Centenário do Instituto Histórico Geográfico é comemorado no
Plenário
A importância do Instituto Histórico Geográfico de
Minas Gerais ficou bem estabelecida pelos oradores da solenidade
realizada no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em
comemoração ao seu centenário, na noite desta quinta-feira
(30/8/07). O presidente do Instituto, Fernando Antônio Xavier
Brandão, falou sobre a missão da entidade, sobre a marca deixada
pelos membros que escreveram livros que se destacam no acervo de 30
mil obras, e colocou os serviços do Instituto à disposição da ALMG.
A solenidade foi presidida pelo deputado João Leite (PSDB).
O autor do requerimento da reunião especial,
deputado Lafayette de Andrada (PSDB), esclareceu que atendia a
pedido da deputada Elbe Brandão, licenciada para atuar no
secretariado do governador Aécio Neves, mas confessou que se sentia
inquieto na busca das palavras que pudessem honrar o mérito dessa
entidade. "Meu bisavô, o embaixador José Bonifácio de Andrada e
Silva, orgulhava-se do título de membro do Instituto Histórico e
Geográfico, fundado em 1907 pelo presidente de Minas, João
Pinheiro", afirmou.
"João Pinheiro associou-se a um grupo de luminares
da nossa cultura e dedicou-se a coligir documentos da nossa História
e da nossa Geografia, formando um dos maiores acervos culturais do
nosso Estado, aberto ao público", disse o deputado, destacando obras
em campos diversos, como Arqueologia, Antropologia, Heráldica e
Estatística. Acrescentou que os membros do Instituto são médicos,
engenheiros, advogados, professores, juristas e empresários que não
se dedicam a "debater temas bizantinos sobre empoeirados
alfarrábios", mas a formular estudos atuais úteis para a sociedade,
como os do trajeto da Estrada Real, e dignos da inteligência e da
intelectualidade mineira.
O orador oficial do Instituto, Raimundo Nonato
Fernandes, utilizou achados retóricos para destacar a importância de
Minas no cenário nacional, e fez paralelos entre a História do
Brasil e a da Europa nos últimos três séculos. Lembrou que os
portugueses que vieram colonizar Minas Gerais saíram em sua maioria
da região do Minho, que teria ficado praticamente desabitada.
Segundo ele, a família Vargas embarcava seus filhos nos pampas
gaúchos para contornar o rio da Prata, desembarcar no Rio de Janeiro
e vir estudar no Colégio Mineiro, em Ouro Preto. "Assim como eles, o
Brasil sempre subiu as montanhas de Minas em busca de sabedoria,
como os gregos subiam ao Oráculo de Delfos", comparou.
Fernandes afirmou que o IHG é a mais antiga casa de
cultura do Estado, e a principal guardiã da nossa História. "Da
maneira como se conserva o passado se abrem caminhos para o futuro",
e "quem não sabe de onde vem não sabe para onde vai", foram duas de
suas frases para justificar a missão do Instituto.
No encerramento da solenidade, o deputado João
Leite lembrou o tempo que passou no Minho e em Braga. "Comi do pão
saloio. Fui minhoto por algum tempo", disse ele. O deputado disse
que João Pinheiro, ao fundar o Instituto, quis dar a Minas uma
entidade similar ao Instituto Geográfico Brasileiro, que foi fundado
pelo imperador Pedro II, o qual chegou a presidir pessoalmente
quinhentas sessões. Leite evidenciou o papel do Instituto para
subsidiar estudos sobre a singularidade da nossa formação, e saudou
a abertura de mais um século de profícuas atividades do Instituto
Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
Durante a solenidade, a Orquestra de Câmara da PMMG
tocou o Hino Nacional e o Minueto de Beethoven.
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