Projeto de reajuste da Educação está pronto para o Plenário

O Projeto de Lei (PL) 1.324/07, de autoria do governador, que reajusta em 5% o vencimento básico dos servidores da ed...

04/09/2007 - 00:00
 

Projeto de reajuste da Educação está pronto para o Plenário

O Projeto de Lei (PL) 1.324/07, de autoria do governador, que reajusta em 5% o vencimento básico dos servidores da educação e institui o piso remuneratório de R$ 850 para o professor com carga horária de 24 horas semanais, está pronto para ser votado no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 1º turno. O parecer favorável ao projeto, de autoria do deputado Zé Maia (PSDB), foi aprovado na tarde desta terça-feira (4/9/07) pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, com votos contrários da deputada Elisa Costa (PT) e do deputado Sebastião Helvécio (PDT).

Os dois deputados que votaram contra o parecer pediram mais prazo para discuti-lo, e também para aguardar o envio, pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, de maiores informações sobre o impacto financeiro das medidas. Apelo no mesmo sentido foi feito pelos deputados Carlin Moura (PCdoB) e Weliton Prado (PT), que não são integrantes da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, e pelo deputado Antônio Júlio (PMDB), que disse ver inconsistências e dúvidas nos números já apresentados por representantes do governo.

O deputado Weliton Prado apresentou três propostas de emendas que foram rejeitadas pela comissão, com voto favorável apenas da deputada Elisa Costa. A proposta de emenda nº 2 determina que o reposicionamento dos servidores na carreira seja feito antes da aplicação da Parcela de Complementação Remuneratória do Magistério (PCRM), que está sendo instituída pelo PL 1.324/07. O objetivo, segundo ele, é evitar que a PCRM prejudique, posteriormente, eventuais ganhos que o servidor teria com o reposicionamento.

A proposta de emenda nº 3 estende aos cargos de Analista de Educação Básica, Assistente Técnico de Educação Básica, Assistente de Educação, Auxiliar de Serviços de Educação Básica e cargos de provimento em comissão de Diretor e Secretário de Escola a aplicação da PCRM, que segundo o projeto só seria aplicada nos casos do magistério. Já a sugestão de emenda nº 4 modifica o índice de reajuste dos vencimentos dos profissionais de educação, que é de 5% segundo o PL 1.324/07, para 30% em três anos, conforme foi concedido aos servidores da segurança.

O parlamentar petista também pediu a retirada da proposta de emenda nº 1, que havia sido apresentada anteriormente.

Deputados criticam falta de clareza nos dados do Executivo

A necessidade de detalhar e esclarecer melhor os dados relativos à remuneração dos servidores da educação e o impacto do PL 1.324/07 foi cobrada repetidas vezes durante a reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. "Precisamos saber como o governo chegou a essa proposta, quantos serão beneficiados pelo piso remuneratório", afirmou a deputada Elisa Costa. Ela apresentou uma planilha com os pisos salariais pagos aos professores com licenciatura curta em todos os estados brasileiros. Segundo a planilha, Minas paga um piso de R$ 390 (vencimento básico, sem a aplicação de adicionais), mais baixo que o pago em 17 dos 26 estados e Distrito Federal. O mais alto é o do Acre, de R$ 1.568. Minas também fica abaixo do Rio Grande do Norte (R$ 713), Alagoas (R$ 490) e Sergipe (R$ 448), entre outros. Ela também destacou que o município de Belo Horizonte, em julho deste ano, implantou um piso de R$ 795, que será reajustado para R$ 892 em julho de 2008.

O deputado Antônio Júlio ressaltou algumas contradições em números apresentados pelo governo. "O governo disse que o impacto do projeto é de R$ 133 milhões. É por ano ou por mês? Se for por ano, é muito pouco", criticou. Ele também criticou o fato de o governo só ter o controle eletrônico da situação funcional de 20% dos servidores da educação. "Como fazer planejamento assim?", questionou. Ele também disse que o Estado não tem certeza nem do número de servidores que trabalham no setor. "Eu não voto no projeto do jeito que ele está", garantiu o deputado.

O deputado Carlin Moura destacou que o principal argumento do governo em favor do projeto é que ele representaria o maior impacto financeiro possível. "A credibilidade do discurso tem que ser provada para nós. Lá em Brasília, o piso nacional pode até estar aquém do desejável, mas pelo menos o governo é transparente", afirmou Carlin. Já o deputado Weliton Prado disse que o argumento do impacto só serve para algumas demandas feitas ao governo. "No início do mandato do governador, não se falou em impacto quando houve a remissão fiscal para empresas de telefonia", afirmou.

Piso beneficiaria 60 mil servidores

O deputado Lafayette de Andrada (PSDB) garantiu que o impacto do PL 1.324/07 é de R$ 360 milhões anuais, conforme está na mensagem enviada à Assembléia. Já o piso remuneratório, segundo ele, beneficiará cerca de 60 mil dos cerca de 245 mil servidores da educação. Ele disse que o aumento oferecido é o possível, e que não há interesse do governo em achatar o salário dos servidores. "Eu não acredito que nenhum governante no Brasil paga o que paga porque deseja isso", afirmou. Ele disse que até poderia ser discutida outra fórmula dentro desse limite de R$ 360 milhões, mas que a utilização da PCRM, para o governo, é a melhor forma de garantir a maior remuneração para o maior número possível de pessoas.

O deputado Sebastião Helvécio defendeu a federalização da educação. Sobre o projeto, ele também cobrou a apresentação, pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, de uma simulação da folha com detalhamentos do impacto financeiro. Por esse motivo, pediu o adiamento da votação do parecer. O presidente da Comissão, deputado Zé Maia (PSDB), decidiu colocar o parecer em votação, sob o argumento de que há interesse de grande parte dos servidores em receber rapidamente o aumento proposto. "O governo de Minas está no rumo certo. Talvez não na velocidade desejada", declarou. Ele também ressaltou que outras modificações poderão ser feitas em etapas posteriores da tramitação.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Agostinho Patrús Filho (PV), Antônio Júlio (PMDB), Lafayette de Andrada (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT), Antônio Carlos Arantes (PSC), Carlin Moura (PCdoB), Weliton Prado (PT) e deputada Elisa Costa (PT).

 

 

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