com interatividade e com altíssima capilaridade, além de ter a melhor relação custo-benefício", comentou. "Nada mais justo que a Assembléia reconhecer o trabalho da radiodifusão sonora no país, que está completando 85 anos." O presidente da ALMG fez um histórico do rádio brasileiro, desde a primeira transmissão, em 7 de setembro de 1922, até os desafios dos dias atuais. "Num país de dimensões continentais, o rádio dá sua enorme contribuição para o sentimento de nacionalidade do brasileiro", reforçou.

O ministro fez um discurso repleto de informações sobre os sistemas de rádio e televisão brasileiros. "O mercado de comunicação no país movimenta R$ 130 bilhões por ano, sendo que R$ 120 bilhões ficam com as companhias telefônicas. Recebo críticas por defender o rádio e a televisão, mas alguém tem que defender", disse ele, que lembrou as constantes mudanças tecnológicas vividas pelo rádio. "A ameaça atual é de uma convergência inevitável. Dentro de quatro a cinco anos, tudo será em um só terminal de acesso, tv, rádio, internet, e tudo será comandado pelas empresas de telecomunicações. Esse é um novo momento de renovação", afirmou. Ele lembrou pesquisa que colocou o rádio como a "instituição" mais respeitada do país, só perdendo para os Correios. "Só não tem reconhecimento da publicidade, que dá a ele somente 4% do bolo publicitário."

A rádio digital vai aumentar número de empregos na área, garante ministro

Hélio Costa explicou sobre os testes que vêm sendo feitos para escolher o novo sistema de rádio digital a ser utilizado no país. "Hoje, não temos condição de saber qual será esse modelo. A certeza é apenas de que ele só virá se, junto, tivermos acesso à transferência de tecnologia. Queremos fábricas de rádio, não só de montagem, voltando a funcionar. O rádio digital não vai causar desemprego, pelo contrário!", frisou. Perguntado sobre o problema das rádios piratas, o ministro declarou que a competência para fechar as rádios ilegais é da Anatel e que, provocado, o Ministério também pode atuar. "Vou sim, criar uma força-tarefa, mas preciso do apoio de vocês, radiodifusores, do Ministério Público e da sociedade em geral", argumentou.

O tema apareceu no discurso do homenageado, Milton Lucca. "É hora de somarmos esforços para vencermos e superarmos os desafios, condenarmos a marginalidade eletrônica, que pode até editar um novo acidente aéreo, devido às interferências nas ondas de rádio", comentou. Lucca agradeceu todos os parceiros que contribuem com a luta por melhores condições das rádios mineiras e brasileiras. "O rádio nos deu nossos primeiros ídolos, já nos fez viver revoluções, protestos e grandes alegrias. Estamos aqui em sinal de respeito e gratidão", afirmou.

Primeira transmissão foi no centenário da Independência

A Amirt registra a história da radiodifusão no Brasil, que teve seu início em um período de grande efervescência cultural. Em 1922, a empresa americana Westinghouse Eletric International desembarcou no Rio de Janeiro, então capital federal, para demonstrar o funcionamento de uma emissora radiofônica. Foi instalada uma estação de 500 watts no alto do Corcovado e, no dia 7 de setembro, durante as comemorações do centenário da Independência, o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa, chegou ao público por intermédio de um sistema de "telefone alto-falante". Suas palavras também foram ouvidas em São Paulo, Petrópolis e Niterói, graças à instalação de uma potente "estação transmissora".

No final das comemorações, a rádio saiu do ar e só em abril de 1923, quase um ano depois, surge a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro, por iniciativa do antropólogo Edgard Roquette-Pinto, em sociedade com o diretor do Observatório Astronômico, Henrique Morize. A rádio, com programas educativos e culturais, influenciou o surgimento de várias emissoras no País.

Em Minas Gerais - A primeira emissora implantada em Minas, e também uma das primeiras do País, foi a Rádio Sociedade de Juiz de Fora. Em 1936, surgiram as rádios Guarani e Inconfidência, em Belo Horizonte e, em 1952, a Rádio Itatiaia, seguida da Rádio Jornal de Minas, hoje Rádio América. Em 1974, foram criadas as rádios Pampulha, atual Rádio Capital, e Tiradentes, hoje CBN. A primeira FM mineira foi a Rádio Del Rei, de 1970. Nesses 80 anos, o rádio passou por várias mudanças. Em 1968, surgiram as emissoras de freqüência modulada - as FMs, voltadas para a programação musical; enquanto as tradicionais AMs dedicam cada vez mais espaço ao radiojornalismo e às transmissões esportivas.

Presenças - Além das presenças citadas acima, compuseram a mesa o diretor-geral da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Cavalcanti Júnior; o diretor-geral da Rádio América, padre José Cândido da Silva; e o Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Carlos Dias Martins.

 

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