Denúncia de violência de PMs contra estudantes na CVRD será apurada

Uma denúncia feita por policiais militares à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais a...

06/09/2007 - 00:00
 

Denúncia de violência de PMs contra estudantes na CVRD será apurada

Uma denúncia feita por policiais militares à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais alarmou parlamentares e representantes da sociedade civil, presentes na reunião desta quinta-feira (6/9/07): o tenente-coronel José Geraldo Azevedo Lima teria dado ordem para que a PM fizesse uso de violência contra estudantes, durante a manifestação ocorrida, no dia 22 de agosto, em um edifício da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em Belo Horizonte. De acordo com o deputado Durval Ângelo (PT), a denúncia surpreende, principalmente, por ter partido de membros da própria corporação

Para isso, o deputado apresentou três requerimentos que pedem providências ao Comando Geral da Polícia Militar e a órgãos de imprensa que envie fotos e imagens da ação da polícia no episódio. "O tenente-coronel estava à paisana, em licença não remunerada, em período de férias-prêmio e pior: responde como coordenador executivo de Relações Institucionais da CVRD. A denúncia é grave e deve ser apurada o quanto antes", pediu. Segundo o estudante Bruno Abreu Gomes, que foi um dos líderes da manifestação, a iniciativa era pacífica e tinha o objetivo de dar visibilidade aos protestos contra a privatização da empresa. "Fomos tratados de forma truculenta pela PM. Não houve violência e nossa única reivindicação era falar com a imprensa. Até crianças foram algemadas", contou.

A reunião, que iria debater o episódio com o coronel PM, Sandro Afonso Teatiane Sales, que teria comandado a operação; e o reitor da PUC Minas, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, foi adiada, uma vez que os convidados não puderam comparecer.

Desapropriação de famílias em decorrência do Rodoanel será debatida

A Comissão aprovou cinco requerimentos, todos de autoria dos deputados Durval Ângelo, João Leite (PSDB) e Carlin Moura (PCdoB), para debater a situação dos moradores da Vila Nova Boa Vista, localizada nas proximidades das BRs 262 e 381, que seriam desapropriados em conseqüência das obras do Rodoanel. Segundo os requerimentos, serão realizadas visitas ao local, à Superintendência Regional do Dnit, à juíza responsável pela ação, além do encaminhamento das notas taquigráficas da reunião às instituições envolvidas.

Outros dez requerimentos foram aprovados durante a reunião: da deputada Rosângela Reis (PV), que solicitou realização de visita da comissão à cadeia pública de Coronel Fabriciano, para verificar as condições de guarda de presos no local; da deputada Ana Maria Resende (PSDB), que pediu a realização de uma audiência pública para tratar do impacto na vida familiar das pessoas vítimas de denúncias não comprovadas; do deputado Carlin Moura, que pediu à comissão providência quanto ao desaparecimento do professor Reginaldo Nunes Pinto, no dia 21 de agosto deste ano, em Contagem, assim como no caso do assassinato de Cleide do Carmo Homero, na cidade de Papagaios, no dia 3 de fevereiro de 2006. De autoria do deputado Durval Ângelo, foram aprovados requerimentos que pedem providências da comissão em relação à denúncia do preso Aylton Silva, que teria sido torturado por policiais militares na cadeia pública de Ouro Preto; a realização de um debate público na ALMG, em conjunto com a Subsecretaria Estadual de Direitos Humanos, em dezembro deste ano, para comemorar os 59 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos; a realização de visita à cadeia pública de Nova Lima, para verificar as condições dos presos; além do encaminhamento de ofícios à Secretaria de Estado de Defesa Social, para apurar denúncias de má alimentação dos presos da cadeias de Ouro Preto e Mariana; à Promotoria de Pitangui, sobre o assassinato de Cleide do Carmo Homeno em Papagaios; e à Comarca de Itajubá, para tratar de denúncias de maus tratos a presos no local.

Pinga-fogo - Foram aprovados dez requerimentos na fase do pinga-fogo, todos eles de autoria da comissão, motivados por denúncias apresentadas: quatro deles pedem à Câmara Federal de Direitos Humanos, ao Tribunal de Justiça de Brasília, à Polícia Federal e ao Ministério Público do Distrito Federal, providências sobre a suposta denúncia do duplo assassinato de Carlos Alberto Alves e Carlos Daniel Alves, em 25 de fevereiro de 2000, no aeroporto de Brasília; outros quatro relativos ao desaparecimento do professor Reginaldo Alves Pinto, em Contagem, que pedem a inclusão do caso na força-tarefa das Policias Federal, Civil e Militar e na campanha "Volta" - do governo do Estado -, a realização de uma visita da comissão ao local onde o professor foi visto pela última vez, a realização de audiência pública conjunta das comissões de Direitos Humanos e Educação para tratar do caso e a divulgação de fotos do professor na programação da TV Assembléia. Finalmente, foram aprovados requerimentos que pedem providências à Corregedoria da PM, sobre as denúncias de supostas ações violentas contra moradores da Vila Bispo de Maura, em Ribeirão das Neves; e a realização de audiência pública conjunta das comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública, para debater os casos de falsos seqüestros cometidos em Minas Gerais e a sugestão de projeto de lei, que obrigaria as operadoras de telefonia móvel a bloquear o uso de telefones celulares em presídios do Estado.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; João Leite (PSDB); Ruy Muniz (DEM); e Antônio Carlos Arantes (PSC).

 

 

 

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