Uberlândia centraliza debates do ICMS Solidário no Triângulo

Na reta final dos 12 encontros regionais do Fórum Técnico ICMS Solidário, lideranças do Triângulo Mineiro se reúnem c...

11/09/2007 - 00:00
 

Uberlândia centraliza debates do ICMS Solidário no Triângulo

Na reta final dos 12 encontros regionais do Fórum Técnico ICMS Solidário, lideranças do Triângulo Mineiro se reúnem com deputados estaduais nesta sexta-feira (14/9/07), em Uberlândia, para debater o Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida por Lei Robin Hood, modificando os critérios de repasse do ICMS para os municípios. O encontro começa às 8h30, no auditório da Prefeitura, na Avenida Anselmo Alves dos Santos, 600, Bairro Santa Mônica. Faltam ainda as reuniões de Manhuaçu (21/9) e Divinópolis (24/9), antes da etapa final do Fórum, em Belo Horizonte, nos dias 2 e 3 de outubro.

Em tramitação na ALMG, o PL 637/07 divide os critérios que hoje determinam a distribuição do ICMS em três grupos: critérios econômicos; sociais solidários; e de compensação solidária. O objetivo é redistribuir uma parte do imposto (4,68%), beneficiando municípios que estejam em situação desfavorável em relação à média per capita de ICMS do Estado. Durante o Fórum Técnico, a ALMG está justamente colhendo sugestões para aprimorar o projeto.

"A proposta busca uma distribuição de recursos mais justa, mais humana e mais cristã. O exercício da vida pública só tem significado se for voltado para as pessoas mais carentes. Esse projeto beneficia mais de 15 milhões de pessoas, é um grande instrumento de transformação social", argumenta Dinis Pinheiro. Em todo o Estado, 762 municípios seriam beneficiados com as novas regras propostas pelo PL 637/07, enquanto 91 perderiam recursos.

Triângulo concentra perdas

Conforme simulação feita pela Consultoria da ALMG, com base nos valores de ICMS de abril deste ano, dos 35 municípios que integram o Triângulo Mineiro, 27 terão perdas de arrecadação caso o PL 637/07 seja aprovado em sua forma original. A maior queda percentual, de 33,31%, ocorreria em Comendador Gomes. Essa é a terceira maior perda de todo o Estado, atrás apenas de Pedra Dourada, na Zona da Mata, com 47,26%, e Vargem Bonita, no Centro-Oeste, com redução de 42,74%. Por outro lado, os ganhos no Triângulo teriam variação de 1,51%, em Ituiutaba, a 4,78% em Cascalho Rico.

Já a menor queda percentual de arrecadação de todo o Estado ocorreria justamente em Uberlândia, município que teria seu repasse reduzido em 7,20%. Com isso, o ICMS per capita da cidade cairia de R$ 21,99 para R$ 20,41, ainda considerando valores de abril. Para efeito de comparação, Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mesmo com o ganho de 35,14% com as regras do PL 637/07, teria o ICMS per capita elevado de R$ 2,88 para R$ 3,88.

A simulação revela ainda que as quatro microrregiões do Triângulo teriam perdas com a nova sistemática de repasses. Na microrregião de Ituiutaba, a variação percentual média seria negativa em 7,70%; na de Uberlândia, chegaria a -6,82%; na de Frutal, -9,16%. E na microrregião de Uberaba, todos os municípios teriam perdas, com resultado médio de -10,17%.

O encontro em Uberlândia inclui exposições técnicas sobre a Lei Robin Hood e sobre o projeto, além de pronunciamentos e debates. Solicita-se que as sugestões para aprimoramento do PL 637/07 sejam apresentadas por escrito e, se possível, em disquete ou CD, com o nome do proponente, telefone, endereço eletrônico e nome da instituição que representa. Todas as propostas serão consolidadas na etapa final do Fórum, em Belo Horizonte. A programação completa do Fórum está disponível no hotsite do evento, na página da Assembléia: www.almg.gov.br.

Previsão legal - De acordo com a Constituição Federal, de todo o ICMS arrecadado no Estado, 25% destinam-se aos municípios. Desse montante, pelo menos 75% devem ser distribuídos de acordo com o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata o movimento econômico do município. E até 25% conforme determinar a lei estadual.

Atualmente, o ICMS em Minas é distribuído de acordo com os seguintes critérios e percentuais dos recursos destinados aos municípios: VAF (79,68%); área geográfica (1%); população (2,71%); população dos 50 municípios mais populosos (2%); educação (2%); produção de alimentos (1%); patrimônio cultural (1%); meio ambiente (1%); saúde (2%); receita própria (2%); cota mínima (5,5%); e municípios mineradores (0,11%). O cálculo da parcela de cada município é uma média aritmética que leva em conta o desempenho do município e o peso de cada critério.

O que prevê o PL 637/07 - A proposta original do PL 637/07 é distribuir, pelo critério do VAF, o mínimo determinado pela Constituição Federal, que é 75% - e não os 79,68% atuais. Assim, os 4,68% restantes serão redistribuídos a partir de um novo critério, chamado ICMS solidário. Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro relativo a critérios sociais.

Os critérios econômicos são o VAF (75% dos recursos), produção de alimentos (1%), meio ambiente (1%), receita própria (2%) e municípios mineradores (0,11%). Os critérios sociais são área (1%), população (2,71%), população dos 50 mais populosos (2%), educação (2%), patrimônio cultural (1%), saúde (2%) e a cota mínima (5,5%).

A divisão dos recursos será feita em três etapas. Todos os municípios participam da primeira fase, relativa aos critérios econômicos. Aqueles que apresentarem índice de ICMS per capita igual ou superior à média do Estado acrescida de 40% não participam da divisão de recursos do segundo grupo, de critérios sociais solidários. Realizada essa nova distribuição, cada município alcança um novo valor per capita, que é confrontado com o novo valor médio do Estado. Apenas os municípios que ficarem abaixo da média do Estado acrescida de 40% seguem para a divisão de recursos do ICMS solidário. Essa parcela, instituída pelo PL 637/07, é distribuída conforme a população de cada município participante.

 

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